Tenho 55 anos, nasci e vivi em São Paulo até iniciar o curso de Medicina na Universidade de Taubaté, onde me formei em 1989. Logo depois fiz residência de Cardiologia no Hospital do Coração em São Paulo. Além da medicina, me graduei em Direito e fiz pós-graduação em Administração Hospitalar e Sistema de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas.
Sempre trabalhei muito e nem sei contar quantas pessoas atendi ao longo da carreira; só em São José dos Campos foram mais de 25 mil atendimentos nos últimos anos. Aprendi muito sobre gestão de recursos e de pessoas vivendo o dia a dia da medicina e da administração privada em saúde.
Sou um inconformado com a ineficiência da gestão pública e descaso com a população de São José dos Campos. Com orçamento anual de quase R$ 3 bilhões é inadmissível não ter o melhor desempenho do Brasil em saúde, educação, segurança, gestão e todas as outras áreas públicas. Aqui se faz obras, não se cuida de gente; eu sou o candidato que pode e vai mudar isso.
O que move minha candidatura é o desejo genuíno de contribuir com a cidade que tanto amo e exercer o tipo de política que também amo: aquela movida por ideais que geram transformação real na vida das pessoas.
Chega de polarização partidária entre dois grupos políticos que veem o povo como números e só pensam em obras; essa disputa irracional nunca se reverteu em benefícios para a população. Eu sou Dr. Cury, a única alternativa viável para uma mudança real em São José dos Campos.
Quais os seus projetos e planos para melhorias na cidade de São José dos Campos?
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Mobilidade
Existem 14 cidades no Brasil onde foi implantada a tarifa zero para o transporte coletivo. São José dos Campos tem características populacionais e orçamentárias que permitem que essa pauta seja viabilizada. Não é demagogia, não é populismo, não é nada exótico. É realidade e posso provar.
Hoje, são três empresas que operam o transporte coletivo com um custo operacional de R$ 60 milhões por ano, já considerando que aposentados são isentos, estudantes pagam metade e, no caso do empregado, quem paga o passe de ônibus é o empregador. E como fazer?
Vamos fazer um cadastro decente da população, que permita a gratuidade para quem não tem emprego. O subsídio em favor dessa parcela da população custará menos de R$ 60 milhões por ano, menos que uma ponte estaiada – um benefício concreto ao cidadão que, desempregado ou não, paga impostos direta ou indiretamente.
Precisamos dar atenção às áreas onde o atendimento do transporte coletivo não está em conformidade com o contrato de concessão, valorizando as complementares. A fiscalização é deficiente e quem paga o preço do ônibus lotado e, muitas vezes, em condições inadequadas, é o cidadão.
Nossa cidade tem um potencial tecnológico incrível, é uma cidade cosmopolita onde o uso de aplicativos merece atenção do Poder Público, de forma a equacionar o transporte público coletivo e o transporte privado de passageiros, tendo um olhar moderno para que haja liberdade pra trabalhar no transporte de pessoas.
Saúde
Sou médico e gestor de saúde e tenho uma preocupação enorme com os rumos da saúde joseense, cuja gestão não atende os direitos básicos da população.
São José dos Campos tem uma população de 723 mil habitantes e quase 500 mil pessoas têm plano privado. Isso significa que a população deveria ser muito bem assistida pelo serviço público, independentemente do atendimento da demanda de outras cidades da região.
Com nosso orçamento e essa peculiaridade do grande número de pessoas cobertas por planos de saúde, deveríamos ter a melhor saúde pública do Brasil. Temos recurso de sobra pra isso. Falta gestão e preocupação com o povo. Essa parcela sem cobertura de um plano de saúde está, em boa parte, entre os mais pobres, sempre negligenciados.
Atualmente, por exemplo, um teste ergométrico leva cerca de um ano para ser marcado. Nesse período, sem o tratamento adequado, o paciente pode precisar muitas vezes do serviço de saúde, o que acaba saindo mais caro do que fazer o exame com agilidade – além da dor e do sofrimento que ele passa enquanto espera, algo que não tem preço. Ainda, há médicos que não são especialistas atendendo como se fossem. Isso está errado.
A vida e saúde das pessoas são tratadas como números e não posso admitir que isso prossiga. Saúde não é minha única bandeira, mas certamente está entre as prioritárias; o diagnóstico está feito, agora o povo precisa acreditar em mim e acreditar que dá pra mudar, basta querer – e eu quero e sei fazer.
Educação
Tem muitos pontos sobre a nossa educação que, assim como a saúde, teria potencial para ser uma das melhores do Brasil.
Meu primeiro destaque é para a necessária valorização dos professores e outros profissionais da educação, que não são tratados e remunerados como merecem. Quando a atual gestão fala em educação, automaticamente fala em obras. Isso, por si só, já explica nosso desempenho aquém das possibilidades. Mas aí também vemos que, no último concurso público da categoria, a prefeitura ofereceu a eles uma esmola de R$14,05 por hora-aula. É uma vergonha que não tem justificativa.
Ainda estamos no curso da pandemia e os professores da rede municipal são obrigados a ir até as escolas desnecessariamente para fazerem reuniões e atividades que poderiam ser realizadas à distância e que são absolutamente antiquadas para os rumos inovadores que a educação precisa tomar.
Não sou eu que digo, são os professores que dizem, e eu acredito no que eles dizem porque são eles que entendem de educação, são eles que estão todos os dias na sala de aula e ninguém melhor que eles para mostrar o que faz a diferença. Mas eles não são ouvidos. Estão lá para bater cartão e cumprir tabela. Isso me enoja, porque é um desrespeito imenso com profissionais do nível que nós tempos.
Me preocupo muito com o oferecimento das oportunidades. São José é uma terra privilegiada, mas esse privilégio tem que alcançar as periferias, tirar o jovem da rua com o esporte e com a ciência.
Educação é o melhor caminho para solucionar diversos problemas urbanos, como a segurança, sendo a rota mais curta e eficiente para mobilidade social, basta planejar.
Segurança
Há um índice preocupante de menores infratores na cidade. Isso lança luz a um problema social que deve ser objeto de atenção e de atuação do Poder Público e isso se faz dando oportunidades de resgate desses menores, com suporte a suas famílias. É uma abordagem multidisciplinar e que demanda muita força de vontade do gestor público. Eu tenho essa disposição.
Nossa Guarda Municipal é destacada, mas precisamos valorizar esses funcionários e lhes dar melhores condições de exercer sua função. Um dos caminhos viáveis é ampliar a cobertura de câmeras de segurança na cidade.
Vou implantar políticas públicas de prevenção ao crime, começando pelos jovens. Tenho um grande professor, que é o ex-governador Márcio França, que fez isso em São Vicente, com alistamento civil de jovens.
O alistamento civil é algo tem que ser feito na cidade, como foi feito em São Vicente, projeto do PSB encabeçado pelo ex-governador Márcio França.
Destaco aqui que tenho muito orgulho de estar do lado do Márcio França, que tem grande chance de ser prefeito da cidade de São Paulo. Ele perdeu a eleição para governador mas, se fosse hoje, certamente seria eleito com larga vantagem sobre João Dória.
Habitação
Nos últimos anos não foi construída uma única casa com suporte e parceria com a Prefeitura Municipal – e não é por falta de demanda, é falta de interesse.
Cuidarei pessoalmente para que o São José dos Campos abra as portas para construção civil, viabilizando parcerias para construção de casas onde sejam possíveis o uso de benefícios de programas habitacionais do Governo Federal, além de estruturar um programa habitacional local.
Há áreas da cidade que estão paradas, apenas para especulação imobiliária e não há nenhuma ação concreta destinada a incentivar a incorporação imobiliária. Vamos ser um governo municipal que é parceiro, que viabiliza e desburocratiza.
Um dos grandes problemas no que tange à qualidade de vida na cidade é a perturbação do sossego / fluxo. Qual a proposta do candidato(a) para minimizar ou acabar com o problema?
O fluxo virou uma questão que deve ser debatida em várias frentes. Perturbação de sossego é uma contravenção penal, merecendo atuação policial e suporte da administração pública sempre que necessário para operações que visem coibir excessos.
Como prefeito, não serei um mero espectador. Vamos destinar orçamento para orientação e de conscientização de jovens, que representam boa parte do público desses encontros. Isso pode ser feito diretamente nas escolas, por meio da imprensa e com o apoio da comunidade.
A situação dos fluxos ganhou notoriedade na cidade porque estamos sob um governo que não se importa em prevenir, apenas se dispõe a coibir nas ações de suporte à Polícia Militar. Isso não basta.
A Ponte estaiada foi a melhor solução para o trânsito na região da rotatória do Colinas?
Essa ponte estaiada é a prova concreta, e de concreto, de tudo o que tenho dito há muito tempo: preocupação excessiva com obras, enquanto o povo agoniza nos hospitais.
Havia um problema de tráfego no local em alguns horários? Sim. Mas nada justifica a edificação de um monumento caríssimo e que passa a maior parte do dia com um fluxo de veículos baixíssimo.
Existiam outras prioridades. A Zona Norte, por exemplo, não recebeu a atenção devida nos últimos anos.
Não consigo entender como alegam que se trata de investimento. Foram R$ 61,5 milhões gastos desnecessariamente e que poderiam ser aplicados em obras de mobilidade em bairros desassistidos.
Qual a sua avaliação sobre a administração dos últimos 4 anos?
O atual gestor se esqueceu do povo. Há uma preocupação excessiva com obras e muito pouco com a qualidade de vida das pessoas.
Vão dizer que as obras são para a qualidade de vida. Não sei vocês mas, como médico que atende pacientes da rede pública, só vejo as filas aumentando, as pessoas necessitando de exames médicos e consultas demoradas e, nenhuma dessas pessoas teve sua vida alterada por uma ponte monumental na zona sul ou um túnel na zona leste.
Precisamos de medidas públicas que façam diferença na vida das pessoas. Saúde é uma bandeira minha, que sou médico e vivencio os dramas do sistema todos os dias. Mas, há muito mais.
Professores valorizados mudam vidas, assim como regularização de bairros irregulares, redução do déficit habitacional e tantas outras medidas são ações públicas que fazem diferença na vida das pessoas.
Tenho dito: menos concreto e foco nas pessoas.
Quais as principais carências de São José? Quais serão suas prioridades?
A saúde tem muitos gargalos. Chega a ser assustador as demandas que chegam na ponta para os médicos, muitos agravamentos de quadros de saúde pela morosidade do sistema. São José tem condições de fazer mais, basta querer.
Tenho tido uma preocupação especial com o funcionalismo público. São anos de desvalorização e, no fim das contas, são essas pessoas quem prestam os serviços – muitos deles essenciais – que chegam ao povo. A prestação de serviços é menos eficiente com servidores desmotivados. Vamos resolver isso.
É preciso ter um olhar para as periferias, quem está lá sabe da negligência diária.
Já tivemos o tempo dos governantes que cuidavam das obras, agora está na hora de um prefeito que cuida de pessoas.
Sobre economia, como você pretende atrair empresas para São José e por consequência diminuir o desemprego na cidade?
Buscar ativamente oportunidades para construção civil é um caminho que poderá gerar empregos diretos, indiretos e dar suporte para redução do déficit de moradias na cidade.
A construção civil gera emprego e impulsiona o comércio. Temos uma nova realidade pós-coronavírus, em que a economia precisará ser reestruturada e atrair investimentos é um caminho legal e possível, sem perder de vistas o social.
O município tem pouca margem para resolver questões econômicas, afinal, estamos numa federação e cabe ao Governo Federal adotas as medidas de maior impacto. Mas nem por isso ficaremos inertes, como estão hoje. Vamos apoiar as atividades autônomas e incentivar as empresas a se estabelecerem em São José dos Campos, reduzindo burocracias e facilitando a solução de problemas.
Por que o leitor deve votar em você?
Eu amo São José dos Campos, eu me importo com as pessoas dessa cidade e posso mudar o rumo da cidade tomando medidas de gestão pública que tenham impacto positivo em suas vidas e façam a diferença para construirmos uma nova história juntos.
A eleição de 2018 mostrou que o eleitor está cansado de ser enganado, de pagar impostos e não ter contrapartida, bem como de que os gestores sejam pessoas com questões na justiça por mal uso de dinheiro público.
Percebo que o joseense também cansou. São anos a fio com os mesmos grupos políticos se revezando, todos preocupados com arrecadação e obras, nenhum preocupado as pessoas. O enfraquecimento do PT e do PSDB nos últimos anos é reflexo dessa visão do eleitorado de que esses grupos pensam apenas um uma coisa: poder.
Sou uma alternativa viável para despolarização política. Tenho ficha limpa, uma carreira sólida na medicina, tenho um olhar cuidadoso para as necessidades das pessoas, mas não deixo de pensar em uma gestão pública eficiente.
Sou espelho da indignação do morador da cidade. Sou um inconformado com o quanto a cidade poderia ter mais, ser mais, oferecer mais. Quero a mudança, mas não só no discurso.
Conheça os outros candidatos para prefeitura de São José do Campos
– Coronel Eliane Nikoluk | PL
– Dr. Constantino Cury | PSB
– Felicio Ramuth | PSDB
– João Bosco | PCdoB
– Luiz Carlos | PTC
– Marina do Psol | PSOL
– Professor Agliberto | Novo
– Raquel de Paula | PSTU
– Renata Paiva | PSD
– Senna | PSL
– Wagner Balieiro | PT
Obs: Todo o conteúdo das respostas foram enviados pelos candidatos. Os textos foram publicados na íntegra. Não houve qualquer edição por parte da reportagem. Os 11 candidatos receberam o mesmo roteiro de entrevista.