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Eleições 2020: Conheça a candidata Raquel de Paula

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Raquel de Paula é mulher negra e mãe de dois filhos. Trabalha nos correios há 20 anos e atualmente é vice-presidente do sindicato da categoria. Construiu sua trajetória na militância do movimento negro, popular, sindical e de mulheres. Moradora da Zona Sul de São José, Raquel conhece bem os problemas da periferia.
Formando uma chapa negra, com seu vice, o operário metalúrgico e dirigente histórico do movimento sindical brasileiro, Luiz Carlos Prates, o “Mancha”, sua candidatura expressará a luta por uma cidade para os trabalhadores, os desempregados, o povo pobre, as mulheres, os negros e negras e as LGBTs.
A pandemia mostrou que esse sistema já não serve mais. Bolsonaro disse que ia “salvar” a economia se ninguém fizesse quarentena. Mas o que temos hoje é exatamente o contrário: nem saúde nem emprego. As mais de 140 mil mortes no país podiam ser evitadas, mas o sistema em que vivemos privilegia o lucro e não os direitos básicos da população. Para mudanças de verdade, é preciso organização e luta, alterando a lógica do mundo que vivemos.
Assim, sua candidatura se coloca a serviço de denunciar a barbárie a que chegou o capitalismo. É graças ao desmatamento e à relação irresponsável que o sistema estabelece com a natureza que surgem as epidemias e que o planeta pede socorro, enquanto os trabalhadores amargam a doença, o desemprego e a pobreza. Enquanto 2500 são demitidos na Embraer, há quem lucre e muito com a pandemia. Podia ser diferente, e é esse mundo diferente que Raquel e o PSTU querem construir.

Quais os seus projetos e planos para melhorias na cidade de São José dos Campos?

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Mobilidade
São José é uma cidade que sempre priorizou o transporte individual. Assim, o transporte coletivo, que é privatizado, não atende às necessidades da população e muitas vezes não é uma opção para o acesso à cidade. As empresas de ônibus buscam, antes de tudo, aumentar suas receitas e lucros, e a tarifa na cidade é uma das mais altas do país, sendo a oferta de linhas insuficiente e os horários imprevisíveis.

Transporte não pode ser fonte de lucro. Defendemos a municipalização dos transportes urbanos com tarifa zero, acabando com o monopólio das empresas e defendemos os empregos dos cobradores.

O PSTU acredita que o transporte público de qualidade é a grande solução dos problemas de mobilidade. É isso que garante, em primeiro lugar, o atendimento às necessidades da população e permite, de forma segura, pontual, confortável e de baixo custo, o fluxo de pessoas entre os diversos bairros da cidade. Além disso, entendemos que a cultura do transporte individual deve acabar. Os automóveis devem ser usados como exceção, não como regra. E novas alternativas de transporte público deverão também ser criadas, destacando os meios de transporte não poluentes, como malha metroviária e ciclovias.

Saúde
Hoje, a principal preocupação da população é com a saúde. A pandemia de coronavírus escancarou a necessidade e urgência dessa pauta. O governo federal tratou uma doença séria como “gripezinha”, e não tomou nenhuma medida realmente eficaz para a saúde da população. Pelo contrário: gastou menos que o que estava disponível para o combate ao vírus. Supostamente, queria salvar a economia, mas nada fez para garantir a estabilidade nos empregos. Felício quis surfar na mesma onda: ao menor sinal de qualquer flexibilização da quarentena, já corria para aprovar um decreto municipal, privilegiando, na verdade, os lucros em detrimento da vida.

A gente pensa diferente, a gente quer saúde pública de qualidade, de forma ampla, considerando saúde física e mental. Para isso, primeiro, era preciso garantir que a população tivesse condições dignas de ficar em casa, mantendo os serviços essenciais e estimulando as fábricas da região para produzirem respiradores, EPIs e insumos médicos.

Para além da pandemia, é preciso, de maneira geral, que a saúde seja 100% pública. Saúde não deve ser mercadoria, ou seja, o adoecimento do povo não deve dar lucro a ninguém. Hoje é assim, há os planos de saúde que lucram com serviços que sequer têm qualidade. É preciso investir em saúde básica, aquela que atende a população mais carente. E investir também no servidor municipal da saúde, com a desterceirização das unidades, municipalização de todos os serviços, efetivação dos funcionários e remuneração adequada. Outra ação será a criação do Conselho Popular Municipal de Saúde, com a participação e controle dos usuários e servidores, para definir as políticas públicas de saúde, acabando com o poder do setor privado na saúde do município.

Por fim, é preciso aumentar capacidade nutritiva da população com restaurantes municipais nos bairros a baixo custo – pois quem come bem, adoece menos; realizar um grande plano de obras de saneamento básico em todos os bairros da cidade, para a prevenir doença; e investir em esportes e lazer na cidade, que contribuem para a saúde física e mental da população em geral.

Educação
A educação também não deve ser moeda de troca para enriquecer alguns poucos empresários do ramo. A educação deve servir a assegurar o pleno desenvolvimento das crianças e adolescentes e de quem mais a ela queira ter acesso.  Com a pandemia e o aquecimento global, estamos vendo como a educação e a ciência são importantes para a humanidade.

Novamente, é preciso acabar com as privatizações e terceirizações. Os servidores de todas as esferas, desde professores a merendeiras, trabalhadores da limpeza e da área de segurança, devem ser servidores municipais, com estabilidade e salário adequado. É preciso a criação do Conselho Popular da Educação, integrado pelos profissionais da educação, pela população trabalhadora e pela juventude, que deverá acompanhar a implantação e gestão da política municipal de educação, incluindo a fiscalização da merenda escolar, considerando seus aspectos nutricionais, de saúde e administrativos. O Conselho poderá também propor mudanças de conteúdo e metodologias no Projeto Político Pedagógico.

Outra medida fundamental é a ampliação de vagas de creches para abranger todas as crianças do município, e a criação de creches e berçários com funcionamento 24 horas, para garantir que as crianças com mães e pais que cumprem jornada noturna também tenham seu direito assegurado.

Nas universidades públicas que já existem na cidade, podemos exigir a ampliação e implementação de cursos gratuitos e ampliar a quantidade de vagas.

Segurança
Acreditamos que o problema da segurança é antes de tudo um problema relacionado à desigualdade social, e não resolve tratar os casos isoladamente com punições mais severas.

O Brasil já é o 3º país com a maior população carcerária do mundo e a maioria dos presos tem cor e raça definidas, numa nítida tentativa de criminalizar a pobreza. Há um verdadeiro genocídio da população preta em curso, e as mulheres negras nunca sabem se seus filhos voltarão vivos para casa.

A justiça não funciona do mesmo jeito para os políticos e os super-ricos e para a população pobre e trabalhadora. Quantos Luiz Carlos, violoncelista de Niterói preso injustamente sem ter cometido crime algum, existem para cada prisão domiciliar dos Fabrícios Queiroz por aí?

A verdade é que o sistema carcerário em si não funciona e as polícias também estão imersas em corrupção. Para piorar, as guardas municipais funcionam muito mais como proteção ao patrimônio que efetivamente ao bem-estar da população. O vídeo da agressão ao sr. Jadir não é coincidência. Quem mais sofre com isso é o povo pobre, que é vítima da violência policial racista. Além disso, temos um sistema totalmente despreparado para lidar com a violência contra a mulher e contra as LGBTs, que cresceu muito na pandemia.

É preciso desmilitarizar a PM, esse resquício da ditadura militar que não existe na maioria dos países democráticos, e unificar todas as polícias, que podem ser controladas pela comunidade com a criação de um Conselho Popular Municipal de Segurança, com participação ampla de toda a população trabalhadora, para deliberar os rumos da questão na cidade.

Habitação
Nossa cidade é marcada por escândalos na área da habitação. A desocupação do Pinheirinho foi um evento sanguinário que tomou proporções internacionais. Nós fizemos parte dessa luta, resistimos com as famílias e seguimos exigindo habitação digna para todos, enquanto o terreno desocupado segue vazio.

Outro exemplo importante é o do Banhado, que o Felicio acha que pode resolver simplesmente colocando vigas de concreto para que os moradores não consigam mais entrar de carro. Aliás, nessa gestão ainda existe praticamente o mesmo número de famílias sem moradia que havia no governo passado, mais de 20.000, e não existe programa municipal de moradia, sendo a cidade dependente dos programas federais e estaduais.

Curioso notar que a verba da Secretaria de Habitação é sempre menor que a da Secretaria de Obras. Fica claro que o governo atual está mais preocupado em ampliar a malha viária e construir viadutos que reduzir o déficit habitacional do município. Há mais casa sem gente, que gente sem casa.

Defendemos a criação de um verdadeiro programa habitacional, que considere verdadeiramente o direito à cidade, com oferta de transportes, lazer, cultura e educação, priorizando a população de baixa renda.

Um dos grandes problemas no que tange à qualidade de vida na cidade é a perturbação do sossego / fluxo. Qual a proposta do candidato(a) para minimizar ou acabar com o problema?
A realidade é que infelizmente o poder público não garante à periferia acesso ao lazer e à cultura. A oferta de eventos e atividades públicas já é pequena na cidade, quem dirá para a população dos bairros mais afastados. É necessário tratar a raiz do problema. Não é com proibição ou incitação à violência policial que se resolve uma questão tão importante, principalmente para a juventude.

É preciso que a cidade proporcione espaços gratuitos de lazer e cultura na periferia e valorize a arte, a música, a poesia, o cinema, a dança e o esporte periféricos, além de auxiliar os artistas. Não serve entregar quiosques abandonados na orla do Banhado e dizer que agora sim o artesanato foi reconhecido.

Também é necessário democratizar a Fundação Cultural, retomando a participação popular nas comissões de dança, folclore, cinema e vídeo, literatura, música, teatro e fotografia, e criando as comissões de carnaval, de cultura hip-hop e da cultura negra;

A Ponte estaiada foi a melhor solução para o trânsito na região da rotatória do Colinas?
Evidente que não. Esse projeto não passou de um fracasso eleitoreiro. Além de curiosamente ter superado em muito o orçamento inicial, já se mostra ineficiente para resolver o próprio problema a que se propôs solucionar. Mas o pior não é nem isso. O pior é que a população amarga a ausência de políticas públicas para suprir necessidades básicas.

No nosso sistema, é assim que funciona. As construtoras, os investidores, pagam a campanha dos grandes políticos, isto é, fazem suas apostas. Depois da eleição, cobram a conta. É o clássico “quem paga a banda escolhe a música”. Nunca é priorizada a população carente, os trabalhadores. É por isso que o PSTU se orgulha de dizer que não recebe dinheiro de empresas, é um partido construído com independência, por e para os trabalhadores.

Qual a sua avaliação sobre a administração dos últimos 4 anos?
Com tudo que já foi dito, só se pode concluir que a gestão Felicio foi mais uma que governou para os ricos e empresários. Tratou a pandemia como problema menor e trampolim de campanha eleitoral, não se posicionou na defesa dos empregos da Embraer e das fábricas da região.

Terminamos 2020 com uma das tarifas de transporte público mais caras do país, com uma tragédia sanitária de número de mortos muito maior do que deveria ser, queda absurda dos postos de trabalho da região, e também com o INPE, nosso instituto de alta tecnologia em monitoramento espacial, sendo atacado e esvaziado pelo governo federal, que quer negar a existência de queimadas provocadas por ruralistas, sem qualquer defesa do prefeito. Um desastre.

Quais as principais carências de São José? Quais serão suas prioridades?
As carências de São José coincidem as carências da população de todo país. A minha prioridade é o povo pobre, negros e negras, mulheres, trabalhadores e trabalhadoras, LGBTs. E hoje, o mais urgente, ao meu ver, são as medidas referentes à saúde e emprego. O povo não aguenta mais viver à míngua, não quer escolher ter que morrer do vírus ou morrer de fome.

Bolsonaro disse que ia “salvar” a economia, se ninguém fizesse quarentena. Mas o que temos hoje é exatamente o contrário: nem saúde nem emprego. Mais da metade da população do brasil vive com alguma insegurança alimentar. Insegurança alimentar é passar fome, é não ter o que comer. Enquanto isso, o patrimônio dos super-ricos brasileiros cresceu US$ 34 bilhões durante a pandemia. Isso mesmo. É justo? Só durante a pandemia, meia dúzia de pessoas teve aumento de patrimônio de 34 bilhões de dólares. Por que muitos passam fome e poucos possuem valores que a gente não consegue nem calcular? Isso não pode ser assim.

Não se deve lucrar da miséria e da dor do nosso povo. E o prefeito não é diferente. Prefere gastar milhões para agradar àqueles que investiram em sua campanha eleitoral. A gestão em São José não mudou suas prioridades: os interesses deles são os dos banqueiros, grandes empresários, e ainda, dos super-ricos. A gente vai governar para os trabalhadores e com os trabalhadores! É possível, sim, garantir emprego e saúde, mas para isso, vamos ter que deixar de viver sob a lógica do lucro acima de tudo.

Sobre economia, como você pretende atrair empresas para São José e por consequência diminuir o desemprego na cidade?
O primeiro passo para diminuir o desemprego na cidade é se manifestar imediatamente pela proibição das demissões durante a pandemia. Demitir nesse momento é desumano.

Nossa proposta mais central sobre isso é de reduzir as jornadas de trabalho sem redução de salários, assim seria possível adequar a demanda de serviços à mão de obra disponível, contratando e circulando a economia. Na verdade, o trabalhador recebe por mês muito menos que o valor que produziu, e essa diferença fica no bolso de poucos. Mudar isso já implica em pleno emprego.

Também é preciso um plano de obras públicas, valorizando construção de habitação, saneamento básico, mobilidade etc.

Além disso, é necessário valorizar a referência internacional que nossa cidade já é em termos de produção e alta tecnologia. Nesse sentido, defendemos a reestatização da Embraer. Temos em São José a única empresa que produz aviões do começo ao fim, e, graças a uma gestão financista, vem diminuindo e sendo entregue a preço de banana para os EUA. Existe um projeto internacional que quer que o Brasil seja um mero exportador de commodities, o celeiro do mundo. Mas São José é a prova da nossa capacidade de ser muito mais, de inovar, de produzir tecnologia de ponta, de investir em ciência.

Não é possível que, enquanto 2500 trabalhadores são demitidos na nossa Embraer, a empresa pague supersalários a magnatas superiores a DOIS MILHÕES de reais por mês. Equalizando os salários, e também socializando o lucro, seria possível não só readmitir, mas contratar muito mais gente.

Por que o leitor deve votar em você?
Como o leitor deve ter percebido, as propostas do PSTU são bastante diferentes do que se vê por aí na política tradicional. E isso, principalmente, porque acreditamos que a eleição é só um dos espaços nos quais podemos fazer política, não é o único. Nossa campanha quer votos, mas quer muito mais, quer ser um ponto de apoio à organização e luta dos trabalhadores, dos oprimidos e dos explorados. Votar no PSTU, seja na minha candidatura a prefeita, seja nas nossas candidaturas a vereadores, significa apoiar esse projeto muito além das eleições. Eleger um candidato do PSTU significa dar voz aos que nunca foram ouvidos, romper com a lógica desse sistema. Nossas figuras públicas não representam só a si próprias, mas encabeçam um programa coletivamente construído, por trabalhadores para trabalhadores, um programa socialista e revolucionário.

Conheça os outros candidatos para prefeitura de São José do Campos
– Coronel Eliane Nikoluk | PL
– Dr. Constantino Cury | PSB
– Felicio Ramuth | PSDB
– João Bosco | PCdoB
– Luiz Carlos | PTC
– Marina do Psol | PSOL
– Professor Agliberto | Novo
– Raquel de Paula | PSTU
– Renata Paiva | PSD
– Senna | PSL
– Wagner Balieiro | PT

Obs: Todo o conteúdo das respostas foram enviados pelos candidatos. Os textos foram publicados na íntegra. Não houve qualquer edição por parte da reportagem. Os 11 candidatos receberam o mesmo roteiro de entrevista.

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