Paralisada há mais de três anos, “esqueletão” já consumiu R$14 milhões dos cofres públicos. Se for retomado, ginásio terá custo adicional de R$50 milhões
Por Marco Osio Pugliesi
Potência interiorana com 703 mil habitantes, cidade da tecnologia e do empreendedorismo, São José dos Campos vem se esquivando de suas características no que dispõe sobre prazo e concretização de grandes obras. O Jardim Aquarius foi “sede” da novela envolvendo a construção do Fórum (veja matéria no site: www.life.inf.br). Houve também a lendária edificação do teatro invertido no Parque da Cidade. No entanto, o mais recente caso de desperdício de dinheiro público atende pelo nome de Arena Municipal de Esportes. Iniciada em agosto de 2011, a conclusão estava prevista para dezembro de 2012.
Do total estipulado em R$33 milhões, mais de R$14 milhões já foram gastos no interminável projeto. O ginásio – que caso seja finalizado terá capacidade para 5 mil espectadores – foi paralisado oficialmente em julho de 2014 durante a gestão petista de Carlinhos Almeida. Com aproximadamente 40% dos serviços concluídos, segundo a prefeitura atual, a arena possui 10 mil metros quadrados de área construída e é um “esqueletão” encravado no início da Via Oeste, no bairro Jardim das Indústrias.
A Arena Municipal de Esportes foi uma das grandes vitrines da gestão tucana anterior, liderada por Eduardo Cury. Devido a entraves políticos, a obra virou um grande vexame para a cidade. A administração de Carlinhos rescindiu o contrato com empresa Recoma, responsável pela construção.
Questionada sobre o imbróglio, a Secretaria de Gestão Habitacional e Obras informou que estuda a possibilidade da retomada da obra com a mesma empresa ou abertura de um novo certame. A continuidade dos serviços teria um custo adicional de R$50 milhões.
Qualquer semelhança com os escândalos que têm vindo à tona sobre os Jogos Olímpicos e os estádios da Copa do Mundo de 2014 são mera coincidência. E parafraseando um conceituado jornalista da mídia televisiva, “e assim caminha a mediocridade e o desperdício no Brasil”!