A Life Informa realizou entrevistas exclusivas com os seis candidatos à prefeitura de São José dos Campos com três perguntas exclusivas para cada candidato.
Toninho Ferreira defende um governo socialista em São José, priorizando os mais pobres, saúde, educação e preservação ambiental.
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1 – São José possui a maioria do eleitorado identificado com a direita. Isso de alguma forma representa um obstáculo a mais a sua candidatura?
Não acredito. Nosso programa atende às necessidades dos trabalhadores e da maioria da população: saúde, educação, moradia, transporte, atendimento à pessoa idosa, entre outras. São garantias que já estão na Constituição, mas não são cumpridas.
Não acreditamos que a desigualdade social seja inevitável. Ela é fruto do sistema capitalista, que tira dos pobres para dar aos ricos. Um sistema econômico que privilegia a ganância, que não preserva o meio ambiente e, com isso, ameaça a vida no planeta.
Acredito que muitas pessoas que se dizem de “direita” também apoiam essas propostas. Penso também que, na maioria das vezes, muitos que se dizem de direita é pela desilusão que tiveram com governos ditos de esquerda, mas que, na verdade, não passam também de governos neoliberais, ambos marcados pela corrupção. Por isso, São José precisa de um governo socialista para atender os interesses da maioria da população e não um punhado de ricos e poderosos.
2 – Qual avaliação o senhor faz da atual administração municipal?
SJC vem sendo administrada com a lógica de beneficiar setores empresariais e poderosos, em detrimento das necessidades da maioria da população. É uma cidade rica, com um orçamento anual R$ 4,6 bilhões, mas não oferece serviços de saúde de qualidade, transporte público gratuito e decente ou põe fim à fila das creches ou ao déficit habitacional.
Também não adota qualquer medida para evitar os riscos de uma calamidade ambiental. Ao contrário, toma medidas temerárias como o corte indiscriminado de árvores e quer despejar a comunidade do Banhado para abrir caminho para a especulação imobiliária.
As obras são caras e não melhoram a vida. Ainda existem bairros irregulares por falta de vontade política. Ainda temos bairros sem luz elétrica, como a Ilha Escura, em pleno século 21, na capital da tecnologia.
SJC tem sido governada para atender os mais ricos e grupos políticos, em detrimento da população. O atual governo, como os que antecederam, tem a marca da privatização do serviço público. Essa é a fonte da precariedade dos serviços prestados aos mais pobres.
Isso só tem uma explicação: o dinheiro está indo para as mãos erradas. É o que vamos mudar com a busca do desenvolvimento social, com o fim da terceirização dos serviços públicos e valorização dos servidores e investimentos para atender as demandas da maioria da população.
Faremos isso com a criação de Conselhos Populares, que serão formados por representantes dos trabalhadores, a juventude, desempregados, autônomos e pequenos empresários, eleitos diretamente nos locais de trabalho, estudo ou moradia.
Esses representantes não receberão pagamento para isso e poderão deixar de ser representantes a qualquer tempo, se essa for a vontade daqueles que os elegeram. Ao Conselho Popular Municipal caberá a decisão sobre as políticas públicas e a destinação de 100% do orçamento.
Só assim, o direito à cidade deixará de ser a continuidade dos privilégios dos mais ricos, para atender às necessidades dos mais pobres.
3 – O Jardim Aquarius possui 25 mil moradores (último CENSO do IBGE) e 150 prédios. É um bairro que desafia sua logística e mobilidade. Para saturar ainda mais a região um novo bairro irá surgir em breve no “Terreno das Vaquinhas”. Quais os seus projetos e ideias para otimizar toda a infraestrutura do bairro, visando a qualidade de vida dos moradores e também da população flutuante?(Pergunta realizada para revista Aquarius Life de setembro)
O Jardim Aquarius já foi construído de forma desordenada, visando apenas o lucro das construtoras. Os prédios são muito próximos um do outro, formando uma barreira que impede a passagem de vento, formando uma “ilha de calor”. O correto seria manter um intervalo de, no mínimo, 12 metros entre os prédios para evitar isso.
Quanto ao terreno, temos rever o projeto de construção de um novo bairro, pois afeta a preservação da APP e vai aumentar os problemas que já sofrem os moradores do Aquarius, não apenas com o trânsito, mas com o comprometimento da qualidade do ar. Nossa proposta é construir no local um grande parque como o Parque Ibirapuera, com a construção de um Jardim Botânico, para estudo das espécies nativas da região. Transformar o local em mais um pulmão da cidade.
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