
Sem tempo para ir à farmácia, logo cedo já solicito uma entrega de remédio via aplicativo. Em poucos minutos recebo o medicamento no conforto da minha casa. Estou atrasado, preciso ir ao trabalho. Com mais alguns toques já tenho um motorista vindo me buscar. Como estou sem dinheiro “vivo”, tanto o remédio como a viagem de carro eu coloco no crédito – até porque só irei pagar na data da fatura, o que me dá alguns dias de folga no orçamento. Antes de almoçar, recebo orientação do meu chefe de que tenho uma reunião no início da tarde.
Irei com o carro da empresa, mas nunca fui ao local e também não imagino qual seja o melhor trajeto até meu compromisso. Mas, basta digitar o endereço que recebo de imediato opções de deslocamentos com quilometragem e tempo estimado. Para completar, ainda sou informado sobre acidentes e eventuais transtornos do tráfego como buracos no asfalto e carros quebrados. Não corro, mas ainda sou comunicado sobre pontos de radares e comandos policiais – além de qualquer outro transtorno que ocorra no trânsito.
Após o fim do expediente, penso em dar uma pedalada. Volto ao celular e já localizo uma bicicleta em um lugar próximo. Depois do passeio ainda tenho pique para um rolê de patinete. A fome chegou. Momento da última refeição. Cansado, prefiro pedir a promoção de um delivery.
Todo o meu dia é feito pelo celular. Como imaginar uma facilidade desta há 20 anos? E daqui há vinte anos, como estará a mobilidade urbana nas cidades?