Governador de SP, Tarcísio defende Bolsonaro após prisão domiciliar e chama decisão do STF de absurda em vídeo publicado nas redes sociais

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se manifestou publicamente nesta segunda-feira (4) e declarou que a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro é um “absurdo”. Em vídeo divulgado na rede social X (antigo Twitter), Tarcísio defende Bolsonaro e critica duramente a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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A medida judicial foi tomada após Moraes apontar o descumprimento de medidas cautelares pelo ex-presidente, entre elas o uso de redes sociais – próprias e de terceiros – para promover sua imagem e incitar apoio político. A decisão inclui a proibição do uso de celulares e o veto a visitas, com exceção de advogados e familiares diretos.
Na publicação, o governador classificou a prisão como injusta. “A verdade é que Bolsonaro foi julgado e condenado muito antes de tudo isso começar. Uma tentativa de golpe que não aconteceu, um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar”, afirmou. E acrescentou. “Vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la? Será que não está claro que estamos avançando em cima de garantias individuais?”, questionou o governador.
Ele também apelou às instituições para que contribuam com a redução da crise política. “Já passou da hora das instituições tomarem iniciativas para diminuir a crise, acabarem com uma disputa que resulta em soma zero. Tarcísio encerrou o vídeo com um recado direto ao ex-presidente e seus apoiadores.
“Hoje, cada um dos brasileiros de bem que acredita na liberdade, na democracia e na justiça, está sendo punido também. Mas saibam, não vão calar o movimento. Força, presidente. Estamos com você”, encerrou.
Contexto da decisão de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes baseou sua decisão na publicação de vídeos e imagens do ex-presidente assistindo às manifestações do domingo (3), mesmo estando proibido de se expressar pelas redes. O conteúdo foi compartilhado por aliados próximos, incluindo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e o pastor Silas Malafaia.
Para Moraes, houve “flagrante desrespeito” às medidas impostas anteriormente.
“A justiça não permitirá que um réu a faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico. A justiça é igual para todos”, escreveu o ministro na decisão.
Além de manter a tornozeleira eletrônica, Moraes proibiu Bolsonaro de manter contato com embaixadores e aliados, e determinou que qualquer visita adicional seja previamente autorizada pelo STF.