“A área destinada ao Parque é bem menor que a área total de remanescentes de Cerrado na região, o que pode resultar no desparecimento destes focos nativos da paisagem joseense”, afirma Wilson Cabral
Não é todo joseense que sabe, mas a cidade possui focos preservados de Cerrado. E existe um projeto recente na Câmara Municipal, de autoria do vereador Dilermando Dié, que prevê a criação do Parque Municipal do Cerrado na região sul, em área delimitada no Plano Diretor (lei complementar 612/18), próxima aos Conjuntos Residenciais Dom Pedro I e II.
De acordo com a proposta o parque deverá ser aberto à população, com pista para caminhada, playground, academia ao ar livre, quadras poliesportivas e de tênis, campos de futebol, pista de skate e espaços para apresentações.
Para o professor, especialista em meio ambiente e sustentabilidade, Wilson Cabral, o projeto é interessante, mas não garante a conservação de todos os remanescentes de Cerrado de São José dos Campos. “A área destinada ao Parque é bem menor que a área total de remanescentes de cerrado na região. E a nova lei de zoneamento suprimiu as zonas de proteção ambiental da região sul. Isto pode acarretar no desaparecimento dos remanescentes de cerrado da paisagem joseense”, afirmou.
A grande quantidade de instrumentos de lazer é outro elemento desfavorável à preservação, segundo o especialista. “Isto pode comprometer a área que deveria ser prioritariamente para conservação do Cerrado. Isso deve ser repensado. Mas, de qualquer forma, o projeto é importante do ponto de vista urbanístico”, avaliou.
O projeto que institui o Parque Municipal do Cerrado foi lido na 65ª sessão, em outubro, e recebeu parecer favorável dos relatores nas comissões de Justiça e Redação, Economia e Planejamento Urbano.