Reservatórios operam em faixa de restrição, com chuvas abaixo da média e risco crescente de escassez; represa de Jaguari/Jacareí faz parte do Sistema Cantareira

O Sistema Cantareira chegou ao menor volume em quase uma década nesta terça-feira (2), acendendo um alerta para especialistas e autoridades sobre o risco de nova crise hídrica em São Paulo e entorno. Com apenas 20,8% da capacidade total, o conjunto de represas que abastece cerca de 9 milhões de pessoas vive seu pior índice desde 2015.
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Volume mais baixo em 10 anos
Os dados divulgados pela Sabesp mostram que o Sistema Cantareira opera hoje com menos da metade do volume registrado há um ano, quando marcava 45,1%. Durante a crise hídrica de 2015, o volume chegou a índices negativos, atingindo -9,7%, cenário que especialistas temem ver se repetir caso o regime de chuvas não se normalize.
Chuva abaixo da média agrava represas
A quantia de chuva que caiu sobre as represas em novembro ficou abaixo do esperado: foram registrados 108 mm, quando o previsto era 151 mm. A previsão é que dezembro siga com precipitações menores que a média histórica, o que dificulta a recuperação dos reservatórios.
Segundo o pesquisador Alexandre Uezu, o cenário preocupa. “Se o padrão de chuva abaixo da média continuar, entraremos na próxima estação seca com volume muito baixo. O risco de escassez hídrica aumenta bastante”, disse.
Operação segue em faixa de restrição
A Agência Nacional de Águas confirmou que o Sistema Cantareira permanecerá em “faixa de restrição” durante todo o mês de dezembro. Nessa condição, a Sabesp pode retirar até 23 m³/s do sistema, além de captar 7,6 m³/s da represa Jaguari, em Igaratá e Jacareí, que integra a bacia do Rio Paraíba do Sul.
A represa Jaguari/Jacareí é uma das mais importantes do conjunto e tem papel estratégico no abastecimento da Grande São Paulo. Com capacidade para 22 mil litros por segundo, o reservatório é fundamental dentro da engenharia hídrica paulista.
Reflorestamento e proteção de mananciais entram na pauta
Especialistas reforçam que não basta economizar água: é necessário investir em preservação ambiental. Dentre as ações defendidas estão:
reflorestamento de áreas degradadas,
recuperação de margens e nascentes,
proteção das áreas de preservação permanente.
“Precisamos restaurar áreas que protegem os cursos d’água para aumentar a resiliência do Cantareira às mudanças climáticas”, destacou Uezu.
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