População de São José dos Campos não aguenta mais conviver com a rotina da falta de água. Por Marco Osio Pugliesi

A crise do abastecimento em São José dos Campos é uma das principais queixas que chegam à redação da Life. Todos os transtornos referentes à falta de água ficam ainda mais significativos em tempos de pandemia – já que a limpeza e higienização frequentes são processos essenciais no combate ao novo coronavírus.
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Cansada de reclamar, sem efeito, nos canais de comunicação da Sabesp, a população correu atrás dos vereadores, que pressionados, convocaram uma importante reunião virtual com a superintendência da estatal, realizada na terça (20). Vale ressaltar aqui, prezado leitor, que a intenção dos vereadores era convocar uma reunião presencial no Plenário da Câmara – fato negado pelos diretores da Companhia de Saneamento. A própria Life já tentou diversas vezes agendar uma reunião com representantes da empresa, sem sucesso!
A reunião na Câmara foi presidida pelos vereadores Lino Bispo (PL) e Marcão da Academia (Democratas), respectivamente segundo vice-presidente e primeiro secretário da Mesa Diretora, e atendeu solicitação do líder do PL, por meio do requerimento 244/21, aprovado por unanimidade durante a 6ª sessão ordinária do ano, em fevereiro.
Os questionamentos dos vereadores foram respondidos pelo superintendente da Sabesp do Vale do Paraíba, Sérgio Bekerman, e pelo diretor distrital, José Geraldo da Fonseca Júnior. Sabatinados pelos representantes do legislativo joseense, os executivos anunciaram um investimento de R$ 25 milhões para obras de melhoria em todo o sistema de abastecimento da cidade – além de projetos como a instalação de uma empresa no município que utilizará insumos da própria Sabesp, como resíduos orgânicos, para a geração de energia elétrica.
Também houve solicitações para solucionar soleiras negativas (quando a calçada, em vez de ter a caída para a sarjeta, tem queda para o lado do imóvel), assim como a solicitação de esclarecimentos do trabalho executado no combate ao desperdício de água e da apresentação de indicadores sobre o tratamento da água e do esgoto coletado em São José.
Os vereadores consideraram a reunião produtiva. Mas, não são eles que ficam sem água em casa. O real desfecho do encontro entre vereadores e diretores da Sabesp será percebido pela população a partir de maio – época em que começa o período de estiagem e a crise no abastecimento, tradicionalmente, tende a se agravar.
Somente como informação, amigo leitor, o contrato entre Sabesp e prefeitura de São José dos Campos é válido até 2038! Se o povo não pressionar, vai faltar água!
Outros pontos discutidos
Também foram citadas a necessidade da construção de novos reservatórios de água, incluindo algumas obras em andamento nas regiões norte e sudeste, e de rede de esgoto nos bairros Santa Helena, Santa Hermínia e em parte da Av. Tancredo Neves, na Vila Araújo. Além da instalação de redes coletoras de água na entrada do Residencial São Francisco, e manutenção de adutoras nos bairros Chácaras Oliveiras e Vila Araújo.
Ainda foram relatados casos de descarte irregular de esgoto nos rios que passam sob as pontes Maria da Penha, na Vila Esmeralda, e Minas Gerais, em Santana, ambas na região norte; problema de mau cheiro nos bueiros do bairro Vila Ema e vazamento de esgoto em várzeas, no distrito de Eugênio de Melo e na rua Beijoeiros, no Pousada do Vale.