Moradora de São José dos Campos, Dilce de Fatima Rossetti é relacionada em pesquisa da Universidade de Stanford (EUA) que fez análise do ranking mundial de cientistas. Confira entrevista com a geóloga, que já publicou 200 artigos em revistas especializadas ao longo de 33 anos de carreira
Capital brasileira da tecnologia aeroespacial, São José dos Campos é celeiro de grandes pesquisadores e cientistas em escala mundial. E dentre os 600 cientistas mais influentes do Brasil na atualidade, um deles atua no INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais) e mora em São José dos Campos. Trata-se da pesquisadora, doutora Dilce Rossetti. Ela é relacionada em pesquisa da Universidade de Stanford (EUA) que fez análise do ranking mundial de cientistas. Dilce estuda principalmente a evolução geológica da Amazônia. “Dentro dessa abordagem, apresentei vários artigos mostrando a importância de incluir dados geológicos na análise da biodiversidade amazônica” afirma.
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O resultado do ranking foi publicado em matéria recente do Journal Plos Biology, datada de 16 de outubro de 2020. O ranking elenca os 100 mil tops cientistas do mundo, segundo os bancos de dados utilizados, até 2019. Dentre o universo de 100 mil nomes, 600 são brasileiros, sendo um de São José dos Campos.
Para o estudo foram usadas as citações da base de dados Scopus, que atualiza a posição dos cientistas em dois rankings: o impacto do pesquisador ao longo da carreira, o impacto do pesquisador em um único ano, neste caso o ano de 2019.
Confira entrevista exclusiva com a doutora Dilce de Fatima Rossetti, geóloga que atua no setor de “Observação da Terra”, no INPE, e que já publicou quase 200 artigos em revistas especializadas ao longo de mais de 33 anos de carreira
Life – Seu nome consta dentre os 600 pesquisadores mas influentes do Brasil, em lista mundial que conta com 100 mil nomes…Quais pesquisas, ou trabalhos, você acredita que foram essenciais para alavancar seu nome nesta lista?
Doutora Dilce Rossetti – Essa lista foi elaborada com base em um cálculo matemático levando em consideração vários parâmetros, principalmente o impacto junto à comunidade científica. Isso, de maneira mais simples, pode ser traduzido por quanto uma determinada publicação é citada por outros autores. Publiquei quase 200 artigos em revistas especializadas ao longo da minha carreira. Grande parte dessa produtividade trata de temas relacionados com a evolução geológica da Amazônia. Esse tema, por si só, tem grande interesse cientifico. Dentro dessa abordagem, apresentei vários artigos mostrando a importância de incluir dados geológicos na análise da biodiversidade amazônica. Um desses artigos recebeu prêmio do artigo mais citado no período 2005 a 2010, publicado pela editora Elsevier. Muitos outros artigos trataram, de maneira inédita, de mudanças ambientais no ecossistema amazônico causadas por abalos sísmicos. Alguns desses eventos foram bastante recentes e causaram a substituição da floresta por vegetação do tipo savana, ou provocaram grandes perturbações no ambiente, inclusive com a destruição local da floresta. Esses são temas que tenho abordado de maneira pioneira e, portanto, os artigos publicados tiveram grande interesse pela comunidade cientifica.
Life – Qual a sensação por estar na lista?
Doutora Dilce Rossetti – Nada mais do que simplesmente de dever cumprido, o que é uma sensação muito boa. Saber desse reconhecimento me deixa com a consciência tranquila de ter feito bom uso do apoio dado pela minha instituição (INPE) e, antes disso, pelo MPEG e por todos os órgãos de fomento que possibilitaram a execução dos projetos de pesquisa que coordenei.
Life – Outras informações que gostaria de destacar?
Doutora Dilce Rossetti – Só mencionar que essa menção não é mérito exclusivo meu, mas reflete o trabalho conjunto de inúmeros colegas e estudantes de pós-graduação com os quais tive o privilégio de trabalhar ao longo de mais de 33 anos de carreira. Fico envaidecida de, nessa lista, estar representando cada um deles.
2 Respostas
Entre os 100 mil qual é o ranking dos brasileiros e no caso da doutora? Fiquei curioso! De qualquer forma parabéns.
Quero ver uma foto dela legivel. Sou aposentada ha 22 anos do INPE nao me lembro dela.