Operação Argos apreende R$90.324, armas, munições e drogas; dois suspeitos foram presos em São José dos Campos

A Operação Argos marcou uma ofensiva da Polícia Civil contra a estrutura financeira do crime organizado na RM Vale do Paraíba. Na manhã desta terça-feira (7), agentes da 1ª Delegacia de Investigações Gerais (1ª DIG/DEIC) cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados a uma célula regional do PCC e apreenderam R$ 90.324,00 em espécie, armas, munições, drogas e documentos contábeis — além de prender dois suspeitos apontados como operadores do caixa da quadrilha.
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A ação, fruto de três meses de investigação e monitoramento, teve como endereço principal uma residência no Jardim Nova Michigan. Equipes especializadas — 15 policiais distribuídos em seis viaturas — atuaram simultaneamente para preservar o efeito surpresa e impedir destruição de provas. Segundo a Polícia Civil, o material recolhido comprova a sistematização do fluxo de recursos utilizados pelo grupo.
Caixas, contabilidade e munição de alto poder
No cumprimento dos mandados foram apreendidos sete aparelhos celulares, um contador de cédulas, cadernos com anotações de contabilidade do tráfico, e oito tijolos de maconha. No setor bélico, os investigadores recolheram um revólver calibre 38 municiado e 50 munições de fuzil calibre 5.56 — munição de uso restrito, associada a fuzis e de alto poder lesivo em ambiente urbano.
Dois homens foram presos em flagrante: S.M.A.G., 34 anos, e G.G.A.S., 30 anos. Ambos, segundo a autoridade policial, tinham papel central no gerenciamento do dinheiro arrecadado pela organização, sendo responsáveis pelo ajuntamento e armazenamento dos lucros antes do envio a escalões superiores da facção. Os presos foram autuados por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, porte de munições de uso restrito e permanecem à disposição da Justiça.
Batizada como Argos — em alusão ao gigante mitológico Argos Panoptes, com cem olhos — a operação simboliza a estratégia adotada pela delegacia: vigilância ampla e contínua para identificar os vários olhos e mãos da organização.
A abordagem privilegiou o recolhimento de dispositivos eletrônicos e documentos contábeis, elementos essenciais para remontar a trilha do dinheiro. Segundo a autoridade policial os dados digitais e os cadernos serão objeto de perícia e confrontados com movimentações financeiras e outras informações de inteligência para mapear toda a cadeia de pagamento e lavagem.
As próximas etapas incluem a perícia dos celulares e o espelhamento das informações encontradas, quebra de sigilos telemáticos quando necessário e cruzamento dos cadernos com provas bancárias e registros de terceiros. A expectativa da Polícia Civil é que a análise do material conduza a novos pedidos de prisão e mandados de busca, possivelmente em escalões hierarquicamente superiores da facção.
A investigação prossegue. A Polícia Civil reforça o compromisso de aprofundar a análise financeira e digital do material apreendido e convoca a população a colaborar com denúncias anônimas sobre movimentações suspeitas, para que novas fases da operação sejam cumpridas com a mesma precisão.
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