Após sete anos de imbróglio e medidas judiciais, empresa goiana assinou contrato e aguarda emissão da Ordem de Serviço para começar os trabalhos no Jardim das Indústrias. Previsão de término em 18 meses

Agora é oficial. E com contrato devidamente assinado. Após sete anos do seu início, a Arena Municipal de Esportes apresenta um cronograma com desfecho final. A empresa goiana Porto Belo Engenharia e Comércio Ltda firmou vínculo com a prefeitura na manhã desta sexta-feira (10).
Com a homologação, a construtora aguarda apenas a emissão da Ordem de Serviço para começar os trabalhos. Isto deve ocorrer em 10 dias. A previsão de término é de 18 meses. Assim como o “Teatro Invertido” do Parque da Cidade, a obra inacabada da Arena, batizada de “Esqueletão” pelos moradores, é considerada uma das maiores vergonhas públicas de São José dos Campos, sinônimo de desperdício de dinheiro dos cofres municipais.
Sem parcerias com o setor privado, a prefeitura de São José usará exclusivamente dinheiro público para a conclusão da obra, que no primeiro contrato, de 2011, estava avaliada em R$ 33,4 milhões, R$ 8 milhões mais barata do que o valor oferecido pela Porto Belo na nova licitação.
A nova arena tem promessa da prefeitura de comportar cerca de 5 mil pessoas.
Novela e uma das vergonhas da cidade – A arena foi idealizada e teve suas obras iniciadas pelo governo de Eduardo Cury (PSDB) em 2011, com entrega prevista para 2012. Mas, devido à entraves políticos, a arena, que deveria ser motivo de orgulho, virou vexame para a cidade, assim como o famoso teatro invertido no Parque da Cidade. A gestão mudou e, em maio de 2013, a obra atrasada foi interrompida pelo então prefeito da cidade, Carlinhos Almeida (PT).
O Tribunal de Contas do Estadual (TCE) do Estado de São Paulo, em 2016, apontou um prejuízo de R$ 4 milhões aos cofres públicos da prefeitura. Os ex-prefeitos Eduardo Cury e Carlinhos Almeida foram multados em R$ 7.065 e R$ 3.768. Na avaliação do Tribunal, houve falta de planejamento adequado à execução da obra, que resultou nas sucessivas prorrogações de prazo e nas significativas alterações do projeto básico, acabando por descaracterizar o objeto ao longo da execução.
Do total de R$ 33 milhões estipulados na licitação, mais de R$ 14 milhões foram gastos no interminável projeto. Em 2017, a secretaria de Obras do governo apresentou levantamento de que a obra precisaria de um orçamento de cerca de R$ 50 milhões para ser finalizada. Com aproximadamente 40% dos serviços concluídos, segundo a prefeitura atual, a arena possui 10 mil metros quadrados de área construída.