Maguila, ícone do boxe brasileiro, morre aos 66 anos devido à encefalopatia traumática crônica, deixando um legado histórico no esporte
O boxe brasileiro se despede nesta quinta (24) de um de seus maiores ídolos. José Adilson Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Maguila, faleceu aos 66 anos, vítima de encefalopatia traumática crônica (ETC), uma condição degenerativa causada por repetidos golpes na cabeça, comum entre pugilistas. A morte de Maguila encerra uma trajetória de grande impacto tanto nos ringues quanto fora deles, marcada por conquistas esportivas e uma personalidade carismática que transcendia o boxe.
Para ter a notícia mais rápida, junte-se ao nosso grupos de avisos rápidos no Whatsapp.
Maguila foi um dos principais representantes do boxe peso-pesado no Brasil. Ao longo de sua carreira, ele somou um impressionante cartel de 85 lutas, com 77 vitórias, sendo 61 por nocaute, e apenas sete derrotas. Sua ascensão no esporte começou nos anos 1980, quando foi descoberto pelo narrador Luciano do Valle, que viu em Maguila um talento promissor e o colocou para treinar com o lendário técnico Angelo Dundee, responsável por dirigir nomes como Muhammad Ali e George Foreman.
Apesar das críticas que recebeu ao longo da carreira, sobretudo pela qualidade de alguns adversários e falta de técnica em momentos decisivos, Maguila se consagrou campeão Sul-Americano e, em 1995, conquistou o título mundial da Federação Mundial de Boxe (FMB), ao derrotar o britânico Johnny Nelson. Embora tenha sido derrotado em lutas memoráveis contra gigantes como Evander Holyfield e George Foreman, seu nome ficou gravado na história do boxe nacional como um guerreiro incansável.
Além das glórias no esporte, Maguila também era conhecido por sua personalidade folclórica. Fora dos ringues, ele conquistou o público como comentarista de TV, participou do humorístico Show do Tom e gravou um CD de samba intitulado Vida de Campeão. Maguila era muito mais que um boxeador; era uma figura cativante que, com seu jeito simples e humilde, conquistou o Brasil.
Nos últimos anos, a luta mais difícil de Maguila foi contra a ETC, doença semelhante ao Alzheimer, que afetou sua saúde de maneira devastadora. O ex-lutador passou os últimos anos de vida internado em uma casa de repouso, onde recebia cuidados. Sua morte marca o fim de uma era e deixa um legado indelével no esporte brasileiro.
Maguila parte, mas sua memória e suas conquistas permanecerão vivas nos corações dos fãs de boxe e de todos os brasileiros que acompanharam sua trajetória de superação e sucesso.
Veja também
Furto de bicicleta em São José dos Campos é flagrado por câmeras