Mercado teme perda de soberania tecnológica da Embraer

Especialistas comemoram possibilidade de venda ao exterior com parceria da Boeing, mas temem perda de inovação aos EUA

Foto Life

joint venture (empreendimento conjunto) firmada entre Boeing e Embraer no segmento de aviação comercial nesta quinta-feira (5) divide opiniões do mercado. Se por um lado há economistas que comemoram a possível expansão da área brasileira, que poderá vender seus jatos no mundo todo de carona na capilaridade da americana Boeing, outros temem a perda da soberania tecnológica da fabricante de jatos.

Vale lembrar que a aquisição de 80% da empresa brasileira pela Boeing, avaliada em 3,8 bilhões de dólares, não inclui as áreas militar, de serviços e de aviação executiva.

Ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros afirma que a joint venture se tornou fundamental para as duas empresas, principalmente após a união de Bombardier com Airbus. “A Embraer terá mais credibilidade no mercado e poderá usar a força da marca Boeing em suas operações”, analisa ele, que também foi Ministro das Comunicações em 1998.

Na avaliação de Mendonça de Barros, não há risco de a inovação da Embraer ser perdida a territórios americanos, tampouco de o Brasil ser prejudicado nesta transação. “A tecnologia é da empresa e será sempre dela. O contrato dessa joint venture foi muito bem feito, de forma a preservar os interesses do país.”

Após estudar as operações da Embraer para sua tese de doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) há cinco anos, Lívia Moraes chegou a uma conclusão: a fabricante estaria cada vez mais vulnerável ao mercado financeiro.

No projeto, a professora apontou em quatro etapas a tendência de que a empresa seria vendida ao exterior.  A primeira foi a privatização em 1994, seguida pela venda das ações na bolsa de NY em 2001, pulverização do capital em 2006 e, por fim, a mudança de razão social — de Empresa Brasileira de Aeronáutica para Embraer — em 2010.

Defesa do país

“A montagem dos aviões deve continuar no Brasil porque a força de trabalho é barata, mas temo que o projeto dos jatos vá para os EUA. Se nem o governo do PT, que afirma defender os trabalhadores, bloqueou as 4 mil demissões da Embraer em 2011, não acredito que Temer vá vetar este acordo”, lamenta.

Em seu Twitter, o economista Marcio Pochmann declarou oposição à parceria, antecipando que o presidente Temer está “entregando a empresa aos neoliberais”.

O ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) afirmou que a Embraer terá dificuldades para vender seus jatos à Àsia, uma vez que a Boeing é americana e o presidente Donald Trump criou uma guerra comercial com a China.

“Com o negócio Embraer-Boeing pronto, o Brasil arrisca perder centros de desenvolvimento tecnológico e o acesso aos mercados asiáticos frente à guerra comercial aberta entre EUA e China”, escreveu ele, em sua rede social.

Fonte Veja

LIFE | cotidiano - Publicado 08:21 | - Redação

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