Juiz Daniel Toscano visita comunidade Menino Jesus e conhece dificuldades das 300 famílias que vivem sob ameaça de despejo na zona sul de SJC
Na comunidade Menino Jesus, localizada nas Chácaras Reunidas, zona sul de São José dos Campos, uma recente visita trouxe esperança e atenção às dificuldades vividas por cerca de 300 famílias. O juiz Dr. Daniel Toscano, da 8ª Vara Cível de São José dos Campos, esteve na comunidade nesta semana, onde percorreu vielas e conheceu as pessoas que chamam a área de lar, apesar das precárias condições de moradia e infraestrutura.
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A visita do juiz à comunidade Menino Jesus ocorre em meio a um processo judicial de reintegração de posse, já que a área é de propriedade privada. Com a solicitação do dono para retomar o terreno, os moradores enfrentam a possibilidade de despejo e uma luta pela regularização da área que habitam há mais de 20 anos. O juiz Dr. Daniel Toscano demonstrou empatia e sensibilidade ao ouvir as histórias dos moradores, muitos dos quais têm crianças matriculadas em escolas da região e trabalham em empregos informais, ou formais, para sustentar suas famílias.
A comunidade Menino Jesus é habitada por trabalhadores esforçados, crianças que brincam entre ruas de terra e muito pouco apoio institucional. Embora o bairro esteja situado próximo a uma das áreas mais industriais de São José dos Campos, os moradores afirmam que o poder público não reconhece sua existência. “Aqui, somos invisíveis. Nenhum representante do município nos visitou, nem vereadores ou representantes da prefeitura. Só queremos um lugar para viver com dignidade”, declarou Jéssica, mãe de duas crianças, de 9 e 3 anos, que sobrevive com o auxílio do Bolsa Família.
Para a Defensoria Pública, a situação exige cautela. Em junho, uma liminar de reintegração de posse foi expedida, com prazo de apenas 15 dias para desocupação, mas a Defensoria conseguiu suspender a medida, pelo menos temporariamente. Jairo Santos, defensor público, argumentou que o vínculo dos moradores com o local é antigo e forte, com crianças integradas em escolas e famílias estabelecidas. A Defensoria solicitou as matrículas escolares das crianças para reforçar o argumento de que essa população está enraizada na localidade e precisa de uma solução que respeite essa realidade.
A associação de moradores da comunidade tem buscado alternativas de diálogo com as autoridades e o proprietário. A líder comunitária, Kétlin, defende a regularização da área como solução prioritária. “A maioria das famílias trabalha aqui perto. Somos uma comunidade forte e unida, só queremos uma chance de legalizar nossa moradia”, afirmou. Mas, o proprietário, até o momento, se opõe à ideia de regularização, o que faz com que o futuro das famílias permaneça incerto.
Grupos religiosos e sociais têm sido o principal apoio da comunidade Menino Jesus. Pessoas como Gabriel R. Neto, membro da Pastoral da Sagrada Família, mobilizam doações e oferecem apoio legal e emocional aos moradores. “Em uma cidade que se orgulha de ser moderna e desenvolvida, como São José dos Campos, é lamentável que uma comunidade inteira seja deixada à margem”, expressou Gabriel. Ele também acredita que conhecer a realidade da comunidade é importante para conscientizar outros setores da sociedade.
A esperança dos moradores agora está na reunião que será realizada em breve, com representantes das autoridades locais, o proprietário, o advogado dos moradores e a Defensoria Pública. Caso a reintegração seja inevitável, a associação de moradores propôs que a prefeitura ofereça uma área alternativa nas proximidades para realocar as 300 famílias. Mas, a meta principal dos moradores é permanecer em sua comunidade, onde muitos construíram vidas e raízes ao longo dos últimos 20 anos.
A situação da comunidade Menino Jesus revela a necessidade urgente de um olhar mais humano por parte do poder público e dos responsáveis pela decisão judicial. Mais do que uma questão de posse, é uma questão de respeito às famílias que, apesar das adversidades, continuam a lutar por um lugar digno para viver em São José dos Campos.
4 Respostas
Eu moro na comunidade menino jesus desde 2017, por ter duas crianças pequenas na época, e não ter condições de pagar aluguel. Hoje as minhas netas estão formadas pela fundhas que um outro órgão que ajuda muito os menos favorecidos em são José dos Campos, sou grata a Deus,a fundhas e a essa comunidade menino jesus que me acolheu quando eu mais precisei. Hoje se for o caso reintegração, eu não tenho para onde ir.
“Aí tinha um loirão muito doido lá dentro
O loiro olhou pra mim e falou
Qual é? Qual foi? Por quê é que tu ‘tá nessa?
Eu disse não, só por causa que eu ‘tava cantando
Florentina, Florentina
Florentina de Jesus…
Não sei se tu me amas
Pra quê tu me seduz? (…)” Tiririca, 1996.
“Aí tinha um loirão muito doido lá dentro
O loiro olhou pra mim e falou
Qual é? Qual foi?
Por que que é que tu tá nessa?
Eu disse: Não, só porque eu tava cantando
Florentina, Florentina
Florentina de Jesus
Não sei se tu me amas
Pra que tu me seduz? (…)” Tiririca, 1996.
O MAIS NECESSITADO DA COMUNIDADE PESA 6 ARROBAS , QUE FALTA FAZ UM TRABALHO 😤😤😤😤😤😤😤😤