Transtorno do pânico é definido pela medicina como um período de muito medo ou desconforto, que pode durar até trinta minutos e vem acompanhado de fortes sintomas psíquicos e somáticos
Apesar de não ser do conhecimento popular, o transtorno do pânico atormenta 2% da população do planeta segundo a Organização Mundial da Saúde. Conhecida como síndrome do pânico, a moléstia caracteriza-se como um forte e incontrolável transtorno de ansiedade generalizado, em que a preocupação e tensão são predominantes e podem durar até trinta minutos.
“Os ataques de pânico estão entre os diagnósticos mais frequentes que levam os pacientes a procurar atendimento em serviços clínicos de emergência. Cerca de 90% dos pacientes acreditam que têm um problema físico e não um problema psiquiátrico ou psicológico”, afirma o neuropsiquiatra Carlos H. Ferreira Banys.O especialista explica que é muito comum o paciente fazer uma verdadeira “peregrinação”, consultando-se com médicos de outras áreas e fazendo diversos exames desnecessários.
“As queixas somáticas variam e vão de diarréia e náusea à dificuldade de respirar, sensação de sufocação, dor no peito e tonteira”, acrescenta, antes de enfatizar que o transtorno tem início súbito e atinge o grau máximo rapida-mente. Conforme abordagem do psiquiatra podem ocorrer diversos tipos de ataque de pânico. “O mais comum é o ataque espontâneo, definido como aquele que não está associado a nenhuma situação desencadeadora conhecida. Outro tipo é o situacional, que ocorre quando o indivíduo se depara ou expõe a certas situações, como por exemplos trânsito e multidões”, conta.
Um fato interessante é que cerca de 40% dos pacientes apresentam ataques durante o sono, caracterizados por despertar súbitos e terror. “Também existem os ataques relaciona-dos a contextos emocionais, como problemas familiares”, completa o médico.
Apesar de “bem conhecida” pela medicina, o transtorno segue produzindo novas teses e fases pelos especialistas. Uma delas trata sobre a evitação fóbica. “As pessoas ficam tão amedrontadas de sofrerem um novo ataque que evitam estar em locais de onde seja difícil ou embaraçoso escapar ou obter ajuda perante o risco de uma nova crise. É chamada de ‘agorafobia’. Ela está associada ao medo de perder o controle, desmaiar ou morrer, em aspectos como ficar sozinho em casa, rua ou locais que concentram grande público”, frisa o médico.
Para ter a notícia mais rápida, junte-se ao nosso grupos de avisos rápidos no Whatsapp.
Para minimizar o caso e se sentir “protegido”, o entrevistado conta que o paciente prefere andar acompanhado, mesmo se a companhia for incapaz de ajudá-lo, como uma criança ou animal de estimação. “Um indivíduo ‘agorafóbico’ pode ficar totalmente limitado e incapacitado de conviver socialmente. A ‘agorafobia’ pode ser crônica e atuar independente da presença de ataques de pânico. O tratamento médico é essencial para a superação dos traumas”, aborda.
Outra questão interessante consiste no fato de que o transtorno do pânico pode estar associado à depressão, podendo precedê-la, sucedê-la ou mesmo ocorrer de forma simultânea. No que se refere à idade dos afetados o transtorno do pânico é muito variável, ocorrendo geralmente entre o final da adolescência e os 30 anos. Um pequeno número de casos começa na infância e o início após os 45 anos é incomum.
“A evolução é geralmente crônica, porém oscila muito. Alguns indivíduos podem ter alguns surtos com intervalos longos, de muitos anos, sem sintomas, enquanto outros podem apresentar sintomas graves e contínuos, sem intervalos”, encerra o neuropsiquiatra.
O ataque de pânico alcança um pico de aproximadamente 10 minutos e é caracterizado por 4 ou mais dos sintomas abaixo:
1 – Falta de ar
2 – Vertigem; sensação de desmaio
3 – Palpitações ou ritmo cardíaco acelerado
4 – Tremor ou abalos
5 – Sudorese
6 – Sufocamento
7 – Náusea ou desconforto abdominal
8 – Despersonalização
9 – Anestesia
10 – Ondas de calor ou frio
11 – Dor ou desconforto no peito
12 – Medo de morrer
13 – Medo de enlouquecer ou cometer ato descontrolado