Um dos maiores vexames políticos de São José encontra-se com 30% da execução realizada

Assim como o famoso “Teatro Invertido”, a Arena Municipal de Esportes representa com precisão o significado de desperdício do dinheiro público em São José dos Campos. Iniciada em 2011 e paralisada em 2013, as obras foram retomadas no ano passado e arena agora já recebe as vigas da cobertura, que podem ser vistas da avenida Cassiano Ricardo. Em construção no Jardim das Indústrias (região oeste), a Arena Poliesportiva será a casa das equipes esportivas joseenses. A edificação terá capacidade para 5 mil pessoas, que poderão torcer para os times da cidade, num ambiente moderno e confortável, no mesmo nível dos ginásios top do Brasil.
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Dentro do cronograma, a obra está com aproximadamente 30% de execução realizada. Neste momento, os trabalhos se concentram no içamento das peças de suporte da cobertura, com apoio de guindaste, munck e plataformas. Já foram lançadas as duas treliças principais da estrutura.
A cobertura metálica, que está sendo fabricada no sul do país, segue o modelo das melhores construções para eventos de esporte. Com mais de mil toneladas, a estrutura será composta por perfis de aço e telhas termoacústicas, que vão proporcionar mais conforto ao público.
Arena – A quadra poliesportiva servirá às diversas equipes apoiadas e mantidas pela Prefeitura, tanto das categorias de base do programa Atleta Cidadão como as do Alto Rendimento. Alguns exemplos são os times de futsal, handebol, basquete e vôlei, esportes de quadra com bom número de torcedores simpatizantes. O espaço da Arena também poderá comportar apresentações artísticas, competições e eventos oficiais de outras modalidades, como judô, taekwondo, luta olímpica, karatê, ginástica (artística e rítmica).
No prédio principal, um grande hall estará disponível para recepções, exposições, entrevistas coletivas e visitas à galeria de troféus. Futuramente, o espaço poderá ser usado também para mostras virtuais, com uso da tecnologia digital.
As arquibancadas, com cadeiras numeradas, estarão equipadas para atender também as pessoas com mobilidade reduzida. Acima, ambientes elevados abrigarão instalações para a imprensa (rádio, televisão, jornal e site) e camarotes para autoridades e convidados.
Para acompanhamento do evento pela torcida, será instalado um placar eletrônico de LED, de alta resolução. O equipamento ficará na altura do centro da quadra e terá quatro faces, com recursos em vídeo e informações sobre tempo de jogo, resultado, performance dos atletas e estatísticas online das equipes.
Os ambientes internos de convivência, como camarotes e hall, serão climatizados, com sistema eficiente e de baixo consumo de energia.
Novela – Conforme o projeto original, o complexo deve ter capacidade para 5 mil espectadores. A arena foi idealizada e teve suas obras iniciadas pelo governo de Eduardo Cury (PSDB) em 2011, com entrega prevista para 2012. Mas, devido à entraves políticos, a arena, que deveria ser motivo de orgulho, virou vexame para a cidade. A gestão mudou e, em maio de 2013, a obra atrasada foi interrompida pelo então prefeito da cidade, Carlinhos Almeida (PT).
O Tribunal de Contas do Estadual (TCE) do Estado de São Paulo, em 2016, apontou um prejuízo de R$ 4 milhões aos cofres públicos da prefeitura. Os ex-prefeitos Eduardo Cury e Carlinhos Almeida foram multados em R$ 7.065 e R$ 3.768. Na avaliação do Tribunal, houve falta de planejamento adequado à execução da obra, que resultou nas sucessivas prorrogações de prazo e nas significativas alterações do projeto básico, acabando por descaracterizar o objeto ao longo da execução.
Do total de R$ 33 milhões estipulados na licitação, mais de R$ 14 milhões foram gastos no interminável projeto. Em 2017, a secretaria de Obras do governo apresentou um levantamento de que a obra precisaria de um orçamento de cerca de R$ 50 milhões para ser finalizada. Com aproximadamente 40% dos serviços concluídos, segundo a prefeitura atual, a arena possui 10 mil metros quadrados de área construída.