Infestação de bagres mortos muda cenário de praias de Caraguatatuba, provoca ferimentos em banhistas e aciona alerta das autoridades ambientais

Uma imensurável quantidade de bagres mortos vêm preocupando moradores e turistas em Caraguatatuba após uma infestação que atingiu diversas praias da cidade, especialmente Martim de Sá e Indaiá. O problema, que se intensificou no fim de semana (29 e 30), provocou acidentes e deixou banhistas feridos.
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Infestação de bagres provoca acidentes nas praias
A grande quantidade de bagres mortos espalhados na areia e no mar transformou a orla de Caraguatatuba, do Porto Novo à Mocóca, em um cenário de risco. Os ferrões desses peixes — mesmo após a morte — permanecem ativos por horas, o que aumenta o perigo para quem entra na água.
Um dos casos mais graves aconteceu na Praia Martim de Sá no sábado (29). O fotógrafo Fábio Ramos (foto principal), de 47 anos, foi atingido no rosto pelo ferrão de um bagre enquanto nadava próximo ao quiosque Canto Bravo. Após buscar ajuda no posto do GBMar, ele foi encaminhado ao hospital, onde o ferrão foi removido com segurança. Fábio passa bem, apesar do susto. As informações são do jornalista Salim Burihan.
Possíveis causas da mortandade

Segundo relatos de moradores e banhistas, a presença dos peixes pode estar relacionada ao descarte acidental por embarcações que fazem pesca de arrasto — prática comum em áreas destinadas à captura de camarão. Como os bagres não têm valor comercial, acabam descartados e são trazidos à costa pela maré.
Mas, a prefeitura de Caraguatatuba informou à Life que a mortandade pode não ocorrer exclusivamente por descarte pesqueiro. Outros fatores, como toxicidade da água e redução do oxigênio dissolvido, também podem causar episódios semelhantes. A administração municipal destacou que situações desse tipo acontecem anualmente no Litoral Norte e que há relatos em praias de São Sebastião e Ubatuba.
Investigação e monitoramento
A prefeitura comunicou também que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente acionou o Instituto Argonauta e a CETESB para coleta e análise das amostras dos peixes, além de solicitar exames da água das praias afetadas. Os testes buscarão avaliar toxicidade e possíveis alterações na Demanda Bioquímica por Oxigênio (DBO). Somente após as análises será possível definir um diagnóstico conclusivo.
Enquanto isso, guarda-vidas atuam na orientação ao público e recolhimento dos animais. A recomendação é que os banhistas evitem contato com os peixes, mesmo mortos, devido ao risco dos ferrões.
GBMar
Ferrões seguem venenosos mesmo após a morte! Segundo o GBMar, os ferrões continuam ativos por várias horas após a morte do animal, aumentando o risco de ferimentos, especialmente com a grande quantidade de bagres sendo trazidos pela maré.
O que o banhista deve fazer
Evitar caminhar ou nadar em áreas onde a concentração de bagres mortos é maior.
Não tocar nos peixes — mesmo pequenos, os ferrões podem perfurar e inocular veneno.
Acionar guarda-vidas caso encontre animais na areia ou na água.
Em caso de ferimento, procurar atendimento médico imediatamente.
Segunda vez
Em novembro de 2024 milhares de bagres surgiram pelas praias de Caraguá. A situação demanda uma investigação urgente sobre a real causa do fenômeno.
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