Justiça do Trabalho determinou em caráter liminar que o vale-alimentação e o plano de saúde tenham duração até junho de 2021 para os 502 trabalhadores desligados da empresa

Não houve consenso. A segunda audiência entre a Embraer e o Sindicato dos Metalúrgicos terminou sem acordo. Com o imbróglio, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15º Região determinou, de forma liminar, que o plano de saúde e auxílio alimentação seja estendido até junho de 2021 para todos os 502 trabalhadores demitidos.
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A desembargadora Tereza Asta Gemignani questionou a Embraer sobre a chance de oferecer aos trabalhadores um valor parecido aos que aderiram ao PDV (Programa de Demissão Voluntário), mas a empresa disse que não seria possível. Em seguida, ela sugeriu a ampliação dos benefícios aos demitidos, com pagamento de uma indenização de um salário nominal por ano trabalhado a cada funcionário, mais a extensão do vale-alimentação e do plano de saúde.
Embraer
Em nota, a empresa informou que “manteve a coerência de propor o mesmo pacote de benefícios aprovado pela maioria das entidades sindicais que representam profissionais da companhia pelo Brasil, como o Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu, Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio do Estado de São Paulo (SINTEC-SP) e Sindicato Nacional dos Aeronautas. Em todas as negociações, a Embraer reforçou o compromisso de preferência na recontratação dos ex-colaboradores, conforme retomada do mercado e política de recursos humanos da companhia”.
Sindicato
Para o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, a decisão é insuficiente, uma vez que não garantiu a anulação das demissões, principal reivindicação dos trabalhadores. “Consideramos a decisão liminar muito fraca, pois não garante o sustento de milhares de trabalhadores jogados para o olho da rua por conta da ganância da Embraer. A empresa não precisava demitir ninguém, recebeu milhões de reais de dinheiro público por meio do BNDES e ainda mantém para alguns magnatas salários astronômicos, que ultrapassam R$ 1 milhão ao mês”, analisou o diretor do Sindicato Herbert Claros