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Entrevistado: Chico Oliveira

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Música por vocação e arte!

Integrante do “Sexteto do Jô”, Chiquinho Oliveira é um incontestável amante da diversidade musical brasileira. “Cada região tem sua própria linguagem. A música é como um diálogo. A quantidade de integrantes define a variedade da informação”, afirma. Conheça a história deste paulista de Piedade – e de coração joseense – que saiu do interior para fazer sucesso mundo afora

 

Alheio à fama, a simplicidade de Chiquinho Oliveira retrata sua origem interiorana. A infância na pacata Piedade era sacudida por acordes de trompete, trombone e sax. A influência musical – que aliada ao dom resultou em um músico impecável – nasceu enraizada no trompetista.


“Comecei aos 7 anos, por influência do meu pai, meu grande inspirador. Além dele, meus tios, primos e padrinhos também tocavam. Era uma família de músicos”, conta. O inevitável crescimento musical ocorreu em Sorocaba, mais precisamente no conservatório João Batista Julião. O destino cuidou do resto.

“Assim como no Programa do Jô, eu fui me encaixando como elemento extra e as oportunidades foram surgindo em bandas como Brasília Modern Six, Orfeu Negro e Casablanca, dentre outras”, afirma. A consolidação nos grupos foi algo natural. Mas “cansado” de bailes, o instrumentista – em busca de novos rumos e projetos – foi para o Rio de Janeiro “na cara e na coragem”.

Ao mesmo tempo em que se familiarizava com a cidade maravilhosa, sua carreira dava um salto gigantesco. “De repente eu estava tocando com Gonzaguinha, Arthur Maia, Nelson Gonçalves e Jorge Bem. Tive o privilégio de conhecer o Brasil, Japão, Europa e Estados Unidos, além de diversos países da América Latina”, aborda. Fã incondicional da pluralidade musical brasileira, Chiquinho faz questão de enfatizar que não conhece outro país no mundo com tamanha diversidade.

“Mesmo tendo viajado muito pelo Brasil, ainda tem muita coisa que eu não conheço, principalmente no nordeste”, frisa. De volta à atualidade, Chiquinho está com um novíssimo projeto com sua Big Band “Metalmanera”, que consiste em apresentações com repertório composto por bandas de Soul Music dos anos 70 e 80. “O público está adorando”, revela. Confira os principais trechos da entrevista.

 

Aquarius Life – É comum – tanto na música como na vida – termos ponto de referência, pessoas que de alguma forma nos inspiraram em nossas formações. Quem foi seu grande inspirador na música? Aquela pessoa que lhe causava admiração, que aguçou sua vontade em ser músico?

Chiquinho Oliveira – Tudo teve início com meu pai. Em casa, todo mundo era ligado à música. Comecei tocando aos 7 anos, com meu pai,em Piedade. Meu irmão tocava trombone, meu pai gostava do sax. Eu comecei com percussão, em uma família composta por músicos. O contato com a música era total dentro de casa. Meu pai me ensinou até onde ele sabia. Aos 10 anos passei a estudar com professor particular. Fiquei um tempo e depois me mudei para Sorocaba, uma cidade maior, com mais opções e recursos. Estava terminando o ginásio. Paralelo aos estudos freqüentei o conservatório musical João Batista Julião. Naquela época não existia faculdade de música. Quando estava para me formar no conservatório, eu já tocava na noite. O que aparecia eu fazia. Já estava totalmente envolvido com a música.

 

Aquarius Life – Como ocorreu seu ingresso em bandas e orquestras que fizeram grande sucesso nas décadas de 70 e 80? Como as grandes oportunidades foram surgindo em sua carreira?

Chiquinho Oliveira – Eu tocava em uma boate e o músico Sérgio Braz, daqui de SJC, precisava de um trompetista para fazer carnavalem Mogi Mirim. Eu tinha 17 anos. Aceitei o convite e na semana seguinte eu estava no Brasília Modern Six. Fui o sétimo elemento. Aliás, estou sendo sempre o elemento a mais (risos). Fiquei com o Sérgio de 1972 – quando chegueiem São José – até 1981. Daqui fui pra São Paulo tocar com mestre Aloísio Pontes. Aprendi muito com ele. Tocamos juntos na Orfeu Negro, que também foi outra grande escola. Fiquei uns 4 anos lá antes de retornar para São José. Quando voltei, montei bandas para tocarem bailes. A última foi a Casablanca, que foi até 1987. Nesta época, aos 35 anos, estava cansado de bailes e queria projetos novos. Larguei tudo e fui pro Rio de Janeiro com a cara e a coragem. Lá fiz muitos amigos, conheci artistas e fui chamado pela Papa-Léguas´. Trabalhei com Alcione, Nana Caymi, Leila Pinheiro, Elba Ramalho, Jorge Benjor, dentre muitos outros. Tive o privilégio de conhecer o Brasil, Japão, Europa e Estados Unidos, além de diversos países da América Latina.

 

Aquarius Life – Você teve a honra de tocar com diversos monstros da música brasileira como Gonzaguinha, Ivan Lins, Jorge Ben e Hermeto Pascoal; este último – além um excelente multi-instrumentista, compositor e arranjador – é um grande admirador dos sons da natureza. Como é trabalhar com o mestre Hermeto Pascoal? O que você pode dizer sobre sua maneira diferenciada de fazer música?

Chiquinho Oliveira – Hermeto é música pura, 24 horas por dia.  Ele respira música, tem uma criatividade incrível. Ele nunca faz o mesmo show, é completo em todos os sentidos. Conviver com ele foi uma lição. Hermeto é um gênio, um anjo, um cara de grande astral. Conhecê-lo foi uma das melhores experiências da minha vida.

 

Aquarius Life – Você rodou o mundo com a música, conheceu diferentes artistas, ritmos, culturas, tradições…No Brasil existem incontáveis ritmos e estilos, consequência de nossa miscigenação cultural.Você conheceu algum país que tenha música mais pluralizada que o Brasil?

Chiquinho Oliveira – Não. Nenhum país no mundo tem essa diversidade de informação musical que a gente tem aqui. Mesmo já tendo viajado muito, existe muita coisa no país que eu não conheço. Principalmente no nordeste, que é riquíssimo. Cada estado tem sua linguagem, cultura. O Brasil é fantástico.

 

Aquarius Life – Dentre seus diversos projetos, você mantém a Big Band Metalmanera, com mais de 20 instrumentistas…Você também faz apresentações em formações com piano, trio, quarteto, além do sexteto do Jô…Qual formação mais lhe agrada para apresentação ao vivo?

Chiquinho Oliveira – Não tem essa ou aquela. Adoro tocar somente com o piano, já com o trio você tem uma bateria, tem um ritmo, o que já muda o repertório. Com o sexteto é outra onda, já que são diversos instrumentos diferentes. Cada formação você gera um informação diferente em função das pessoas que estão com você. A música é como um diálogo. Se você conversar com duas pessoas, você tem um assunto. Se conversar com três, começa a aumentar. Com quatro, dez pessoas conversando você vai falar sobre vários assuntos ao mesmo tempo. A música é assim. Quanto mais gente, maior a diversidade. É lógico que temos que seguir um critério, tem também a interpretação de cada um, isso que muda a coisa. Estreei recentemente uma nova formação com repertório em cima das bandas de Soul Music dos anos 70 e 80. O público está adorando este projeto.

 

Aquarius Life – Você entrou no Jô há 12 anos, com aparições diárias em rede nacional. Como é se tornar uma figura conhecida e respeitada pelo grande público? Você gosta da fama?

Chiquinho Oliveira – Assédio às vezes me incomoda, porque eu não sei como lidar com isso. Existe o músico e o artista. Tem o artista, que é deslumbrado com a fama. Eu sou músico, sempre fui e continuarei sendo. É lógico que tem o reconhecimento do grande público, já que a TV é muito forte. É gostoso quando a pessoa chega com educação e respeito.

 

Aquarius Life – A Internet revolucionou o mercado fonográfico. Como você analisa a relação música x internet. E a pirataria?

Chiquinho Oliveira – O músico tem que sobreviver. A Bibi Ferreira tem uma frase que é maravilhosa: não me peça de graça o que eu faço pra sobreviver. Isso define bem. Por outro lado, tem a parte comercial da coisa, que está muito cara. A pirataria cresceu em função do preço dos originais. Se os preços fossem mais acessíveis, a pirataria diminuiria sensivelmente. É uma polêmica muito grande, assunto pra muita discussão.

 

Aquarius LifeComo você analisa o cenário musical joseense? Falta apoio para o músico da cidade mostrar seu trabalho?

Chiquinho Oliveira – Faltam incentivo e apoio. Espaço tem. As empresas ainda não descobriram as vantagens em patrocinar eventos musicais e culturais, o que – além do retorno – é uma ação bacana. O cenário é ainda mais complicado para música instrumental. Muita gente diz que não gosta, mas não conhece. É impossível criticar sem antes conhecer. As crianças, por exemplo, ficam deslumbradas, hipnotizadas ao escutarem música instrumental ao vivo.

Aquarius Life – Qual sua opinião sobre “Aquarius Life”? Acredita que um veículo de comunicação regional contribui para a melhoria da sociedade?

Chiquinho Oliveira – Com certeza. A Revista proporciona informação, que gera cultura e mostra o que está acontecendo aos cidadãos. Revistas como “Aquarius Life” é fundamental, um projeto extremamente necessário.

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