Número de pedintes e moradores de rua pelo bairro nunca foi tão expressivo, garantem moradores. “Em 30 metros do meu prédio até a padaria encontro dois ou três mendigos. Cadê a prefeitura para prestar auxílio a este pessoal?”, indaga uma comerciante, que reside na região há 38 anos

A crise econômica aliada ao desemprego é refletida diretamente no caos social em que se encontra toda a região central de São José dos Campos. O número de pedintes, mendigos, dependentes químicos e moradores de rua chama a atenção de pedestres e motoristas – principalmente quando aguardam a abertura dos semáforos.
Um dos bairros que mais sentem o caos social vivido pela cidade da tecnologia é o Jardim São Dimas. Todo o entorno da praça Monsenhor Ascânio Brandão fica repleta de pessoas situadas à margem da sociedade. Situação parecida ocorre pelas ruas do bairro, principalmente na movimentada avenida Francisco José Longo e na pacata rua Ilza Irma Moeller Coppio, onde fica situada uma universidade.
“Isto aqui virou uma cracolândia. Ninguém chega ou sai caminhando sozinho. Sempre em grupos. Às vezes eles (mendigos) pedem dinheiro de uma forma tranquila. Mas em outras, quando estão alcoolizados ou drogados, vêm de uma forma agressiva”, afirma uma aluna da universidade que prefere não se identificar.
A comerciante Silmara Chad, moradora há 38 anos do jardim São Dimas também relata a situação caótica. “Sempre tivemos pedintes por aqui. Só que nos últimos dois anos se agravou demais. Chegou ao limite. Em 30 metros do meu prédio até a padaria encontro dois ou três mendigos que me barram para pedir dinheiro. Geralmente eu contribuo com o que eu posso. Mas evito ir à padaria de noite. Cadê a prefeitura para prestar auxílio a este pessoal?”, desabafa a comerciante.
Opinião similar é exposta pelo advogado Luís Fernando Vieira. “Em 33 anos vivendo no bairro nunca vi uma situação tão alarmante. Às vezes vejo uma Kombi da abordagem social da prefeitura. Mas ela encosta, conversa um pouco e logo sai. Infelizmente o resultado da ação é pífio”, avalia. E acrescenta. “Eu e minha namorada até paramos de tomar caldinho na praça. A situação nos deixa triste. Não é legal comer enquanto presenciamos outras pessoas sem ter o que se alimentar e nem onde dormir”, encerra o advogado.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura referente ao número de moradores de rua e ações sociais desenvolvidas na região do jardim São Dimas e aguarda retorno. Esta matéria será atualizada assim que a redação obtiver o posicionamento da administração municipal.