Cientistas criticam retorno do horário de verão, alertando sobre riscos à saúde e problemas no ciclo biológico da população
Em meio à discussão sobre o possível retorno do horário de verão no Brasil, um grupo de 26 cientistas especializados em cronobiologia publicou um manifesto alertando para os riscos da mudança. A cronobiologia estuda os ritmos biológicos e a forma como fenômenos naturais, como o ciclo de luz e escuridão, influenciam o organismo humano.
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De acordo com o manifesto, a introdução do horário de verão, que tem como objetivo inicial a economia de energia, pode causar sérios problemas de saúde. O principal argumento dos cientistas é que a mudança nos relógios gera um desalinhamento entre o horário natural e o social, afetando os ritmos biológicos que regulam funções essenciais como o sono, o apetite e o humor. Esse “desajuste” pode resultar em distúrbios do sono, transtornos mentais, aumento de eventos cardiovasculares e até acidentes de trânsito.
Impactos do horário de verão na saúde
Pesquisas mencionadas no manifesto apontam que mais de 50% das pessoas entrevistadas relatam desconfortos durante a transição para o horário de verão, reforçando a tese dos especialistas. Um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) mostrou que a adaptação ao novo horário não é fácil para muitos, afetando diretamente a saúde.
O documento, assinado por cientistas de instituições renomadas como a Fiocruz e a USP, defende que os impactos negativos são comprovados por evidências científicas, sem qualquer conotação política. Por isso, os pesquisadores são contrários ao retorno da prática, sugerindo que o bem-estar da população seja priorizado.
Alckmin defende o retorno do horário de verão
Em contrapartida, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) se manifestou recentemente a favor do retorno do horário de verão. Durante uma visita à fábrica da Nestlé em Caçapava, no dia 23 de setembro, Alckmin afirmou que a medida poderia ser uma solução para economizar energia, embora tenha garantido que não há risco de falta de eletricidade no país. Ele enfatizou que o horário de verão não poderá ser implementado antes das eleições, mas pode ser considerado posteriormente.
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) também recomendou a retomada do horário de verão, estimando uma economia de R$ 400 milhões até fevereiro de 2024, ao reduzir o uso de usinas termelétricas, que aumentam os custos de energia.
Economia vs. Saúde
Enquanto Alckmin e setores como bares e restaurantes veem vantagens econômicas na volta do horário de verão, os cientistas argumentam que o impacto na saúde da população não pode ser ignorado. O futuro do horário de verão no Brasil segue em debate, com defensores e críticos apresentando argumentos relevantes para o bem-estar geral e a economia.
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3 Respostas
Se dizem que não há conotação política é justamente porque há. Os defensores da não realização do horário de verão não devem ter analisado de fato os impactos nos trabalhadores que chegam em casa com o dia claro e animados pra curtir com a família.
Eu curto o horário de verão porque podemos aproveitar mais o sol no final do dia. Mas confesso que para levantar cedo, ainda no escuro é duro, ao menos para mim.
Fora horário de verão, minha saúde agradece.