A Life Informa realizou entrevistas exclusivas com os seis candidatos à prefeitura de São José dos Campos. Para que você conheça cada uma das propostas, fizemos perguntas baseadas nas principais demandas da população registradas e publicadas em nossa plataforma nos últimos anos. Ao todo, foram oito perguntas iguais para todos os candidatos, além de três questões específicas para cada um deles, que será publicada separada. Essas entrevistas oferecem uma visão clara sobre os planos e compromissos de cada candidato para o futuro da cidade.
1 – São José dos Campos possui um dos maiores colégios eleitorais do estado, com 536.901 mil eleitores. Por que o eleitor, o cidadão joseense, deve votar em você para prefeito da maior cidade da Região Metropolitana do Vale do Paraíba?
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São José dos Campos é uma cidade especial: tem um povo diverso e espiritualmente rico, instituições incríveis, localização privilegiada e uma série de outros atrativos, além de ter desenvolvido nas últimas décadas uma infraestrutura diferenciada das cidades do entorno. Por outro lado, SJC é também uma cidade de contradições. A ’cidade tecnológica’ precisa se voltar para o bem estar da sociedade e propiciar a toda a população os serviços elementares para o BEM VIVER. Vivendo em São José dos Campos desde 1996, e tendo participado da vida pública joseense há pelo menos 26 anos, nos Conselhos Municipais de Meio Ambiente, de Saneamento Básico e de Cultura, além de ter trabalhado em projetos com diversas escolas públicas e privadas, conheço bem os principais problemas enfrentados pela população. Por outro lado, a partir da minha atuação no ITA, como professor e pesquisador, conheço também as soluções mais efetivas e atuais para estes problemas, os quais exigem uma visão ampla e capacidade de diálogo com os mais diferentes setores. Assim, acredito que possuo qualificação diferenciada, além de ousadia e criatividade para um salto de qualidade que São José dos Campos merece!
2 – Quais as principais deficiências, precariedades da cidade na atualidade?
A cidade passa por problemas de diversas ordens, mas a principal questão é a governança política. A gestão atual organizou sua atuação com base em um troca-troca sem base ética. As relações com a Câmara de Vereadores se valem destas ocupações de cargos comissionados e indicações políticas, muitas vezes sem qualquer capacitação técnica e isso passa a comprometer os diversos serviços da cidade. Assim a Câmara passa a atuar como uma extensão do Executivo e deixa de cumprir um dos seus principais papéis: a de fiscalizar o Prefeito. Boa parte dos demais problemas são derivados desta falta de profissionalismo da gestão pública. Os serviços prestados por terceiros não são fiscalizados a rigor, gerando problemas, como no transporte público (viagens demoradas, ônibus sem conforto), que carece de licitação, na educação, com indicadores ruins, na saúde, com a demora para marcação de exames, consultas e até cirurgias eletivas. Há também uma baixa transparência em toda a administração pública.
3 – Como melhorar as deficiências?
A resposta começa na Governança. É preciso romper com esse modelo de troca-troca por cargos públicos. Para assumir cargos no governo é necessário ter competência técnica e capacidade de gestão. A relação com a Câmara dos Vereadores tem que ser baseada em ética e transparência. Aliás, é preciso investir em transparência para todos os atos do governo municipal.
4 – Qual a sua avaliação sobre o transporte público e o novo modal implantado batizado de Linha Verde?
A Linha Verde é uma enganação. Basta acompanhar os ônibus em qualquer horário de funcionamento. Poucas pessoas transportadas, a um custo altíssimo. Antes de investir em uma linha tão dispendiosa e ociosa, a Prefeitura tinha que resolver os reais problemas do transporte público: os altos tempos de viagem para boa parte da população. A ideia dos ônibus elétricos não é ruim, desde que já se tenham resolvidos os principais problemas do transporte. A eletrificação da frota poderia ser feita progressivamente, a partir de um planejamento de médio-longo prazo, sem o endividamento que a Prefeitura está propondo.
5 – Como diminuir as filas na saúde? Exames, consultas com especialistas, pronto atendimento…
Com uma mudança de visão sobre as despesas da saúde: é preciso retomar o balanço de forma a priorizar a atenção primária de saúde. A prevenção é mais eficaz e menos custosa do que internação. Hoje o município investe mais em internação do que na atenção básica e, com isso, crescem as filas de espera para consultas, exames e cirurgias eletivas. É preciso investir também em tecnologia e inteligência na gestão. Propomos a criação de um cluster de saúde que reunirá as principais instituições no município e também a iniciativa privada para ampliar a formação de pessoal, a capacitação especialista e também o desenvolvimento de produtos e serviços no setor de saúde, gerando empregos e estimulando a solução de demandas do município. Como exemplo, para uma população que está ficando mais idosa, o município poderia estimular o desenvolvimento de produtos que previnam doenças (inteligência artificial), monitorem idosos (internet das coisas), e possam ser aplicados aqui mesmo no município, o que contribuiria para reduzir internações. Isso melhora a qualidade de vida e reduz custos na saúde. Propomos, por exemplo a implantação do Programa de Diagnóstico Inteligente (PDI), que consiste no uso de Inteligência Artificial para melhorar o diagnóstico precoce e o monitoramento contínuo de doenças crônicas.
6 – Qual a sua avaliação sobre a educação municipal? Como melhorar o aprendizado das nossas crianças?
A partir de 2017, nota-se uma estagnação dos indicadores educacionais do município, e posterior queda, nos últimos anos, mais acentuada na medida em que se aumenta o nível escolar (do fundamental ao médio). Esta queda nos indicadores é preocupante, pois interrompe um histórico de melhora lenta e gradual e revela os problemas de gestão da educação municipal, que precisam ser resolvidos imediatamente. A educação pública em SJC também tem sido afetada por questões de governança municipal. A indicação de gestores sem capacidade para o cargo representa um empecilho para a normalidade do ambiente escolar e, consequentemente, uma força contrária ao aprimoramento dos resultados da educação pública. Por outro lado, muitas escolas enfrentam problemas de infraestrutura, como falta de manutenção, ausência de espaços adequados para atividades extracurriculares e deficiência em equipamentos e materiais que são essenciais para uma educação moderna e inclusiva. A valorização dos professores é um ponto crucial, e isso inclui desde a questão de remuneração até a sobrecarga de trabalho, com a carência na contratação de quadros substitutos.
Por fim, a educação pública em São José dos Campos não condiz com o potencial da cidade. É preciso TRANSFORMAR a educação pública, além de integrá-la à Ciência/Tecnologia, Cultura, Esporte e Lazer, garantindo um futuro próximo à altura das nossas capacidades!
Para isso, propomos lançar imediatamente o programa “Ninguém fica pra trás” de transformação das escolas municipais e estaduais com os piores resultados dos indicadores oficiais para uma ação intensiva e abrangente, de forma a alavancar o perfil escolar e reduzir as disparidades no ensino. Estas ações envolvem aprimoramento da infraestrutura, incentivos e valorização docente, atividades vinculadas a projetos integrados, apoio a ações de envolvimento da comunidade escolar, abertura da escola para atividades comunitárias socioculturais no período noturno e nos finais de semana. Em síntese, a ideia é de que a “nova” escola e suas atividades façam os olhos dos alunos brilharem!
7 – Sobre habitação, qual a melhor opção para as comunidades do Banhado, no centro, e Menino Jesus, nas Chácaras Reunidas?
No caso específico do Banhado, propomos: i) a desafetação das Unidades de Conservação, a iniciar pelo Parque Municipal Natural do Banhado e, posteriormente, a Área de Proteção Ambiental do Banhado (Estadual), retirando das unidades a pequena área ocupada pela comunidade antes da criação das próprias unidades; ii) regularização fundiária comunitária; e iii) execução do Plano de Urbanização do Banhado, elaborado por instituições de pesquisa em conjunto com a comunidade.
Quanto à ocupação do Menino Jesus, é preciso analisar a possibilidade de regularização fundiária. A adesão definitiva ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SHNIS) – o município está com situação “pendente” no cadastro do SHNIS – pode auxiliar no provimento de moradias definitivas para aqueles moradores.
8 – São José possui mais de mil câmeras inteligentes. Como pretende trabalhar a questão da tecnologia municipal como ferramenta para melhoria da segurança pública?
Primeiramente é preciso recorrer aos números oficiais para quebrar o discurso de que os indicadores de segurança pública estão todos melhorando em SJC. Dos 24 indicadores utilizados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, mais da metade tem tido piora em SJC nos últimos 4 anos. Um exemplo é o caso dos Homicídios. Embora estes estejam em queda, os números dos casos de Lesões Corporais Dolosas têm aumentado. Outro caso de aumento da insegurança diz respeito ao trânsito, cujos números de acidentes e vítimas fatais tem aumentado em SJC. E assim acontece para vários outros indicadores. Neste contexto, o avanço das câmeras inteligentes é importante, mas tem que ser ampliado para toda a cidade, e é necessário usar mais da inteligência para aumentar a segurança. É o caso da inteligência preditiva, que ainda é incipiente no CSI. Além disso é preciso ampliar a base de análise, cruzando os dados de violência, com dados de saúde pública, educação, emprego e renda, dentre outros. E a atuação deve ser conjunta com todas estas políticas.
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