Ozires Silva é um orgulho para todo o país; um cidadão brasileiro diferenciado. Devemos a ele nossa gratidão por todos os projetos desenvolvidos
O PENSAMENTO: – “Na adversidade a maior consolação é a consciência das boas ações” – Cícero. O FATO: Há poucos anos atrás, num sábado, Ozires Silva e eu nos encontramos casualmente num supermercado da Vila Ema. Ambos com um carrinho de compras garimpando produtos nas prateleiras. Agradável surpresa. O espirituoso Ozires, sacou de cara: “- Felipão, finalmente nos vimos
trabalhando!”
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A marca registrada do Líder de fato e de todas as horas, que se travestia a qualquer momento de homem comum e sensível às amizades. Atrás de sua humildade e singeleza de caráter era enaltecido como membro da santíssima trindade da gloriosa indústria aeronáutica, composta por Alberto Santos Dumont, Casimiro Montenegro Filho e Ozires Sila. Eu me lembro que anos atrás, em tempo de calmaria, Almir Fernandes – Diretor do CIESP e eu tínhamos o hábito de, nas sextas feiras, levar o Dr. Ozires para almoçar um pintado na brasa no Vila Velha.
O pintado nunca perdeu a fórmula: sempre delicioso e típico até hoje. Ozires delicadamente tomava uma cervejinha “long neck”, Almir e eu algumas de 600 ml. Rolava papos inesquecíveis, e profunda admiração, sem falar de serviço. A simplicidade imperava e era amizade pura e desinteressada. Na época, Ozires Silva ajudou na criação do CONDETEC órgão avançado de desenvolvimento
tecnológico da FIESP. Ozires Silva é um orgulho para todo o País, Um renomado industrial, Jorge Gerdau Johannpeter, assim definiu Ozires: “Ozires Silva indiscutivelmente é um cidadão brasileiro diferenciado. Devemos a ele toda a nossa gratidão pela sua intensa participação nos projetos de crescimento e desenvolvimento do Brasil. Sua atuação sempre foi altamente empreendedora.”
Em 16 de agosto de 1952 ele se casou com Dona Therezinha: uma paixão maior do que a EMBRAER. Num tremendo paradoxo uma trágica premonição: seu maior amigo ZICO, Benedicto Cesar, decisivo em toda sua vida. Ozires estava voltando para São Paulo e ao encontrar com Dona Therezinha, ela com o máximo de cuidado deu-lhe a infausta notícia que havia acontecido um acidente e Zico tinha morrido. Zico tinha apenas 25 anos.
A vida ia em frente. Tinha que ir em frente. Nessa trajetória frenética e a pressa de fazer um novo Brasil ensinando-o a voar era altamente imperiosa. Em maio de 1958, Ozires se apresentou ao Comandante do CTA: Brigadeiro CASIMIRO MONTENEGRO FILHO: o criador de tudo. Montenegro foi o mais civil dos militares. Pela primeira vez no País se criava uma escola de Engenharia Aeronáutica focada no ensino, na pesquisa e na relação escola-indústria.
Era o sonho de Ozires e dela queria participar da melhor maneira possível. Logo percebeu que as instalações da escola, dos alunos e dos professores eram construções de ponta, uma vez que o projeto havia sido feito por Oscar Niemeyer. Para um importante órgão CDI (Comissão de Desenvolvimento Industrial), criado pelo Presidente JK, o Brigadeiro Montenegro indicou, pelo Ministério da
Aeronáutica, o promissor Ozires Silva. Bela escolha! Ozires, com reponsabilidade e bom senso, nunca recusou incumbências, por
mais desafiadoras que fossem. Lembra-nos uma tirada notável.
Certa vez, um repórter perguntou a PICASSO: “- Além do talento, o senhor não acha que teve bastante sorte?” “- Sem dúvida! Porém, sempre que a sorte me procurou, eu estava trabalhando”. Lembra-me Ozires Silva. Em 1964 aconteceram muitas turbulências políticas no Brasil. O Presidente João Goulart foi destituído e o País teve que ser governado por uma Junta Militar que escolheu o General Humberto Alencar Castelo Branco, para Presidente. Como Ministro Aeronáutico foi nomeado o Brigadeiro Eduardo Gomes, plenos poderes, mas que não gostava do CTA e principalmente do ITA.
Evidentemente, Montenegro sabia disso, mas mantinha sua posição de independência quanto a qualquer ideologia que conturbasse o ambiente do ITA e CTA, mas sabia que o céu em que estava voando, não era um céu de brigadeiro. A maioria dos alunos e professores mantinha-se concentrada nos estudos, mas as fofocas políticas chegaram em Brasília e o Brigadeiro Montenegro recebeu uma ordem para instaurar um IPM (Inquérito Policial Militar). Por afinidade chamou Ozires Silva para presidir o malfadado inquérito. Ozires chamou um sargento de sua confiança que com muito cuidado procurava amenizar as posições radicais.
No desenrolar do inquérito, na audiência em São José dos Campos. O Juiz, após detido exame do processo não se conteve e proferiu que não sabia se o mandaria para a cadeia ou lhe prestaria uma homenagem. Todos foram salvos do desligamento da Escola. A coragem a atitude de Ozires salvou muitos alunos da expulsão. Em seguida o CTA conseguiu se livrar de uma verdadeira praga: CASTRO NEVES – criador de obstáculos ao CTA e ao ITA. No ITA o Reitor Marco Antônio Cecchini resistiu até o limite. Talmir Canuto assumiu a reitoria. Em 1966 o então Coronel Paulo Victor da Silva, presidente da Associação dos Engenheiros do ITA. Participante entusiasta de Casemiro Montenegro Filho. Ozires recebeu com júbilo a notícia de que Paulo Victor era o novo Comandante do CTA. Ozires assumiu a chefia do PAR, contando com a ajuda do parceiro OZÍLIO SILVA. As coisas começaram a mudar e mudar para melhor. Pra começar: Nasce o BANDERAINTES. Nome sugerido pelo Brigadeiro Paulo Victor. Que viria a
preencher indesejável lacuna no mundo, por começar nos Estados Unidos, Europa e Ásia.
No meio à euforia, algo de muito ruim aconteceu. Os pilotos escolhidos e preparados para os testes eram Major José Mariotto Ferreira e o colega engenheiro iteano Michel Cury. O protótipo, voando no céu de São José dos Campos continuava testado um protótipo do Uirapur, pelo Major Mariotto. O avião seria avaliado por sua capacidade de sair de um “parafuso”, o que não foi possível. Mariotto tentou saltar, mas seu para quedas enroscou-se na cauda da aeronave. Foi fatal. O Brigadeiro Paulo Victor escolheu Ozires Silva para refazer o primeiro voo, com o mesmo Michel Cury, como copiloto.
Nessas alturas, nossasindústrias aeronáuticas já contavam com a Neiva, Aeromot, Avitec, Conal,Avibras e Aerotec. Meus amigos… e tem mais. Continua na BULA 007/24, na sexta feira próxima!
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7 Respostas
Excelente. Nunca me cansa ouvir ou ler está história, de um homem valoroso.
Parabéns pela matéria e aguardo ancioso a conclusão
Realmente uma história relevante e digna de boas lembranças parabéns por retratar tal fato , desconhecido por muitos brasileiros.
Sempre que alguém falar sobre nosso querido sr OZIRES SILVA sua vida brilhante ao lado da lindinha e querida Therezinha estarei lendo e vibrando. Fomos vizinhos 14anos! Quanta delicadeza! Que grandeza de alma!
Porque um segundo voo do Bandeirantes, se já havia sido feito um primeiro voo obtendo a certificação da aeronave com o Maj.Av.Mariotto como o piloto e o CEL AV./Eng°.Ozires Silva, como copiloto?
O Maj.Aviador Mariotto foi o primeiro militar a formar-se como piloto de provas na França.
Salvo compreensão equivocada da história, a homenagem oficial deve ser ao Maj.Av.Mariotto.
Ao CEL.Av./Eng°.Ozires Silva minhas sinceras felicitações por toda a sua trajetória, e os frutos colhidos pelo Brasil.
Bonitas lembranças que não podem ser esquecidas.
Forte abraço a todos.
O brasileiro sério, empreendedor, tenta… Oq falta ao Brasil, são instituições sérias que têm visão estratégia, compreendem a geopolítica e que entendem a importância de investir à fundo perdido em projetos que tragam soberania ao país. Digo isso diretamente à Finep e Fapesp, duas instituições que só tem nome, recurso mas zero visão estratégica.
Se fosse hj, com os governos tanto de direita quanto de esquerda e sem visão geopolítica, duvido muito que o Ozires seria conhecido.
O Ozires com certeza tem o mérito dele mas o governo militar proporcionou a criação da Embraer, senão fosse essa visão estratégica, os bandeirantes teriam morrido como protótipos.
Perdão pelos erro gramaticais acima…
Tive o prazer em conhecer esse grande homem. E acima de tudo de uma grande humildade. Sempre respondeu minhas mensagens.
Um nobre cidadão!