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Voto secreto no Congresso volta com PEC da Blindagem e acende debate

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Voto secreto no Congresso volta com a PEC da Blindagem; proposta facilita barrar processos, amplia foro e provoca reação do STF 

Voto secreto no Congresso volta com PEC da Blindagem e acende debate
Foto: Câmara

A retomada do voto secreto no Congresso pelo texto da chamada PEC da Blindagem reacende um debate central sobre transparência, prerrogativas e impunidade: a proposta aprovada na Câmara na última quarta-feira (17) estabelece votação sigilosa para autorizar investigações e processos contra deputados e senadores, e segue agora para análise do Senado. 

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Como é hoje (voto secreto: exceção) 

Atualmente o voto secreto é a exceção no Legislativo e só é exigido em hipóteses previstas pela Constituição e pelos regimentos internos. Entre os casos em que o sigilo é obrigatório estão sabatinas e aprovações no Senado (ministros do STF, presidente e diretores do Banco Central, Procurador-Geral da República); eleições internas (presidente e Mesa Diretora) e escolhas de chefia de comissões, além de situações extraordinárias previstas nas regras das Casas. (Lista resumida a partir de dispositivos constitucionais e regimentos parlamentares.) 

O que muda na prática com a PEC 

A PEC aprovada na Câmara altera várias regras processuais e cautelares que afetam parlamentares, com destaque para: 

  • Autorização de processos por votação secreta: o Supremo Tribunal Federal (STF) terá de pedir autorização à Câmara ou ao Senado para abrir ação contra deputados e senadores; a autorização deverá ser submetida a votação secreta, com prazo de até 90 dias para decisão da Casa.  
  • Prisão em flagrante: quando houver prisão em flagrante por crimes considerados inafiançáveis (ex.: racismo, tortura, tráfico, terrorismo), autos deverão chegar à Casa do parlamentar em até 24 horas e a manutenção da prisão será decidida por votação secreta, quando hoje a apuração é nominal. 
  • Medidas cautelares: o texto limita a aplicação de medidas cautelares a ordens do STF, afastando juízes de instâncias inferiores da competência para impor certas restrições a parlamentares.
  • Ampliação do foro privilegiado: a proposta estende o foro do Supremo para presidentes nacionais de partidos com representação no Congresso, alinhando-os — na prática — à categoria de autoridades que só podem ser investigadas ou julgadas diretamente no STF.

A aprovação na Câmara (com votos favoráveis em plenário) foi comemorada por defensores como instrumento de proteção institucional; críticos alertam para o risco de que a medida transforme a votação secreta numa barreira que inviabilize responsabilizações e favoreça a impunidade. Entre 1988 e 2001, quando vigorou regra semelhante, o Congresso autorizou pouquíssimos processos, um dado frequentemente citado por opositores da mudança. 

Reações e questionamento no STF 

A tramitação acelerada da PEC também já chegou ao Supremo: o ministro Dias Toffoli, relator de uma ação apresentada pelo deputado Kim Kataguiri, deu prazo de dez dias para que a Câmara preste informações sobre a proposta antes de decidir sobre pedido de suspensão da tramitação. A movimentação no STF expõe o choque institucional que a norma pode provocar entre Judiciário e Legislativo.

O que está em jogo 

Para defensores, a PEC reforça a independência do exercício parlamentar contra arbitrariedades e protege o funcionamento das Casas. Para críticos, trata-se de retrocesso institucional: transformar em regra, e em segredo, decisões que afetam a liberdade e a responsabilização de agentes públicos pode e dificultar investigações de crimes graves. A inclusão de presidentes de partido no rol do foro privilegiado amplia o núcleo de autoridades protegidas, o que amplia o alcance das críticas 

Caminho adiante 

Com a aprovação na Câmara, o texto seguirá ao Senado, que terá a palavra final. Paralelamente, a análise no STF pode suspender, parcial ou totalmente, a tramitação caso o tribunal entenda que a proposta lesiona cláusulas constitucionais. Até lá, o retorno do voto secreto no Congresso mantém viva a discussão sobre como conciliar prerrogativas parlamentares, transparência e a eficácia do sistema de justiça no combate à corrupção e aos crimes cometidos por agentes públicos.

 

Veja também: Alteração na regra do ITBI é aprovada na Câmara Municipal de São José dos Campos!

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5 Respostas

  1. Por qual real motivo os políticos querem se blindarem? Será que eles tem medo que no futuro muitos deles sejam julgados e condenados. Esses políticos que estão lá hoje trabalhando arduamente para á aprovação da PEC da blindagem tem um custo muito alto para os cofres públicos e não estão trabalhando para a população e sim em benefício próprio 👊

  2. O povo não pode aceitar que os políticos e donos de partidos fiquem impunes! Desde 1988 somente 1 deputado federal foi cassado e agora os deputados querem ter liberdade para cometer crimes?
    E ainda por cima querem ter voto secreto nas votações.
    A população exige que todos sejam iguais perante a lei.
    Se um deputado cometer crimes deverá ser investigado e julgado igualmente a qualquer um de nós!

  3. Essa é a tal liberdade que alguns deputados tanto falam?
    Liberdade para cometer crimes sem punição?
    Precisamos escolher melhor esses deputados, pois eles não pensam no povo, no próprio bolso!

  4. Vamos ser realistas, é a PEC da Bandidagem para liberar geral com o voto da vergonha (secreto) para eleitor não saber quem dá mole pra pilantra. Sem mais.

  5. Cadê o povo da esquerda e da direita nas ruas protestarem!? Cadê!? Cadê os evangélicos e pastores protestarem!?
    Cadê os caras – pintadas?
    Cadê a juventude politizada nas ruas, como no protesto de julho de 2014 ? Cadê?
    Cadê os militares e policiais protestarem?
    Cadê os empresários e funcionários protestarem?

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