Transporte público é retomado após ataque com incêndios a dois ônibus no bairro Rio Comprido; polícia investiga o caso
O transporte público Jacareí voltou a operar na noite desta quinta-feira (26) no bairro Rio Comprido, após dois ônibus terem sido incendiados em um ataque criminoso ocorrido na véspera. A circulação estava suspensa desde a noite de quarta-feira (25), quando veículos foram interceptados por criminosos e incendiados, segundo a prefeitura.
A notícia mais rápida está em nossos grupos de WhatsApp na RM Vale. Escolha sua área: São José, Vale Central, Fé e Histórico, Litoral ou Mantiqueira.
O serviço de ônibus foi retomado por volta das 19h, segundo relatos de moradores e confirmação oficial. A interrupção havia deixado a população do bairro sem transporte coletivo, aumentando a tensão na região já abalada pelo episódio de violência.
O ataque
De acordo com a Prefeitura de Jacareí e a Polícia Militar, o primeiro ataque ocorreu por volta das 18h40 de quarta-feira, quando criminosos armados interceptaram um coletivo da linha 11, da empresa Jacareí Transporte Urbano (JTU), na avenida Rio de Janeiro. Os criminosos obrigaram os passageiros a descer e conduziram o motorista até a rodovia Geraldo Scavone, onde o veículo foi incendiado.
Na sequência, um micro-ônibus particular também foi incendiado na mesma região. Ninguém ficou ferido nos ataques.
O Capitão Paulo Henrique Siqueira, comandante da 2ª Companhia da PM em Jacareí, informou que os autores estavam armados e agiram de forma coordenada. “Os passageiros foram retirados, e o motorista foi coagido a dirigir até o ponto onde os veículos foram queimados”, disse.
Um homem foi preso por envolvimento direto no incêndio, e a polícia segue em busca de outros suspeitos. A Guarda Civil Municipal também auxilia nas investigações.
Motivo: represália à morte de suspeito
Segundo a Polícia Militar, o incêndio criminoso foi motivado pela morte de Kelvin Costa Tabosa, de 19 anos, baleado na noite de terça-feira (24) durante uma ação da PM no mesmo bairro.
O suspeito preso admitiu à PM que recebeu dinheiro para atear fogo ao ônibus como forma de represália à morte de Kelvin. “Ele contou que recebeu uma quantia em dinheiro para incendiar o ônibus por causa da ocorrência de terça-feira, quando houve uma troca de tiros com a polícia”, afirmou o cabo Quirino.
No boletim de ocorrência, os policiais alegaram que reagiram após serem alvejados por tiros disparados pelo jovem, que foi atingido e morreu no local. A família de Kelvin contesta a versão, afirmando que ele não estava armado e que teria fugido por portar maconha. O corpo do jovem foi enterrado nesta quinta-feira (26).
Investigação segue em curso
Ambos os casos estão sendo investigados pelas autoridades, que buscam identificar todos os envolvidos no incêndio e esclarecer as circunstâncias da morte do jovem. Enquanto isso, a população do Rio Comprido tenta retomar a rotina com a volta do transporte público Jacareí, ainda em clima de insegurança e apreensão.
A prefeitura afirmou que seguirá monitorando a situação com apoio da Polícia Militar e da GCM, a fim de garantir a segurança dos usuários e profissionais do transporte coletivo.
Veja também
Furtos em supermercado assustam funcionários e clientes na Vila Adyana
