Pinguins mortos em praias do Litoral Norte marcam início da temporada de migração

A temporada de migração dos pinguins-de-magalhães começou com um alerta preocupante: pinguins mortos em praias do Litoral Norte de São Paulo chamaram a atenção de moradores e ambientalistas logo nos primeiros dias de julho. De acordo com o Instituto Argonauta, 32 pinguins foram encontrados em apenas dois dias, 29 deles já sem vida e apenas três resgatados com sinais de debilidade.
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A ocorrência, apesar de expressiva, é considerada comum nesta época do ano. A chegada dos pinguins ao litoral brasileiro faz parte de um processo natural de migração, que ocorre anualmente entre abril e outubro. Mas, o número de animais mortos varia a cada temporada, influenciado por fatores como temperatura da água, disponibilidade de alimento e condições das correntes marinhas.
“É como uma corrida. Eles nascem, entram na água e tentam retornar à colônia. Alguns conseguem, outros não”, explicou a bióloga Carla Barbosa, do Instituto Argonauta, ao G1. Ainda segundo ela, os animais que chegam debilitados estão mais suscetíveis a encalhes, interações com redes de pesca e ingestão de lixo, causas frequentes de morte entre os pinguins.
Os três animais encontrados com vida foram encaminhados para avaliação veterinária. Segundo a equipe de resgate, todos apresentavam sinais de cansaço extremo e desnutrição. “Eles vivem em grupo e, quando se separam durante a migração, acabam se perdendo e ficando ainda mais vulneráveis”, afirmou Carla.
Embora o número de pinguins mortos em praias cause comoção, especialistas reforçam que o índice não foge da média histórica para o período. A expectativa é de que o fluxo de avistamentos aumente nas próximas semanas, com a intensificação do deslocamento das aves vindas da Patagônia.
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