
No dia 6 de junho, um funcionário de uma empresa terceirizada da Refinaria Henrique Lage (Revap), localizada em São José dos Campos, perdeu a vida em circunstâncias ainda não esclarecidas. Desde então, surgiram questionamentos sobre a postura da empresa em relação ao incidente e a falta de investigação adequada. O Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos e Região (Sindipetro-SJC) teve acesso ao laudo do Instituto Médico Legal (IML) sobre a morte do trabalhador, o qual descreve ferimentos compatíveis com queda de altura.
Segundo o Sindipetro-SJC, a existência desses ferimentos contradiz a tese defendida pela empresa desde o início, que atribuía a tragédia a um suposto mal súbito seguido de queda no mesmo nível, sem realizar uma investigação prévia adequada. Além disso, o relatório da médica que atendeu a vítima no dia do acidente também questiona essa versão, corroborando a avaliação do laudo do IML.
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Uma outra contradição levantada pelo sindicato diz respeito a uma nota divulgada pela Revap no dia da morte do funcionário. A empresa informou que o trabalhador não havia iniciado suas atividades, o que foi negado pelo Sindipetro-SJC. Segundo o sindicato, a vítima começou sua jornada de trabalho às 17h48 e o acidente ocorreu por volta das 21h30. Todos os membros da equipe já estavam trabalhando nesse horário, e a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) aponta que as atividades só iniciaram após a liberação da Permissão para Trabalho (PT).
Outro aspecto relevante é o estado em que foram encontrados os equipamentos de proteção individual (EPIs) usados pelo trabalhador. Tanto os óculos quanto o capacete estavam muito danificados, o que contraria a hipótese de queda no mesmo nível.
Diante destas inconsistências e lacunas na versão apresentada pela Revap, o Sindipetro-SJC exige que o Relatório da Comissão de Investigação e Análise seja conduzido de forma transparente e imparcial, para que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos e os equívocos da gestão da empresa sejam apontados. O sindicato busca respostas sobre o que realmente ocorreu no dia do acidente, a fim de garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.
Em contato com a Petrobras, responsável pela Revap, a Life Informa foi informada de que uma comissão interna de investigação foi estabelecida, contando com a participação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e do Sindicato dos Petroleiros, para apurar as circunstâncias do falecimento do colaborador da empresa EQS, ocorrido no dia 6 de junho de 2023.
3 Respostas
Sindicato: dinheiro, dinheiro, dinheiro…vamos investigar..kkkk
Esse país vai de mal a pior!
Principais inimigos da percepção de riscos que nos assolam todos os dias no ambiente de trabalho:
Achar que isso “nunca” vai acontecer comigo;
Achar que a rotina é sempre igual;
Apostar nas possibilidades (roleta russa);
Trabalhar com pressa;
Ambiente desorganizados;
Descuidar de pequenos detalhes;
Deixar de ler os procedimentos e as instruções de trabalho.
Acidentes acontecem por causa de quatro estados mentais (frustração, pressa, cansaço e complacência) que todas as pessoas estão sujeitas e que podem levar a um erro crítico (olhos fora da tarefa, mente longe da tarefa, perda de equilíbrio, tração ou firmeza e posicionar-se na “linha de fogo”) ocasionando, desta forma, um evento danoso ou fatal.
Estados mentais (frustração, pressa, cansaço e complacência) + erros críticos (olhos fora da tarefa, mente longe da tarefa, na linha de fogo e perda de equilíbrio/tração/firmeza ) = Acidentes danosos ou fatais.
A complacência mata. Explico. O cara está tão acostumado, faz a mesma coisa tantas vezes e a um bom tempo e de tão auto confiante e seguro do procedimento e do passo a passo fica no automático e em algum momento, ele se descuida da própria segurança, se distrai, perde o foco e esquece na probabilidade constante de sua ação poder dar errado. Até dar errado. Aí não tem volta.
Não eh bem assim, a falha eh uma característica intrínseca do ser humano. O operador mais treinado e motivado do mundo, vai erra uma a cada 100 manobras, isso eh cientifico. A empresa que explora essa mão de obra tem a obrigação de implantar meios de gestão e de engenharia que evitem grandes perdas por ocasião de falhas humanas. No fim tudo se resume em gestão do risco, e o quanto cada empresa esta disposta a investir nisso.