Reconhecimento estadual destaca o compromisso com inclusão, acolhimento e políticas públicas que transformam a vida de pessoas com TEA

São José dos Campos recebeu, nesta semana, o selo Amigo da Pessoa com TEA, concedido pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência. O reconhecimento leva em conta ações voltadas a pessoas com Transtorno do Espectro Autista promovidas no município, mas ocorre em um cenário em que famílias ainda relatam dificuldades de acesso a serviços e atendimento especializado.
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A solenidade foi realizada na terça-feira (2), no Centro TEA Paulista, em São Paulo. Representantes do município estiveram na capital para receber o certificado.
Campanha e iniciativas avaliadas
A campanha “Lugar de Autista é em Todo Lugar”, criada em 2022, foi o principal projeto que levou São José à lista de 112 ações contempladas no estado. O comitê gestor do PEIPTEA avaliou critérios como acessibilidade, impacto, continuidade e possibilidade de replicação das iniciativas.
Desde 2017, diferentes ações voltadas ao público com TEA têm sido desenvolvidas, incluindo rodas de conversa, capacitações e atividades de conscientização. Entretanto, famílias ainda cobram aumento da oferta de terapias, redução de filas e ampliação do suporte escolar — demandas frequentes em reuniões e conselhos municipais.
Rede de apoio ainda em expansão
O município possui uma Rede de Inclusão ao Autista (RIA), criada em 2019, que reúne dados e acompanha o histórico de atendimentos. A ferramenta permite monitorar inclusão em áreas como saúde, educação e assistência social. Apesar dos avanços, especialistas apontam que a rede ainda não supre toda a demanda, principalmente em bairros mais afastados.
Outro mecanismo avaliado foi a emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com TEA (Ciptea), implementada em 2021. Mais de 2.455 documentos já foram emitidos, facilitando a identificação e o acesso prioritário. Ainda assim, há queixas sobre inconsistências nos cadastros e demora na entrega da versão física.
Inclusão em debate
A entrega do selo reacende o debate sobre políticas públicas voltadas às pessoas com TEA. Embora o reconhecimento estadual indique avanços, a rotina de muitas famílias ainda é marcada por busca por diagnósticos, espera por terapias e falta de estrutura adequada em alguns serviços públicos.
A expectativa agora é que o selo impulsione melhorias, ampliando investimentos, capacitação de equipes e a articulação entre diferentes secretarias.
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