Professores questionam legitimidade de processo seletivo da rede municipal

Inscrições duplicadas, falta de organização na aplicação da prova, respostas incorretas no gabarito e erros na contabilização dos pontos são problemas relatados pelos participantes

Professores temporários da rede municipal de ensino procuraram a Life para reclamar de uma série de equívocos em aplicação de prova válida pelo processo seletivo da categoria, realizada em cinco de dezembro. Antes a prova era aplicada pela Vunesp, mas neste ano a prefeitura contratou a empresa Zambini.

“Os problemas já começaram na inscrição, com inscrições duplicadas, informações como sede escolhidas que sumiram do cadastro dos candidatos, dentre outras falhas. Depois veio a prova que foi um show de horror, desde erros na elaboração das questões à falta de organização na aplicação. Quando o resultado saiu tivemos que abrir recurso, já que havia várias questões estavam com a resposta incorreta no gabarito”, afirma uma das professoras que fizeram a prova. “Para piorar, quando saiu a classificação preliminar a contabilização dos pontos referente às questões acertadas está errada. Tem candidatos cujo nome nem aparece na lista de classificação, e candidatos que aparecem com o nome duplicado, com classificação diferente”, complementa.

“Foi uma total desorganização. Fiscais despreparados, malotes sem lacres (bloco 6 sala 1.10). Há relatos que os fiscais (veja abaixo) nem receberam ainda. Teve questões com erro de português. Foram oito questões canceladas. Também não existe critério para desempate, não há transparência”, relatou outra professora participante do processo seletivo. “Fizemos contato com a Zambini e com a prefeitura, mas ainda não tivemos retorno”, indagou outra professora.

Também há reclamações por parte dos fiscais da prova. Muitos fiscais que atuaram no dia reclamam que ainda não receberam e que não conseguem contato com a direção da empresa. “Eu participei como fiscal na prova na Univap do centro e foi uma vergonha. Pediram para gente chegar 2h antes do início, o que é muito pouco, mais da metade do pessoal não tinha experiência e não deram treinamento. Disseram que dariam café e não vi ninguém do meu bloco comer. O rapaz que estava liderando pediu para colocar a lista de candidatos lá fora pouquíssimo tempo antes do portão abrir e tinha muitas folhas. Fora isso ocorreu um erro de contagem, eu e mais uns 20 fiscais tivemos que ir embora pois não tinha função para gente. Foi uma grande bagunça”, contou.

A Life enviou e-mails e tentou contato telefônico com a empresa Zambini, mas não houve retorno até a publicação desta matéria – que pode ser atualizada.

Outros depoimentos

“Muitas questões incoerentes…desorganização na aplicação da prova…agora recurso das questões anulada não acrescenta a pontuação…tudo muito confuso…banca não retorna com explicações…muitos professores prejudicados…houve muitos erros de correção e muitos pediram recurso de  questões que foram corrigidas erradamente no gabarito e agora com novo gabarito, teve uma cancelada , ou seja, perdi 2 pontos porque estava certa. Teve gente que errou e ficou certa e se deu bem, mas a maioria foi prejudicada porquê acertou e deu errada no gabarito com classificação injusta”

“Tenho uma reclamação a fazer sobre a banca do processo seletivo Zambini, que me prejudicou em minha classificação, onde acertei 24 pontos na prova específica de arte e eles colocaram 21 pontos, me prejudicando na classificação pois a somatório devido ao erro deles fez com que eu ficasse com 61 pontos, sendo que juntando às que de fato acertei e eles não contaram daria 64. Por conta desse grande erro eu fiquei em 41º lugar, sendo que com os pontos certos eu ficaria entre a classificação 27º e 28º , fazendo uma diferença enorme em minha vida pois essa classificação é válida por 2 anos e corro o risco de ficar sem aulas com essa classificação, sendo que se ficasse entre os 20 da lista, que era para de fato ser, ficaria tranquila pois certamente pegaria minhas aulas nos anos de 2022 e 2023. Tenho um vídeo provando que fiz 24 pontos e não 21 pontos, é a prova que fiz, eles ainda para piorar não disponibilizam um rascunho de gabarito para facilitar, apenas o caderno de prova, mas tenho ele com todas as questões certas que fiz e provo isso através de meu vídeo, por favor ajudem uma professora desesperada por justiça!”

“Não sei mais a quem recorrer. É de rir para não chorar. Sou professora aqui em São José já há alguns anos. Nunca fiz uma prova com a falta de organização e planejamento como essa do último dia 05/12. Os absurdos são enormes. Salas fazendo provas em grupo, pacotes de provas sem lacre de segurança, fiscais perdidos e mal orientados. Na minha sala mesmo teve questão de prova que os professores discutiram em sala e os fiscais fingiram que não estavam vendo. E as diversas questões anuladas por falta de coerência? E as inúmeras que tivermos que abrir recurso devido estar constando a alternativa INCORRETA no gabarito? E o que falar da classificação preliminar que saiu na data de ontem? Um absurdo total! Nomes duplicados, contagem INCORRETA das alternativas acertadas pelos candidatos, sem transparência de critérios de avaliação que constam no edital para o desempate de candidatos. Cadê a lista preliminar dos professores eventuais? A falta de respeito e transparência da banca desde o dia da prova é enorme. O que a prefeitura está esperando?”

Prefeitura

A prefeitura de São José dos Campos, por meio da Secretaria de Educação e Cidadania, informou que os candidatos que se sentirem prejudicados devem encaminhar recursos conforme previsto no edital do processo seletivo. Conforme a nota, a secretaria de Educação irá apurar todos os recursos apresentados e, caso seja necessário, poderá aplicar as penalidades previstas no contrato firmado com a empresa responsável pela aplicação das provas.

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