Porque São José é a cidade mais inteligente do Brasil

Há algumas décadas São José já começava a ter sonhos de vir a ser um Centro de Excelência Tecnológica. Esse querer começou com a vinda do Marechal Montenegro para cá: Casimiro Montenegro Filho certamente foi o maior joseense da história daqui. Por Felipe Cury

O PENSAMENTO: “Há 3 métodos para ganhar sabedoria: primeiro por reflexão, o mais nobre; segundo por imitação, o mais fácil; e terceiro, por experiência, o mais amargo” – Confúcio

O FATO:

O portal Life, em matéria de outubro, relata fidedignamente a abertura de importantíssimo CENTRO DE ENGENHARIA E TECNOLOGIA, no Brasil. A BOEING está fazendo isso para desenvolver tecnologia de ponta para impulsionar a inovação aeroespacial.

Essa parceria remota a mais de 90 anos.

Vamos ao início de tudo:

Há algumas décadas maravilhosamente vividas, São José já começava a ter sonhos ambiciosos de vir a ser um Centro de excelência tecnológica. Na verdade, esse querer começou com a vinda do Marechal Montenegro para cá: Casimiro Montenegro Filho certamente foi o maior joseense da história daqui.

Criador do ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica e do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, criou o ITA e outros Institutos de elevado nível, foi o Patrono da Engenharia Aeronáutica do Brasil

Um cearense visionário e um joseense de realização.  Montenegro lançou a semente do desenvolvimento tecnológico. Essa semente não se transformou em apenas uma árvore imensa e frondosa, mas em um pomar gigantesco chamado POLO TECNOLÓGICO AEROSPACIAL DO BRASIL. EMBRAER, AVIBRÁS, AEROTEC, etc.

Torna-se mister retornarmos ao passado e tentar fazer justiça a uma plêiade de jovens brilhantes que viveram o sonho comum por acreditarem que, um dia o Brasil seria fabricante de aviões. São os verdadeiros criadores da atual realidade que encanta o mundo aeroespacial. Então, vamos falar um pouco de HISTÓRIA que justifica o jargão de mostrar São José dos Campos como o verdadeiro berço da ciência aeroespacial do Hemisfério Sul.

O primeiro engenheiro aeronáutico brasileiro foi o Oficial da Aviação Naval Raimundo Vasconcelos Aboim formado no Imperial College of Science and Technology, em Londres, em 1.925. Outros Oficiais da Aviação Militar do Exército deram prolongamento à nova carreira, dentre eles: Antônio Guedes Muniz e Ivan Carpenter Ferreira, graduados em 1930 na Ecole Nationale Superieure Aeronautique de Paris. Aliás, por esse Curso formaram-se ainda os Oficiais Júlio Américo dos Reis, Jussaro Fausto de Souza, Oswaldo Balloussier, Guilherme Aloysio Telles Ribeiro, José Vicente de Faria Lima e João Mendes da Silva.

Benjamin Manoel Amarante e Clay do Amaral, formaram-se pelo MIT – Massachussetts Institute of Technology. Quando começou a Segunda Guerra Mundial já havia no Brasil cerca de quinze pessoas com diploma de Engenharia Aeronáutica. Era muito caro enviar esses oficiais para o exterior e a solução mais plausível foi criar o Serviço Técnico da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, e o Instituto de Pesquisa Aeronáutica em São Paulo. Em 1.939, o Ministério do Exército criou o curso de Engenharia Aeronáutica, na Praia Vermelha. Da primeira turma desse curso, formou-se Casimiro Montenegro Filho.

Esse jovem tornou-se o mais obstinado líder para o desenvolvimento da tecnologia aeronáutica; apesar das inúmeras dificuldades que envolveriam a criação de um curso realmente moderno, mas acreditava ser aquela a única alternativa se o Brasil desejava ter, um dia, uma indústria aeronáutica auto suficiente. Dali para frente passou a procurar o local ideal para se criar um curso altamente especializado. Esteve em várias cidades dos estados do Rio e São Paulo, cogitando até as imediações de Campinas. Mas acabou optando por São José dos Campos. Sua situação geográfica, tinha grandes terrenos desocupados e ficava ao lado da Rodovia que ligava o Rio a São Paulo, além de ser bem próximo do parque industrial paulista

Montenegro lembrava que esteve em São José duas vezes: a primeira quando foi forçado a pousar ali por condições meteorológicas desfavoráveis e, na segunda, quando uma pane no motor obrigou-o a descer no mesmo ponto.

Particularmente eu me lembro que João Verdi passou por problemas idênticos antes de fundar a extraordinária AVIBRAS. Aterrizou forçadamente e andando pela diminuta São José encontrou um folheto anunciando o vestibular do ITA. Convenceu-se a si próprio de prestá-lo e o fez brilhantemente e depois veio a integrar a famosa GERAÇÃO DE OURO daquele Instituto. Só que nunca mais voltou a Alfenas, sua querida terra natal. Virou joseense. (Esse fato foi-me contado pessoalmente pelo próprio Verdi).

Quando começou a Segunda Guerra Mundial já havia no Brasil cerca de quinze pessoas com diploma de Engenharia Aeronáutica. Era muito caro enviar esses oficiais para o exterior e a solução mais plausível foi criar o Serviço Técnico da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, como o Instituto de Pesquisa Aeronáutica em São Paulo.

Em 1.939, o Ministério do Exército criou o curso de Engenharia Aeronáutica, na Praia Vermelha. Da primeira turma desse curso, formou-se Casimiro Montenegro Filho.

A paixão de Montenegro pelo seu ideal aproximou-o salutarmente do Ministro Salgado Filho que o enviou em missão ao Massachussetts Institute of Tecnollogy para um produtivo encontro com o Prof. Richardt Smith, catedrático em Engenharia Aeronáutica. Levou oportunamente um esboço daquilo que poderia ser um verdadeiro intercâmbio semelhante no Brasil. Pouco depois, Montenegro traria a notícia que o Prof. Smith, não só aprovara suas ideias, como se oferecia para vir trabalhar no nosso País. Montenegro não acreditava   em notícia tão auspiciosa.

Imediatamente Cassemiro passou a buscar apoio e dinheiro para concretizar tão maravilhoso sonho. As dificuldades foram terríveis. Ele as enfrentava e vencia, e pode dar prosseguimento, de forma segura, ao rumo certo traçado vinte e três anos atrás pelo pioneiro Alberto Santos Dumont.

Além de sua contribuição para a criação do ITA, Montenegro Filho também teve uma carreira de destaque como engenheiro aeronáutico. Ele foi responsável por importantes projetos na área, como o desenvolvimento do primeiro radar meteorológico brasileiro e a coordenação do projeto do primeiro satélite brasileiro, o Satélite Experimental de Comunicações (SCD-1).

Os principais feitos de Casemiro Montenegro Filho, portanto, estão relacionados à sua atuação como um dos fundadores do ITA e como engenheiro aeronáutico, tendo contribuído significativamente para o avanço da ciência e tecnologia no Brasil, especialmente no setor aeroespacial. Começou a procurar o lugar ideal. Margeando a linha da Central do Brasil, encontrou campos que pareciam bons. Na nova escola, os alunos devem dormir junto ao lugar das aulas. E, para tanto, precisava construir locais adequados.

Além de local apropriado e altamente estratégico, MONTENEGRO vislumbrou a necessidade de inovar no aprendizado aeronáutico através da criação de sólido programa de intercâmbio de know-how entre os jovens estudantes do Brasil com Europa e Estados Unidos.

Cogitou e trouxe professores da Europa e dos Estados Unidos, para atividades de estágio com conhecimento de normas, métodos e procedimentos em atividades profissionais. Foi conseguido um contrato de seis meses com o Prof. Richardt Smith por sua experiência, que foi tão valiosa. Chegou em junho de 1945 e Montenegro trouxe-o para São José dos Campos. Ele aprovou integralmente e puseram mãos à obra

Os terrenos em São José foram, em parte, doados pela municipalidade e, em parte pelo Governo de São Paulo. Quando o projeto ficou praticamente pronto, o Presidente Vargas caiu. Ficou tudo suspenso e retornando à estaca zero.

Antes, o destino abençoado por Deus, fez chegar a São José dos Campos um Brigadeiro, o Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho, cearense visionário e brilhante que viria a ser o maior joseense de todos os tempos. O Brigadeiro Montenegro sonhava que o Brasil viria a fabricar aviões. Foi até considerado louco varrido, pois a época o Brasil não fabricava nem penicos. Ele criou o ITA: um centro avançado de estudos de engenharia aeronáutica, que viria a ser o berço da EMBRAER, uma das maiores fábricas de aviões do mundo.

O Desenvolvimento Tecnológico passou a ser o epíteto de São José dos Campos, hoje A CIDADE INTELIGENTE número um do Brasil.

Agora, muito recentemente foi renovada a CERTIFICAÇÃO DE CIDADE INTELIGENTE, SUSTENTÁVEL E RESILIENTE para São José dos Campos. Uma conquista para poucos.

Nota Importante:

Este trabalho foi fruto de árdua pesquisa, entrevistas inéditas, artigos, Google e memoráveis encontros, com personalidades notáveis, como Paulo Henrique Gonçalves – Fundador e Presidente da TECNIC Ind. & Com. empresa ligada ao ramo aeronáutico, que deu significativas contribuições ao setor aeroespacial numa vida de sucesso empresarial por 33 anos. Paulo era filho de Carlos Gonçalves, emérito fundador da AEROTEC – Uma das empresas pioneiras das atividades aeronáuticas de São José dos Campos. Tributo ainda homenagem a Roberto Pereira de Andrade e Antônio Emele Piochi, autores do livro/documentário HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO AERONÁUTICA DO BRASIL

Felipe Cury: Progresso de São José dos Campos com experiência e sabedoria

São José dos Campos é uma cidade rica em história, cultura e segredos que só um verdadeiro conhecedor pode desvendar. Nesse cenário, destaca-se Felipe Cury, um morador ilustre do Jardim Aquarius, que há mais de 60 anos tem contribuído para o enriquecimento intelectual e cultural da maior cidade da RM Vale.

Com uma formação sólida em Ciências Jurídicas e Administrativas, Felipe Cury é muito mais do que um morador apaixonado; é um verdadeiro guardião de histórias e um líder que moldou a comunidade ao longo dos anos. Seu legado inclui experiências como gerente de Recursos Humanos, professor de comunicações e língua portuguesa, secretário municipal de Relações Exteriores na prefeitura de São José dos Campos, presidente da ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José, e Diretor Titular da Ciesp.

Atualmente, ocupa o prestigioso cargo de vice-presidente da Ciesp, com mandato até dezembro de 2025. Além disso, exerce a função de diretor regional da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), do DEINFRA (Departamento de Infra Estrutura da Fiesp), e é conselheiro ativo da Univap, Parque Tecnológico e Fundação Cultural. Seu comprometimento com a comunidade também se estende ao campo cultural, sendo patrono do Teatro Cultural Felipe Antônio Cury, antes conhecido como Teatro Cultural do SESI de São José.

A trajetória de Felipe Cury é uma jornada única que se entrelaça com a história de São José dos Campos. Sua experiência e sabedoria são inestimáveis, e ele está pronto para compartilhar os segredos, as histórias e os insights que só quem viveu tanto quanto ele pode oferecer. Acompanhe nossas colunas para explorar São José dos Campos por meio dos olhos de Felipe Cury. Uma viagem pela cidade que promete revelar seus encantos mais profundos.

Confira outra bula de Felipe Cury

A República do Aquarius (informa.life)