Total de desligamentos equivale a 12,5% da força de trabalho da empresa, sendo 900 demissões e 1,6 mil via PDV. Sindicato repudia demissão em massa e garante que Embraer vem forçando funcionários a aderirem ao Plano de Demissão Voluntária
Cortes entram na rota da maior empresa de aviação do Brasil. A Embraer anunciou nesta quinta (3) o desligamento de 2,5 mil colaboradores. O total de cortes equivale a 12,5% do total da força de trabalho da empresa em todas as suas unidades, sendo que 900 colaboradores foram demitidos e mais 1,6 mil aderiram ao Plano de Demissão Voluntária apresentado pela empresa.
Os motivos alegados foram a crise econômica causada pela pandemia e o cancelamento da parceria com a americana Boeing – fatores que teriam causados cerca de R$ 2, 95 bilhões de prejuízo à Embraer no primeiro semestre deste ano, período em que foram entregues somente quatro aeronaves comerciais e 13 executivas.
A empresa afirma que não teve nenhum cancelamento na carteira comercial, apenas mudanças no prazo de entregas. Somente em São José dos Campos a Embraer mantinha cerca de 10 mil colaboradores. O número de desligamentos por unidade não foi informado.
Acusações
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos garante que recebeu diversas denúncias de trabalhadores sobre gestores da Embraer que estariam pressionando funcionários que estavam em licença remunerada para que aderissem ao PDV. A Life perguntou ao Sindicato – em entrevista coletiva na tarde desta quinta (3) – sobre a existência de provas que confirmassem as denúncias.
De acordo com a diretoria do Sindicato 15 trabalhadores relataram que foram coagidos e que as provas seriam encaminhadas ao Ministério Público do Trabalho. O caso deverá ser investigado.
Embraer
A Embraer nega qualquer tipo de pressão e enfatiza – em nota – que a empresa tem realizado diversos ajustes para se adequar à atual realidade de mercado e que adotou medidas para preservar empregos desde o início da pandemia como férias coletivas, redução de jornada, lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho), licença remunerada e PDV.
O texto relata também que os colaboradores foram informados por meio dos canais oficiais da empresa, que incluem canais digitais utilizados de forma regular para informar sobre qualquer tema relevante aos colaboradores, principalmente aqueles que estão em licença remunerada. A Embraer destaca ainda que o Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo e o Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu aprovaram a proposta do atual PDV.
Para Sindicato, crise foi provocada por má gestão
Segundo o Sindicato existem estudos que mostram que as dificuldades financeiras foram provocadas pela má gestão do Conselho Administrativo na negociação com a Boeing. Conforme o Sindicato as perdas geradas pelo processo de venda chegaram a R$ 1,2 bilhão enquanto as geradas pela pandemia ficaram em R$ 83,7 milhões.
O Sindicato também informou que vai cobrar do poder público medidas que proíbam as demissões e ressalta que a Embraer recebeu R$ 3 bilhões em financiamento aprovado pelo BNDES e bancos privados.
“É um crime o que a Embraer está fazendo com esses trabalhadores. Enquanto mantém altos executivos com salários milionários, demite 2.500 pais e mães de família que dependem de seus empregos para sobreviver. Não aceitaremos essa medida. Vamos buscar todas as formas de luta para reverter as demissões”, afirma o diretor do Sindicato Herbert Claros.
3 Respostas
Sindicato um mal necessário…todos funcionários acho que já estavam cientes desde fusão que não deu certo,os cancelamento de entrega devido a pandemia,PDV era uma oportunidade de sair com benefícios… ninguém quer mas todos estavam cientes que rlvirua o cortes ,isso não atingiu somente a Embraer…agora vem uns como COAGIDOS… BRASIL inteiro teve demissão na Embraer não seria diferente na Boeing teve 15 mil demissões…….DESCULPEM ESSES COAGIDOS… Volks, Ford GM tbem teve demissão e PDVs …
Os engenheiros demitidos terão que devolver as BMWs! ririririri
Desde que a Embraer existe contrata-se um monte quando entra um pedido e demite-se um monte quando termina o pedido. Logo, qual o susto?