Nascimento raro emociona e reforça o sucesso do projeto Selva Viva, que luta pela preservação das onças-pintadas e pela esperança da fauna brasileira
Um momento de pura vida selvagem floresceu em Taubaté. A onça-pintada Zuri, resgatada e acolhida pelo projeto ambiental Selva Viva, acaba de dar à luz três filhotes saudáveis — sendo dois com pelagem escura, conhecidos como panteras negras, e um com a tradicional coloração caramelo.
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O nascimento, considerado raro e cientificamente relevante, reacende a esperança na conservação das grandes onças brasileiras, espécie ameaçada de extinção.
Zuri vive em cativeiro ao lado de seu companheiro Zulu, uma imponente onça de pelagem melanística (preta). Este é o segundo parto da fêmea em menos de um ano. Em janeiro, ela já havia surpreendido os cuidadores ao dar à luz outros dois filhotes — Naveen e Tiana — também de pelagem escura.
As chamadas “panteras negras” não formam uma espécie à parte. São, na verdade, onças-pintadas com uma mutação genética rara, o melanismo, que torna o pelo escuro e as pintas visíveis apenas sob certas luzes.
Em um vídeo emocionante divulgado pelo Selva Viva, Zuri aparece amamentando e lambendo os pequenos, enquanto eles bocejam e se aconchegam sob seu corpo protetor. O trio encantador recebeu nomes inspirados em personagens da Disney: Adam (A Bela e a Fera), Raya (Raya e o Último Dragão) e Merida (Valente).
Por enquanto, os filhotes permanecem fora de exposição pública, em um ambiente reservado e seguro. A visitação só será permitida quando estiverem mais fortes e adaptados — assim como aconteceu com seus irmãos mais velhos, que encantaram os visitantes após completarem dois meses de vida.
Segundo o Projeto Selva Viva o nascimento é um marco não apenas para a instituição, mas também para a ciência e a conservação da biodiversidade.
“Este segundo nascimento consagra o trabalho de nossa equipe na reprodução de animais do Cerrado brasileiro, reforçando a importância da conservação da vida selvagem”, declarou o projeto em nota.
“Cada novo filhote representa um passo essencial para o equilíbrio ecológico e a esperança de um futuro mais verde.”
Zuri e Zulu: uma história de amor e sobrevivência
Zuri nasceu em 2021, no Tocantins, e chegou ao Selva Viva ainda filhote, após ser resgatada de um cativeiro. Já Zulu, vindo de Goiás, chegou em 2024. Após um delicado processo de adaptação, os dois formaram um casal inseparável.
Hoje, dividem um espaço de 300 metros quadrados em Taubaté, onde passam os dias brincando, se lambendo e demonstrando afeto — uma relação de cumplicidade que comove quem os acompanha de perto.
Com o novo nascimento, o projeto reforça seu papel dentro do Programa Nacional de Conservação de Onças-Pintadas, que busca garantir a perpetuação da espécie e conscientizar o público sobre a importância dos animais silvestres.
Desde 2016, o Selva Viva atua com licença de zoológico aberto ao público nos fins de semana e realiza, durante a semana, ações de educação ambiental com escolas. O espaço acolhe dezenas de animais resgatados, como lêmures, flamingos, jacarés e corujas, além das estrelas felinas que hoje simbolizam o sucesso da iniciativa.
Os filhotes ainda não têm data exata divulgada de nascimento, mas já são considerados um símbolo de esperança para o Cerrado e para toda a fauna brasileira.
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