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Obra da ponte estaiada não é financiada pelo BID, diz relatório do próprio banco

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Relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento revela veto ao financiamento pleiteado pela prefeitura para o Arco da Inovação devido à falta de estudos eficazes e de impactos à vizinhança

Foto Sinai Faingold

Ao contrário do que foi informado pela prefeitura municipal de São José dos Campos desde a confirmação e o início das obras da ponte estaiada o valor do projeto, atualmente na casa dos R$ 59 milhões, não será financiado pelo BID (Relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento), conforme documento elaborado pelo próprio banco. A revelação consta em relatório apresentado pelo MICI (Mecanismo Independente de Consulta e Investigação), órgão com independência dentro da estrutura do BID. O resultado do estudo foi divulgado nesta semana pela instituição financeira. No documento, que possui 27 páginas, o BID justifica o veto ao financiamento devido principalmente à falta de estudos eficazes e de impacto, tanto na vizinhança da ponte estaiada como no meio ambiente.
O texto também cita a pressão contrária de parte da população. Em 9 de fevereiro deste ano (veja matéria neste site), durante audiência pública realizada no Paço Municipal, o consultor indicado pelo BID para análise das questões socioambientais da obra da ponte, Marcelo da Costa, foi cobrado diretamente pela população sobre a real eficácia e necessidade da ponte estaiada. Na ocasião o consultor foi solícito e ouviu com atenção dezenas de munícipes.
A repercussão do veto ao financiamento pleiteado pela administração municipal pegou muitos joseenses de surpresa e foi intensa nas redes sociais. Munícipes acusam o prefeito Felicio Ramuth de ter escondido a verdade sobre o financiamento da ponte estaiada. A reportagem entrou em contato com a prefeitura questionando a desistência do BID. A resposta consta na parte inferior desta matéria. A Life entrou em contato com o BID, que confirma veto ao financiamento do Arco da Inovação (ponte estaiada). Confira abaixo a nota na íntegra enviada a reportagem pelo banco.
“Sobre o programa BR-L1160 Programa de Estruturação Urbana de São José dos Campos, o Banco tem a informar que não está financiando a obra ‘Arco da Inovação (Ponte Estaiada)’. Mais informações a respeito devem ser solicitadas à Prefeitura de São José dos Campos”.

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MICI

O Documento do Mecanismo Independente de Consulta e Investigação possui 27 páginas e foi entregue à prefeitura em 16 de agosto de 2019. DOCUMENTO. O relatório diz que a “obra do Arco da Inovação teve início sem dispor de um estudo completo dos impactos ambientais e sociais na zona de influência”. Além disso, “os processos de consulta pública com a população afetada teriam sido realizados posteriormente ao início da construção”. O texto relata ainda que não foi levado em conta o impacto negativo que a obra produzirá nas vizinhanças do entorno como resultado da proximidade à obra e à via rápida. A degradação ao meio ambiente é citada pelo aumento da contaminação atmosférica, sonora e visual que resultará tanto das atividades de construção como do aumento de trânsito de veículos com a finalização da ponte.


Prefeitura

A Life perguntou à prefeitura sobre a desistência do financiamento por parte do BID e quem será o responsável pelo custeio da ponte estaiada. Veja trecho da nota:
“A obra do Arco da Inovação-Ponte Estaiada integra o programa de estruturação urbana do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), desde o aditivo 3 de 2019 e prevê recursos de financiamento direto pelo banco e de contrapartida com recursos do tesouro municipal. Todos os pagamentos relativos à obra seguem rigorosamente em dia, e independente de sua elegibilidade ou não, esta gestão tem o compromisso de aplicar de forma eficiente todo e qualquer recurso público, independente de sua fonte de arrecadação ser através de empréstimos ou do tesouro municipal.
O equilíbrio das contas públicas nesta administração tem permitido o maior volume de obras de infraestrutura já realizados, com investimentos de cerca de R$ 600 milhões gerando empregos e preparando a cidade para o futuro. O valor total do empréstimo do BID, de julho de 2011, foi de US$ 171,344 milhões, dos quais, US$ 85,6 milhões do banco e US$ 85,6 milhões de contrapartida da Prefeitura. As obras feitas com o empréstimo do BID são as dos PEVs (Pontos de Entrega Voluntária), regularização de loteamentos, requalificação urbana das avenidas São José , Madre Tereza, implantação de parques, duplicação do viaduto Kanebo, obra antienchente no Jardim Augusta, via Cambuí, ciclovias da avenida dos Astronautas, avenida Jorge Zarur e outros projetos de infraestrutura urbana”.

Oposição

Vereador petista e pré-candidato à prefeitura em 2020, Wagner Balieiro considerou a desistência do BID como uma notícia muito grave e que pode configurar até improbidade administrativa por parte do prefeito, Felicio Ramuth. “Não se pode fazer uma obra sem ter os recursos devidamente garantidos, ainda mais obra de R$ 60 milhões. A prefeitura não tinha este suporte financeiro, contou com um financiamento que não estava confirmado e foi negado. Para mim, isso é inédito. Nunca vi isso na política. Desde agosto o BID já havia negado o financiamento. A prefeitura mentiu para a população”, afirmou.

Novo prazo

A prefeitura comunicou também que a ponte estaiada será finalizada somente em março de 2020. Até o início de dezembro a prefeitura comunicava que a obra terminaria em 2019. Com mais de 92,5% da obra já executada, o Arco da Inovação agora tem previsão de entrega para 30/03/2020.

 Ambientalista
Segue abaixo opinião do especialista em ambiente s sustentabilidade, Wilson Cabral.
“A decisão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) de não mais financiar a Ponte Estaiada em SJC é baseada não apenas em um fator, mas em uma série deles. A começar pelo fato de que o projeto da ponte não estava previsto no plano de estruturação urbana originalmente contemplado pelo BID, para fins de financiamento. Além disso, some-se o fato, não menos importante, de que a obra é contestada tecnicamente e tudo indica que não resolverá os problemas de tráfego para os quais foi projetada. Cabe lembrar que, das 16 rotas possíveis na rotatória do Colinas, a ponte apenas resolve parcialmente o tráfego em 2 delas, e dificulta, senão impossibilita, alterações futuras, dado seu caráter estrutural. Há soluções menos custosas e com maior efetividade.  Por outro lado, a obra iniciou sem licenciamento ambiental, este obtido de forma simplória e agora também questionado no tocante aos impactos que a obra vem causando ao ribeirão Vidoca. Em suma, há diversos motivos pelos quais um órgão financiador decidiria não fomentar tal obra. E a Prefeitura sabia de todos eles, mas resolveu apostar. Infelizmente quem pagará esta conta somos nós, cidadãos, com nossos impostos recolhidos e com os cortes orçamentários em temas importantes para o município”.
Prefeito Felicio Ramuth se posiciona

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10 Respostas

  1. Essa obra só engana trouxa q apoia esse prefeito idiota… não vai adiantar nada e os engarrafamentos vão continuar, cartão postal horrível….

  2. Não creio que uma Adm como a de São José faria uma obra sem o devido planejamento… a obra está quase concluida e esse vereador petista já está pensando na sua candidatura… isso aí Felício… mãos as obras e sua reeleição estará garantida… PT nunca mais… partido já morto juntamente com o Luladrao…avante FELÍCIO…

  3. Sinceramente, uma obra que vai ajudar muito o trânsito, além de servir de marco arquitetônico como as pontes estaiadas da marginal de SP, mas o que vem de gente invejosa, inútil, que nunca construiu nada na vida reclamar…. Ô dificuldade, no Brasil é muito difícil construir e desenvolver projetos, sempre tem um comunistazinho reclamando que não pode, não deve, tem que ter mais participação “populá”, mas gastam bilhões em obras parecidas em Cuba, Bolívia e Venezuela… Lá pode né.

  4. Obra iniciada sem licenciamento ambiental… não precisa mais nada, a obra iniciou irregular. Isso é bem a cara dos políticos porcos e corruptos que temos no Brasil. Altos salários, vários cargos comissionados, corrupção a todo vapor. Quem se importa com meio ambiente? Quem se importa com as pessoas que vivem ao redor da monstruosa ponte? É uma obra cara e não será eficiente. É uma obra que vai deixar o local feio, pois é desproporcional. Esse Felício, assim como os outros políticos aproveitadores, (de todos os partidos) deveriam ser presos imediatamente!

  5. Em sendo verdadeira a matéria, é um crime de ordem pública sim.
    Agora, onde estavam esses vereadores? Inclusive o grande Wagner Balieiro?
    Não leram a licitação, seus anexos?
    Onde estava escrito o comprometimento do banco?
    O bicho vai pegar

  6. Lembra o que o prefeito e seus secretários disseram quando questionados porque escolher fazer uma obra cara e que nem estava nos planos enquanto faltava recursos para áreas críticas como a saúde? Disseram que este dinheiro era carimbado para obras como essa e não poderiam ser usados na saúde, por exemplo. Agora a verdade vem à tona: o dinheiro dessa obra faraônica está saindo do orçamento geral do município, o mesmo que vem negando recursos pra saúde e outras áreas críticas, especialmente as sociais.

  7. esta obra e uma das necessárias para a cidade, pois é o lugar de maior incidência de tráfego da cidade e nas horas de pico para, portanto será de grande valia para a cidade. Na gestão passada se gastaram milhões, deixaram dívida de 300 milhões e nada fizeram a não ser pintar faixas de vermelho para bicicletas e pixe em ruas de terra que custaram milhões e agora estes petistas ficam falando asneiras!! apoio total a obra.

  8. A ponte estaiada é só mais uma obra do tipo megalomana que todo Prefeito faz pra dizer que fez alguma coisa, é conveniente pra ele que seja feito em um dos principais cartões postais da cidade, enquanto isso as regiões periféricas da cidade estão em extrema decadência, zona sul as escolas abandonadas, qualquer serviço de saúde que vc precisa tem vaga só pra daqui 2-3 meses, segurança nem se fala, zona leste um caos..
    Enfim.. esse tipo de obra é chamado pra “inglês ver”

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