Moradores convivem com a insegurança e polícia promete melhora com fiscalizações e rondas; no último sábado (10), mercadinho havia sido assaltado no bairro
Sem sossego, o Altos da Vila Paiva, na zona norte de São José, teve mais um assalto. Na manhã desta terça-feira (13), por volta das 7h30, uma casa no bairro foi invadida por quatro crimonosos. Na ação, os homens levaram uma caminhonete e objetos na carroceria. Ninguém foi preso.
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Há cerca de dois meses os moradores do bairro vivem constantemente com roubos e assaltos, tanto a pedestres como à residências e comércios. No último sábado (10), por exemplo, criminosos roubaram um mercadinho e fugiram. No entanto, policiais encontraram os suspeitos e entraram em uma troca de tiros, quando um dos assaltantes foi baleado e morreu.
Ciente dos acontecimentos e da necessidade de dar uma resposta à altura, a Polícia Militar vem intensificando o patrulhamento pelas ruas e avenidas do Altos da Vila Paiva. O bairro virou rota diária dos policiais, que garantem a melhora da segurança na região
“Estamos dando total atenção ao bairro. As rondas foram reforçadas em decorrência dos casos pontuais que vinham ocorrendo, principalmente de madrugada, com roubos a pedestres. Também estamos ampliando o programa Vizinhança Solidária. A participação da população é fundamental”, afirma o comandante responsável pelo policiamento da zona norte, Capitão João Paulo Faria Corrêa. Para exemplificar as ações realizadas, o Capitão destaca a efetuação recente de prisões em flagrantes e a detenção de procurados da Justiça e de veículos furtados ou roubados.
Especialista considera a legislação favorável ao crescimento do crime
Em entrevista à SuperInteressante, o promotor Carlos Eduardo Fonseca da Matta, da 3ª Procuradoria de Justiça de São Paulo, mostra-se um forte crítico do Direito Penal e das penas previstas no Código Penal. Para ele, as punições, demasiadamente brandas, são a maior causa do descontrole da criminalidade, como no caso da Vila Paiva. “A legislação penal brasileira é muito atrasada e extremamente favorável aos criminosos”, diz da Matta.
Autor de uma proposta com medidas de combate à criminalidade aprovada por unanimidade pelo Órgão Especial do Colégio dos Procuradores do Ministério Público de São Paulo, da Matta tem idéias polêmicas, que vão da redução da idade de responsabilidade penal à adoção de penas longas de até 40 anos. O promotor paulista também defende um endurecimento das penas para reincidentes, a exemplo do que existe nos Estados Unidos. “Lá, após três condenações, o sentenciado por um crime grave é colocado definitivamente fora do jogo”, contou
Para o promotor, leis mais duras são uma “arma” contra o combate ao crime, citando o exemplo dos Estados Unidos. “Durante as décadas de 50 a 80, o país progrediu muito social e economicamente e apesar disso os índices de criminalidade continuaram a crescer – e muito. Somente após a adoção, no início dos anos 90, de uma legislação penal mais rigorosa é que os índices de criminalidade despencaram e hoje são os menores de todos os tempos. É preciso fazer com que haja um aumento real das penas de modo a garantir que os condenados por crimes graves fiquem efetivamente segregados por longos períodos. Isso é fundamental para que seja atingida a finalidade principal da pena: a contenção dos criminosos”, explicou.
Veja o vídeo do assalto abaixo:
https://www.facebook.com/LifeInforma/videos/1377053415786533?s=100002404786625&v=e&sfns=xmo
