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MPF busca vítimas de repressão na Embraer durante ditadura

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O MPF convoca trabalhadores perseguidos pela Embraer na ditadura para apresentar documentos até 5 de maio. Golpe militar completa 61 anos!

MPF busca vítimas de repressão na Embraer durante ditadura
MPF busca vítimas de repressão na Embraer durante ditadura / Foto: Greve de ocupação na Embraer em 1984 teve repressão militar (Luiz Roberto/Acervo histórico SindmetalSJC)

O Ministério Público Federal (MPF) anunciou a convocação de trabalhadores perseguidos pela Embraer durante a ditadura militar para apresentarem documentação comprobatória dos abusos sofridos. A iniciativa ocorre no mês em que o golpe militar completa 61 anos no Brasil e tem apoio do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.

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Os documentos devem ser entregues até 5 de maio à Admap (Associação Democrática dos Aposentados e Pensionistas do Vale do Paraíba). O objetivo do MPF é avaliar a extensão das violações e possíveis medidas reparatórias aos trabalhadores vitimados pela repressão.

Como apresentar os documentos?

Vítimas ou seus herdeiros podem entregar os documentos presencialmente, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, na sede da Admap, localizada na Praça Carlos Maldonado Campoy, 8, Centro, São José dos Campos. Também é possível enviá-los por e-mail para contato@admap.org.br, com o assunto “EDITAL EMBRAER”. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (12) 99752-1443.

Investigação sobre a Embraer

A convocação do MPF está inserida em um inquérito civil conduzido pela procuradora da República Ana Carolina Haliuc Bragança, do 3º Ofício de Taubaté. A investigação apura a colaboração da Embraer com os órgãos de repressão do regime militar entre 1964 e 1985.

O edital do MPF estabelece cinco critérios para enquadramento das vítimas, incluindo trabalhadores presos ou interrogados dentro da empresa, demitidos por motivação política, monitorados pelo Estado e impedidos de conseguir outro emprego devido à colaboração da Embraer com o regime.

Documentos que podem ser apresentados

Comprovante de demissão durante as greves da década de 1980;

Carteira de Trabalho com datas de contratação e desligamento da Embraer;

“Listas sujas” contendo o nome do trabalhador perseguido;

Declaração de anistiado político;

Comprovantes de monitoramento pelo extinto Serviço Nacional de Informações (SNI).

Justiça e reparação

O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos e ex-trabalhador da Embraer, Herbert Claros, destaca a importância da investigação. “É preciso apurar com profundidade e absoluto rigor as digitais da Embraer no criminoso apoio que ofereceu à ditadura militar. Só dessa forma poderemos exigir justiça e reparação aos metalúrgicos perseguidos e relatar os fatos às futuras gerações. Ainda estamos aqui”.

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Primeira Resposta

  1. “FOI PARTE DA GUERRA FRIA”
    — a influência dos Estados Unidos no golpe militar de 1964.
    A própria Casa Branca confirmou a informação ao ter divulgado gravações de conversas em que o ex-presidente John Kennedy cogita ao então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, uma intervenção militar.

    A ditadura no Brasil não aconteceu isoladamente. Foi parte da Guerra Fria. Os Estados Unidos patrocinaram a ditadura no Brasil. Foi uma época distópica.”

    De acordo com a Agência Brasil, os americanos se esforçaram no emprego de recursos financeiros para a promoção e o incentivo de iniciativas que tivessem o intuito de combater o comunismo no Brasil.
    Estudos agora dão como certo até mesmo o envio de uma frota naval dos Estados Unidos para apoiar o golpe, comprovando a articulação entre militares brasileiros e o governo daquele país.

    Adotando uma política intervencionista, o governo dos Estados Unidos reprovava as nacionalizações de empresas americanas e as estratégias de política externa da gestão de João Goulart — presidente deposto que não era comunista, mas propunha reformas de cunho trabalhista e de centro-esquerda, como a reforma agrária. Professor da Universidade de Columbia, John Dingens afirmou em 2014 à Agência Brasil que os Estados Unidos participaram ativamente para minar a gestão de Jango.

    “O registro histórico é claro. Por causa de um medo exagerado de uma repetição da revolução cubana — um cenário que observadores objetivos consideraram ser extremamente improvável, beirando a paranóia geopolítica —, o embaixador e agentes da CIA, conspiraram e encorajaram militares brasileiros a depor o presidente eleito pelo povo brasileiro, João Goulart.”
    Professor de história da Universidade de Brasília (UnB), Virgílio Arraes, aponta também à Agência Brasil que o poderio militar dos Estados Unidos foi uma das principais razões para não ter havido reação do presidente João Goulart ao golpe dado pelos militares brasileiros contra seu governo.
    Ele também afirma que o deslocamento da frota deve ter sido a maior movimentação naval no Hemisfério Sul desde a época da Segunda Guerra Mundial.

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