Motim no CDP de Caraguatatuba provoca incêndio no setor de inclusão; detentos atearam fogo em objetos e causaram destruição

Um motim no presídio de Caraguatatuba mobilizou agentes penitenciários e causou destruição na noite de sexta-feira (20), no Centro de Detenção Provisória (CDP), localizado na Estrada do Pirassununga. O incidente teve início por volta das 20h, quando detentos atearam fogo em objetos dentro das celas e lançaram os materiais em chamas nos corredores da unidade. A fumaça densa rapidamente tomou conta do setor de inclusão, exigindo uma resposta emergencial por parte dos servidores. As informações são de Jesse Nascimento.
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A ocorrência foi registrada na Delegacia de Polícia de Caraguatatuba como crime de dano ao patrimônio público, incêndio e motim de presos. Apesar dos danos consideráveis à estrutura da unidade, ninguém ficou ferido.
Como começou o motim
Segundo depoimento de um policial penal, de 36 anos, o alarme foi dado por um servidor da muralha, que avistou uma nuvem de fumaça saindo do setor de inclusão. Quatro agentes se dirigiram rapidamente ao local, mas encontraram dificuldades para entrar devido à fumaça intensa.
Os detentos passaram a bater nas portas das celas pedindo socorro. Para avançar pelos corredores, os agentes improvisaram um sistema de ventilação com portas abertas e um ventilador, além de usarem máscaras e toalhas molhadas.
Com a chegada dos diretores, às 20h35, foi organizada a retirada dos internos para o setor de RCD (Regime Disciplinar). O fogo foi contido, e a segurança restabelecida.
Frases provocativas e solidariedade entre detentos
Durante o controle da situação, os detentos afirmaram aos agentes: “Nossa cara é tumultuar mesmo e já era.” O responsável por iniciar o incêndio foi identificado como um interno de 32 anos, que mais cedo havia colocado fogo em uma cela do setor RCD. Por esse motivo, havia sido transferido para o setor de inclusão.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, os demais detentos não se opuseram à ação. Pelo contrário, disseram estar “fechados com o parceiro”, apoiando a atitude de rebelião.
O isqueiro utilizado para iniciar o incêndio teria sido fornecido por três detentos da cela 2, de 20, 23 e 28 anos. Ao todo, 13 internos foram identificados como participantes diretos ou cúmplices do motim.
Danos materiais
Colchões queimados
Lâmpadas destruídas
Vidros das janelas estilhaçados
Paredes internas chamuscadas
O caso foi registrado como de autoria conhecida, e a Polícia Civil orientou a direção da unidade quanto ao procedimento legal para eventual queixa-crime contra os envolvidos.
Até o momento, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido. O espaço segue aberto para manifestação.
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