Mortandade de peixes no Rio Paraíba levanta suspeitas de poluição química

Centenas de peixes mortos no Rio Paraíba entre Caçapava e Tremembé levantam suspeitas de poluição química. Investigação em andamento

Moradores e pescadores que frequentam as margens do Rio Paraíba do Sul, na divisa entre São José dos Campos e Caçapava, têm relatado uma preocupante mortandade de peixes. Desde o último dia 15 de novembro, centenas de peixes apareceram mortos ao longo do trecho, acompanhados de um forte odor químico e a água turva, características que indicam possível contaminação.

De acordo com moradores do assentamento Nova Esperança, o fenômeno atingiu especialmente peixes grandes em plena época de procriação, o que pode gerar sérias consequências para aqueles que dependem do rio. “Nunca vimos algo assim antes. O cheiro parece uma mistura de cloro com podridão, muito forte”, relata um ribeirinho.

Os casos estão sendo investigados pela CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), que coletou amostras de efluentes de empresas próximas e programou novas vistorias subindo o rio para identificar a origem do problema. Ambientalistas e grupos de pescadores suspeitam que o dano possa ter origem no despejo de esgoto ou produtos químicos no afluente Ribeirão dos Mudos, o que comprometeria uma ampla extensão do Rio Paraíba.

Além da CETESB, o GAEMA (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) também foi acionado para apurar responsabilidades e avaliar possíveis crimes ambientais. Organizações locais alertam que medidas urgentes são necessárias para evitar que o impacto se agrave, não apenas para a fauna aquática, mas também para a saúde e o sustento das comunidades ribeirinhas.

Até o momento, nenhuma empresa ou órgão foi oficialmente responsabilizado pelo incidente, mas as investigações continuam. Enquanto isso, o cheiro forte e a mortandade de peixes seguem sendo um sinal claro de que o Rio Paraíba do Sul precisa de atenção e ação imediata.