Projeção é da PRF, que alerta para riscos de acidentes e destaca cuidados essenciais para peregrinos e motoristas

Maior país católico do mundo, o Brasil se prepara para o 12 de outubro, data em que é celebrado o Dia de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil. Como rege a tradição, milhares de pessoas – com os mais variados motivos e promessas – caminham em direção à Casa da Mãe, situada no KM 72 da Via Dutra, rodovia mais importante e movimentada do país.
A notícia mais rápida está em nossos grupos de WhatsApp na RM Vale. Escolha sua área: São José, Vale Central, Fé e Histórico, Litoral ou Mantiqueira.
Neste ano a PRF (Polícia Rodoviária Federal) estima que mais de 40 mil romeiros passem pela rodovia. O número representa um aumento em relação ao ano anterior e acende um alerta sobre a importância da segurança viária nesse período. Segundo o especialista em segurança viária, Diogo Figueiredo, os riscos enfrentados pelos peregrinos são diversos e muitas vezes subestimados.
“Velocidades altas, acostamentos estreitos ou inexistentes e baixa visibilidade em condições como chuva ou neblina tornam o romeiro praticamente invisível para o motorista. Situações de distração, como o uso de celular, e a fadiga típica das longas caminhadas também aumentam a probabilidade de acidentes”, explica.
Entre os pontos mais críticos estão curvas de raio curto, aclives, acessos a postos e comércios, além de trechos em obras. “Quando o peregrino caminha no mesmo sentido do tráfego ou lado a lado, em vez de em fila indiana e contrafluxo, a exposição se multiplica. E o vento de esteira de caminhões pode até desequilibrar quem está no acostamento”, acrescenta o especialista.
Para reduzir os riscos, itens de segurança como coletes e faixas refletivas são considerados indispensáveis. “Esses acessórios ampliam a visibilidade do pedestre a grandes distâncias, especialmente à noite, e garantem segundos preciosos para que o motorista reaja. É por isso que PRF, concessionárias e órgãos de apoio recomendam fortemente o uso”, afirma Figueiredo.
Além da proteção individual, a escolha do trajeto também faz diferença. Rotas alternativas, como a Rota da Luz — reconhecida pelo Santuário Nacional —, oferecem menor fluxo de veículos, pontos oficiais de descanso, alimentação e reforço policial. “Esse caminho reduz significativamente os riscos em comparação com a Dutra, que concentra tráfego pesado e alta velocidade”, destaca.
Mas, o comportamento dos motoristas segue decisivo. “É essencial reduzir a velocidade, manter os faróis acesos mesmo de dia, respeitar as sinalizações temporárias e garantir distância lateral ao passar por romeiros. Atitudes simples salvam vidas”, alerta Figueiredo.
Para apoiar os peregrinos, a concessionária da Dutra e parceiros vão instalar pontos de apoio em locais estratégicos, com distribuição de kits de segurança, hidratação e informações sobre trajetos mais seguros.
Na avaliação de Figueiredo, a mensagem central é de corresponsabilidade. “A fé leva milhares de pessoas às estradas todos os anos, mas a segurança precisa ser prioridade coletiva. Peregrinos, motoristas, concessionárias e órgãos públicos têm o dever de garantir que a caminhada até Aparecida seja, acima de tudo, uma experiência segura”.
Veja também
Bebida adulterada: Rapper Hungria é internado em Brasília com suspeita de intoxicação por metanol