Feminicídio em Taubaté: homem é condenado a 24 anos por matar e concretar a companheira no quintal de casa em abril de 2024

Um caso de feminicídio em Taubaté chocou o país e teve seu desfecho judicial na terça-feira (3), quando Manoel Aurino Chaves dos Santos, de 52 anos, foi condenado a 24 anos e 4 meses de prisão. O julgamento foi realizado no fórum da cidade e culminou com a sentença do júri popular, que responsabilizou o réu pela morte da companheira Natália A. da S., de 31 anos, assassinada em abril de 2024.
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Natália, mãe de três filhos, desapareceu após sair para visitar o namorado, com quem mantinha um relacionamento há cerca de um mês. Uma semana depois, seu corpo foi descoberto enterrado e concretado no quintal da casa dele, localizada no bairro São Luís. A descoberta ocorreu após uma denúncia anônima, que levou a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros e peritos criminais até o local.
Segundo informações do Tribunal de Justiça de São Paulo, Manoel foi condenado a 23 anos de reclusão em regime fechado pelo homicídio triplamente qualificado e a um ano e quatro meses pela ocultação de cadáver. Durante o julgamento, foram ouvidos o pai da vítima e dois policiais civis. O réu também foi interrogado.
A defesa de Manoel alegou legítima defesa. Segundo seu advogado a vítima teria ameaçado o réu com uma faca, o que teria levado a um “acidente indesejado”. Ainda assim, os jurados entenderam que o crime configurou feminicídio, agravado pela ocultação do corpo.
O crime chamou atenção não apenas pela brutalidade, mas também pela tentativa de esconder o corpo com concreto, numa tentativa de dificultar as investigações. Quando os agentes chegaram ao imóvel, notaram uma área de cimento fresco no quintal, que posteriormente revelou o corpo em estado avançado de decomposição.
O caso ganhou repercussão nacional e expôs mais uma trágica face da violência contra a mulher no Brasil. Durante o processo, o pai da vítima relatou que a filha havia conhecido o agressor pela internet e começou a frequentar a casa dele pouco tempo antes do crime.
Apesar da condenação, a defesa afirmou que vai recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça de São Paulo, alegando que os jurados se posicionaram “contrariamente às provas dos autos”. O caso, no entanto, já está registrado como mais um triste episódio da violência doméstica e de gênero que persiste no país.
O assassinato de Natália agora entra para as estatísticas do feminicídio em Taubaté, e sua história se soma às de tantas outras mulheres vítimas de relacionamentos abusivos e fatais. O desfecho judicial representa, para a família e para a sociedade, um passo importante em busca de justiça.
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