A demolição do estádio Nabi Abi Chedid foi autorizada e dará lugar a uma arena moderna com previsão de entrega em até cinco anos

A demolição do estádio Nabi Abi Chedid, palco do título paulista de 1990 pelo Bragantino de Vanderley Luxemburgo, está oficialmente autorizada. A prefeitura de Bragança Paulista entregou, na sexta-feira (1), o alvará que permite ao Red Bull Bragantino iniciar a transformação da histórica casa em uma moderna arena com capacidade para 20 mil torcedores.
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A reestruturação do espaço — que manterá poucos elementos da construção original — representa uma ruptura com o passado e um salto rumo ao futuro do clube. O novo estádio será erguido praticamente do zero e deve levar de quatro a cinco anos para ser concluído. Durante esse período, o Bragantino continuará mandando seus jogos no estádio municipal Cícero de Souza Marques, que foi reformado com um investimento de R$ 30 milhões.
Apesar da nostalgia, a demolição do Nabi Chedid tem o compromisso de seguir critérios sustentáveis. Estruturas como refletores serão doadas à prefeitura para uso em outros centros esportivos, e os materiais reaproveitáveis serão encaminhados para reciclagem. Segundo o diretor administrativo do clube, André Rocha, o processo será feito com responsabilidade ambiental e agilidade.
“Essa é uma fase importante e simbólica para nós. Queremos realizar a obra com respeito ao meio ambiente, dentro das normas e com agilidade, sem comprometer o bem-estar da cidade”, destacou o dirigente.
O projeto da nova arena — que ainda não foi divulgado ao público — pretende seguir o padrão das principais arenas do país, com estrutura adequada para competições internacionais. O prefeito Edmir Chedid afirmou que também haverá melhorias no entorno do estádio, reforçando a valorização urbana do espaço.
Um adeus ao mais raiz da Série A
Construído na década de 1930 e inaugurado em 1933, o Nabi Abi Chedid — que antes se chamava Marcelo Stefani — foi palco de momentos históricos do futebol paulista, incluindo a final do Paulistão de 1990, quando o Bragantino venceu o Novorizontino na famosa “Final Caipira”.
Considerado por torcedores e cronistas como o estádio mais raiz da Série A, o Nabi Chedid tinha elementos únicos: arquibancadas com assentos de madeira, torcedores colados ao gramado e um restaurante sob as cadeiras cativas, com vista para o campo e janelas que davam direto para o banco de reservas. Essa atmosfera singular ficará na memória de quem viveu seus dias de glória.
A despedida do estádio aconteceu no início de julho, com um jogo comemorativo reunindo ídolos do passado — um último aceno a décadas de tradição antes que os guindastes tomem conta do lugar.
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