Trabalhadores votam nesta quarta (4) proposta de PDV da General Motors em São José, que inclui indenização e fim de cláusula de estabilidade.

Os trabalhadores da General Motors votam nesta quarta-feira (4) a proposta da empresa que prevê um novo Plano de Demissão Voluntária (PDV) na fábrica de São José dos Campos. O pacote inclui, além da adesão voluntária ao desligamento, a possibilidade de acordo individual para abertura de mão da cláusula de estabilidade no emprego em caso de lesão, mediante pagamento de indenização.
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Segundo a montadora, a proposta é final e foi apresentada após impasse nas negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos. A GM afirma que, caso a medida não seja aprovada, a planta da cidade poderá enfrentar riscos em sua operação.
O Sindicato concorda com a abertura do PDV, mas se posiciona contra a extinção da cláusula de estabilidade em troca de compensações financeiras. “O que a empresa está propondo é que os trabalhadores abram mão de direitos históricos”, afirmou Renato Almeida, representante da entidade.
O plano da GM oferece dois formatos de compensação. Para os trabalhadores horistas admitidos antes de março de 2019 e sem limitação laboral, há proposta de indenização de 40% do salário multiplicado pelos anos de serviço. Já o pacote de PDV inclui sete salários, um carro Onix 1.0 ou R$ 85 mil, além de dois anos de convênio médico ou R$ 48 mil.
A proposta prevê ainda que, a cada adesão de funcionário sem lesão ao PDV, será efetivado um empregado com contrato temporário. Caso o plano alcance 520 adesões até 9 de junho, será aberto um segundo PDV voltado aos trabalhadores lesionados, e os contratos temporários restantes poderão ser renovados por mais um ano.
Apesar da resistência à proposta de eliminação da cláusula de estabilidade, o Sindicato decidiu levar a decisão aos trabalhadores em assembleias ao longo do dia, nos três turnos da fábrica. A apuração será realizada logo após o término da votação.
A GM justifica que a aprovação do PDV General Motors seria estratégica para garantir a sustentabilidade do complexo industrial de São José dos Campos, apontando que a medida pode reduzir riscos operacionais e abrir espaço para novos projetos. Entretanto, o sindicato alerta para o risco de demissões em massa, insegurança jurídica e perda de direitos.
A GM foi procurada, mas não se pronunciou até o fechamento da matéria.