
O presidente da General Motors Mercosul, Carlos Zarlenga, soltou um comunicado na sexta-feira (18) para os funcionários que a General Motors poderia deixar o Brasil caso não voltasse a dar lucro. A preocupação com o tema, motivou a reunião desta terça-feira (22) com os prefeitos das cidades de São José dos Campos e São Caetano do Sul (sede da GM do Brasil), presidentes dos sindicatos dos trabalhadores das regiões e os executivos da montadora.
Na reunião, a GM descartou a saída do Brasil, mas deixou claro que novos investimentos depois dos ciclos já anunciados vão depender diretamente de lucros futuros. E que ajustes para melhorar a lucratividade das fábricas terão que ser feitos. A montadora disse aos participantes do encontro que já há conversas adiantadas com o governo estadual e com as concessionárias. Outra palavra usada pelos representantes da GM na reunião, e direcionada para os prefeitos e metalúrgicos, foi “viabilização”. Isso significa que a montadora espera mais incentivos fiscais das cidades para continuar a investir nas fábricas.
Na unidade de São José, com cerca de 5 mil trabalhadores, eram produzidos quatro modelos até 2013. Hoje, apenas S10 e Trailblazer saem daqui, o que afetou os novos planos para a planta, que não foi alvo do investimentos anunciados nos últimos anos. Ao fim da reunião, membros do sindicato afirmaram que, segundo a GM, uma nova linha de produtos poderá sair de lá também, mas sem confirmação de qual.
Mercado
Em termos de mercado, a Chevrolet (GM) é líder de participação no Brasil, com pouco mais de 17,5% do mercado de carros de passeio e comerciais leves — isso corresponde a pouco mais de 432 mil unidades dos 2,4 milhões de automóveis emplacados em 2018. Seu principal modelo, o Onix, foi líder de vendas pelo quarto ano seguido, entregando o dobro de unidades do segundo colocado, o Hyundai HB20. Ou seja, domínio absoluto de mercado. Todas essas ações foram resultado de um plano inicial de investimentos R$ 6 bilhões, iniciado em 2008. Até 2020, a GM tinha planejado e anunciado os investimentos de outros R$ 13 bilhões para renovação e ampliação total de sua linha de produtos. Deste total, apenas R$ 2,6 bilhões já foram utilizados (em Joinville, Gravataí e São Caetano do Sul).