*Matéria capa da revista Centro Life
Registros históricos de chuvas, raios e velocidades do vento, aliados à quantidade de árvores, causam transtornos, geram riscos e ocasionam apagões que prejudicam rotinas de moradores e trabalhadores da região central
Ao longo das últimas semanas a região central de São José dos Campos, incluindo bairros como Jardim Esplanada, Jardim Apolo, Vila Adyana, Vila Ema e Jardim São Dimas, tem enfrentado sérios problemas de falta de energia impulsionados por fortes temporais. Estas quedas de energia têm afetado a rotina de moradores e trabalhadores – causando transtornos significativos. A combinação de chuvas intensas e frequentes raios tem sido um grande desafio para a cidade. Dados do monitoramento do Climatempo revelam que a primeira quinzena de outubro de 2023 foi marcada por um aumento impressionante de 424% no volume de chuvas e um aumento de 8.504% na quantidade de raios registrados em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse cenário tem sido associado à ação humana e a efeitos climáticos do El Niño.
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A ocorrência de tempestades intensas frequentemente resulta em problemas nas redes elétricas da região, com destaque para a queda de galhos e árvores, bem como o lançamento de objetos sobre as linhas elétricas. Essas situações exigem mais tempo para reparos devido à complexidade e tornam a operação do sistema elétrico mais crítica. A concessionária de energia, EDP, relata que, apenas nos primeiros 15 dias de outubro deste ano já registrou 6.250 ocorrências em São José dos Campos, o que equivale a 97,12% do total registrado durante todo o mês de outubro do ano anterior.
A densa arborização na região central, com árvores antigas e frondosas, tem contribuído para os problemas no fornecimento de energia. Muitas quedas de árvores ocorrem durante as chuvas fortes, colocando em risco tanto a rede elétrica quanto os pedestres, motoristas, motociclistas e ciclistas. Recentemente uma tragédia foi registrada no Esplanada: uma mulher morreu em julho deste ano após ter o carro atingido por um enorme tronco na avenida Paulista.
Vale ressaltar que a manutenção da arborização é de responsabilidade da prefeitura municipal. A EDP é acionada apenas quando se trata de serviços relacionados à rede elétrica. Além disso, para minimizar o impacto da vegetação nas linhas elétricas, a EDP realiza regularmente a poda de árvores próximas às fiações. Somente na região central de São José dos Campos foram realizadas 1.850 podas preventivas neste ano. Além da atuação em campo a EDP possui tecnologia de monitoramento em tempo real por meio do Centro de Operações Integrado (COI), que fica na avenida Cassiano Ricardo. A automação do sistema da concessionária permite o restabelecimento automatizado do fornecimento de energia para a maioria dos clientes impactados, por meio do remanejamento de carga. No entanto, em algumas situações, é necessário aguardar a conclusão dos reparos no local – o que pode prolongar o tempo de normalização do serviço.
Segundo a empresa muitas ocorrências relacionadas à vegetação são de maior complexidade e exigem tempo adicional para reparo, incluindo a reconstrução da rede, substituição de equipamentos e postes. Para lidar com esses desafios a EDP enfatiza que mantém um grupo de trabalho com a prefeitura para apoiar casos que envolvem árvores com laudos ambientais indicando a necessidade de supressão. A concessionária trabalha em conjunto com a prefeitura para planejar e executar a poda de galhos próximos às redes, permitindo que a supressão completa seja realizada sem riscos elétricos.
As mudanças climáticas têm tido um impacto significativo, resultando em um aumento no volume de chuvas e na quantidade de raios. Essas condições climáticas adversas têm gerado desafios para o fornecimento de energia elétrica na região central.
Reflexo das mudanças climáticas em São José dos Campos
Aumento no volume de chuvas – Primeira quinzena de outubro
– 2022 – 24,8 mm
– 2023 – 130 mm
Queda de raios – Primeira quinzena de outubro
– 2022 – 208
– 2023 – 17.898
Quantidade de ocorrências na rede elétrica – Outubro de 2022 (31 dias) – 6.435
Primeira quinzena de outubro de 2023 – 6.250
Das 80 mil árvores joseenses, 60% já estão cadastradas (informa.life)
2 Respostas
É o aquecimento global que muitos negam estar acontecendo. Este é apenas o primeiro ano de muitos outros com força atípica, que se tornará comum, normal e típica.
Prédios sem geradores = acabou a luz o morador terá que subir longas escadas. Água sem bombeamento, sem gerador a água não sobe = falta de água. More em prédio sim abigo!. Vc não vai sofrer não!..rs