Filhote de onça-parda resgatado após incêndio no interior de SP

Filhote de onça-parda é resgatado após incêndio em São Joaquim da Barra e tratado em centro de animais em Ribeirão Preto

Um filhote de onça-parda foi resgatado após ser atingido pelos efeitos de um incêndio florestal em São Joaquim da Barra, no interior de São Paulo. O animal, um macho batizado de Benedito, foi levado ao centro de atendimento de animais silvestres em Ribeirão Preto após ser atropelado enquanto tentava fugir das chamas. A história do filhote, assim como a de muitos outros animais, é um triste reflexo da devastação causada pelos incêndios que assolam o interior paulista.

Com lesões graves na pata, Benedito foi encontrado por funcionários de uma usina e encaminhado ao Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), onde passou por uma avaliação multidisciplinar. Infelizmente, devido à gravidade do atropelamento, dois dedos tiveram de ser amputados, e o filhote perdeu parte dos movimentos da pata, o que impossibilitará seu retorno à vida selvagem. Segundo o zootecnista Alexandre Gouvea, “ele não poderá mais caçar e comer sozinho”, o que inviabiliza sua reintegração à natureza. Apesar disso, o animal está em recuperação e, em apenas três dias, ganhou 250 gramas, o que dá esperanças sobre sua saúde futura.

Além de Benedito, outros animais silvestres têm sido atendidos pela rede de reabilitação do governo do estado, criada para lidar com as vítimas dos incêndios florestais que devastam a fauna do interior paulista. Até o momento, 70 animais já foram resgatados e atendidos, entre eles macacos, cobras, gambás e veados. Infelizmente, 38 não resistiram e morreram, enquanto 32 seguem em tratamento intensivo.

Entre os casos graves está o de um macaco bugio fêmea, resgatado em Guatapará após também fugir das chamas. Ela foi mordida por um cachorro ao buscar abrigo em uma residência e seu estado de saúde é crítico. A rede de atendimento ainda lamenta a perda de Vitória, um tamanduá-bandeira, que não resistiu às queimaduras de terceiro grau e às complicações de uma infecção generalizada.

Essa rede, que inclui o Cetras e a Associação Mata Ciliar, faz parte de um esforço conjunto do Departamento de Fauna Silvestre da Secretaria de Meio Ambiente para atender os animais vítimas dos incêndios. Atualmente, são 26 unidades integradas que permanecem em alerta para lidar com a onda de queimadas que assolam o interior de São Paulo. Esses centros, além de reabilitarem os animais resgatados, trabalham com a comunidade local, orientando a população a acionar as autoridades competentes em caso de avistamento de animais feridos.

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