O ex-delegado Ruy Ferraz foi executado em Praia Grande; suspeita é de crime ligado ao PCC, facção que ele ajudou a combater

O ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, que por décadas foi um dos maiores inimigos do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi executado a tiros na noite desta segunda-feira (15), em Praia Grande, no litoral sul de São Paulo. A principal suspeita das autoridades é de que integrantes da facção criminosa tenham planejado e executado o atentado.
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Ferraz dirigia um carro em aparente tentativa de fuga quando colidiu contra um ônibus e capotou. Logo depois, criminosos desceram de outro veículo que o seguia e dispararam diversas vezes contra o carro do ex-delegado, que morreu no local.
Ruy Ferraz
Ruy Ferraz Fontes foi um dos primeiros investigadores a enfrentar diretamente o PCC no estado de São Paulo. No início dos anos 2000, quando chefiava a Delegacia de Roubo a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), comandou operações que prenderam líderes da facção e desmontaram parte de sua estrutura criminosa.
Sua atuação firme lhe rendeu prestígio, mas também inimizades poderosas. Em 2019, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como chefe máximo do PCC, teria jurado de morte o delegado após ser transferido para o sistema penitenciário federal.
Ferraz atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil e chegou ao cargo de delegado-geral da instituição, o mais alto posto da corporação. Mais recentemente, ele assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, cidade onde acabou sendo executado.
Formação e especialização
Além da longa carreira policial, Ruy Ferraz possuía especialização em Administração Geral e Financeira em Órgãos Públicos e participou de cursos internacionais de combate ao crime. Entre eles, o Curso Anti-Drogas e Anti-Terrorismo realizado pela Polícia Nacional da França e um curso de repressão às drogas ministrado pela Polícia Montada do Canadá, em Vancouver.
Suspeita de crime orquestrado pelo PCC
A violência e a forma do ataque levantam fortes indícios de que a execução tenha sido planejada por membros do PCC, facção contra a qual Ferraz travou batalhas históricas. O caso agora está sob investigação da Polícia Civil, que busca identificar e prender os responsáveis.
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