Editorial: Não estamos no mesmo barco, e sim na mesma tempestade!

Cada um sabe da sua vida e de sua situação. Não julgue!

Por Esrom Vellenich | @evellenich
O julgamento é um uso importante de nosso arbítrio e exige grande cuidado, especialmente quando julgamos outras pessoas. Na verdade o que quero dizer é que as pessoas vivem realidades diferentes, metro quadrado diferente e, por isto, não se pode julgar. Cada um sabe da sua vida e de sua situação. Então, não julgue!
Todos falam do isolamento e que estamos no mesmo barco. Não, não estamos. Não confunda as coisas. Estamos na mesma tempestade, mas não no mesmo barco. O seu barco pode afundar e o meu não, e vice-versa. Para muitas pessoas que conheço a quarentena está sendo ótima! Mas para outras está sendo uma crise!
Outro dia passando por um bairro da zona oeste de São José do Campos, vi alguns comércios que por decreto do isolamento da pandemia não poderiam estar abertos e me fizeram questionar profundamente o por quê? Parei em uma barbearia e perguntei educadamente ao dono, que me relatou que está tomando muito cuidado, atendendo uma pessoa por vez e cumprindo as devidas regras sanitárias.
Mas o que mais me chocou e emocionou foi quando ele falou que o dinheiro daquele corte era a comida dos filhos à noite! Falar o que para este homem? Denunciar? Se ele não fizer isto o que faz? Governo está ajudando?
Por isso, neste momento é muito importante enxergarmos além do que vemos. Enxergar além de partido político, além da religião, além do próprio umbigo. Não podemos menosprezar a dor do outro porque você não a sente, não podemos julgar a vida boa do outro porque você não sabe o que ele passou para chegar lá. Pessoal, simplesmente não julguem!
Lembre-se sempre, seu barco é diferente do outro! Sigamos usando máscaras, lavando as mãos e mantendo distanciamento. Tudo isto vai passar!

Sigamos! Propague o amor, propague a gentileza!