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Drama de Dona Maria; Justiça não dá trégua e determina despejo!

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Idosa de 90 anos mora há três décadas em uma casa simples situada em área da CESP em Paraibuna e que foi comprada por 400 cruzados novos. Para onde vai, dona Maria?

Foto: reprodução UOL (arquivo pessoal)

“Essa justiça desafinada… É tão humana e tão errada! Nós assistimos televisão também. Qual é a diferença?”. Este trecho da música (Baader-Meinhof Blues) de Renato Russo, lançada no já distante ano de 1984, no primeiro disco da banda que fez história no rock nacional, segue válido em 2024 sendo representada agora pelo drama de dona Maria. Aos 90 anos, Maria Benedicta vive uma das maiores angústias de sua vida.

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Humilde residência fica no Morro dos Macacos / Foto: reprodução UOL (arquivo pessoal)

Após décadas de trabalho árduo e sacrifícios para construir sua casa, ela enfrenta agora a incerteza de onde irá morar. Em um desfecho cruel, a Justiça determinou que Maria deve deixar a terra onde vive há 35 anos, em Paraibuna, após uma ação de reintegração de posse movida pela Companhia Energética de São Paulo (CESP).

Uma vida de trabalho e sacrifício


Maria Benedicta, uma trabalhadora rural aposentada, construiu sua casa com as próprias mãos. Com paredes de bambu e barro, a humilde residência foi erguida em um terreno adquirido por Maria em 1989 por 400 cruzados novos. “Aqui, quando eu vim, era tudo mato. A gente trabalhava em fazenda, tirava leite aqui e lá. Eu falei pro meu marido: vamos dar um jeito e comprar um pedaço de chão para fazer uma casinha pra gente morar”, relembra Maria, com lágrimas nos olhos.

A construção foi um desafio imenso. “Vendi porco, vendi vaca que eu tinha, geladeira que eu tinha, fui juntando um dinheirinho e conseguimos comprar um pedacinho de chão aqui. Era um pasto. Sofremos até para trazer bambu para fazer a casa aqui”, conta Maria, recordando os esforços e sacrifícios feitos ao longo dos anos.

A desapropriação e a batalha judicial

Embora Maria tenha adquirido o terreno em 1989, as terras foram desapropriadas na década de 1970 pela Eletrobrás, então responsável pela represa de Paraibuna. A CESP adquiriu as terras em 1991 e, desde 2014, um processo judicial tem se arrastado, culminando na decisão de despejo.

A casa de Maria, que abriga dois quartos, uma cozinha e um banheiro, está localizada em uma área de mais de 26 mil metros quadrados. Para Maria, a terra não é apenas um lugar onde mora, mas um refúgio construído com suor e determinação. Agora, ela vive de uma aposentadoria de um salário mínimo e conta com o apoio de seus 11 filhos e mais de 30 netos, que se revezam para ajudá-la.

A angústia

A notícia do despejo pegou todos de surpresa. “Todos foram pegos de surpresa porque chegaram simplesmente com data de 20 dias para ela sair. A família ficou toda desesperada, perdida, porque é o cantinho dela. É um apego emocional. É uma história de mãe, de vó. Do nada chegaram e disseram que ela tinha 20 dias para sair. Estamos tentando fazer algo para que isso mude”, explicou Cláudia Alves, neta de Maria Benedicta, à Rede Vanguarda.

CESP

Em nota, a CESP informou que a reintegração de posse foi determinada pela Justiça e que preza pela reintegração pacífica. “A CESP, Companhia Energética de São Paulo, operadora temporária da Usina Hidrelétrica Paraibuna, informa que a reintegração de posse foi determinada pela justiça, em trâmite na Vara Única da comarca de Paraibuna desde 2014. A CESP preza pela reintegração pacífica, com respeito aos direitos e garantias de todos os envolvidos, reafirmando seu compromisso com a responsabilidade social e ambiental, priorizando a segurança e o cumprimento das normas. O imóvel em questão foi desapropriado pela União na década de 70, para formação do reservatório da Usina Hidrelétrica Paraibuna. Portanto, está vedado o uso da propriedade pública para habitação domiciliar”.

Clamor

Maria Benedicta e sua família continuam a lutar para reverter essa decisão desumana. Para eles, não se trata apenas de um pedaço de terra, mas de uma vida inteira de trabalho e memórias. A história de Maria é um apelo urgente por humanidade e justiça em um sistema que, muitas vezes, se esquece das pessoas por trás dos processos.

Enquanto o prazo final se aproxima, Maria Benedicta e sua família esperam por um milagre que lhes permita continuar no lar que tanto significa para eles. A comunidade e as entidades de direitos humanos acompanham de perto, aguardando um desfecho que respeite a dignidade e a história desta mulher guerreira.

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5 Respostas

  1. Minha sugestão é que Dona Maria tenha o direito de morar em sua casa seu último tempo de vida. E que seus familiares assumam o compromisso de desocupar o imóvel tão logo Dona Mara faça a sua passagem.

  2. Apesar de me sensibilizar com a situação dela, acho que lei é lei. Na situação dela tem mais um punhado de gente, que ocupou ou comprou áreas irregularmente nas margens da represa (sabendo que era irregular) e, portanto, se abrir uma exceção, vira uma confusão sem fim e aí ocupar as áreas de segurança da represa vira moda.

  3. É bem por aí mesmo! Essa reportagem, de caráter sujo, tenta deturpar a ‘ordem social’. Por que não divulgar a realidade baseada apenas na veracidade dos fatos? Todo esse emocionante “carnaval” com intenções escusas, só fez atrapalhar a situação. Pois certamente, até se chegar nesse ponto, já deve ter havido diversas propostas para acordo. Se essa pretensão de quebrar a ‘ordem’ se cumprir, o que será da fila por espera de tantos outros direitos? Se se quebrar o direito de propriedade, o que será da nossa nação?

  4. Não sou a favor de ninguém se apostar de terra de ninguém, mas o governo deveria dar um lar para a d Maria, coloca a coitada da senhora num asilo, governo maudito imundo podre egoísta hipócrita sujo, prefeitura igual, tudo de ruim estes políticos, cuidem da senhora da d Maria bando de sujo, políticos imindios

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