Homem, de 35 anos, é suspeito de participar da execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes em Praia Grande, no litoral de São Paulo

Willian Silva Marques, de 36 anos, dono de uma residência apontada como base de apoio para criminosos, foi preso na madrugada deste domingo (21) após se entregar à polícia em São Paulo. O dono de casa preso é suspeito de envolvimento na execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, assassinado na última segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral paulista.
A notícia mais rápida está em nossos grupos de WhatsApp na RM Vale. Escolha sua área: São José, Vale Central, Fé e Histórico, Litoral ou Mantiqueira.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), esta é a quarta prisão relacionada ao caso. Além de Willian, Dahesly Oliveira Pires, Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como “Fofão”, e Rafael Marcell Dias Simões, apelidado de “Jaguar”, já haviam sido detidos por suspeita de participação na morte do ex-delegado. Outros três investigados seguem foragidos: Felipe Avelino da Silva, Flávio Henrique Ferreira de Souza e Luiz Antonio Rodrigues de Miranda.
Willian é proprietário da casa localizada no bairro Jardim Imperador, em Praia Grande, de onde teria saído um fuzil possivelmente usado no crime. O imóvel foi o primeiro a ser investigado pela Polícia Civil, que encontrou no local 41 materiais genéticos, incluindo vestígios de um policial militar — irmão de Willian — que já foi ouvido e liberado.
A SSP-SP informou que o acusado se apresentou voluntariamente ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na capital paulista, acompanhado de um advogado. Após prestar depoimento, permaneceu preso. “As forças de segurança seguem mobilizadas para identificar e prender todos os envolvidos no crime”, destacou a pasta.
A casa investigada
A residência de Willian, equipada com piscina e churrasqueira, teria sido usada como base da quadrilha dias antes da execução. Localizada em uma região de casas de temporada, a casa chamou atenção após depoimentos de suspeitos já presos. Segundo a polícia, Dahesly teria recebido ordem de Luiz Antonio para buscar no imóvel um dos fuzis usados na execução. Os armamentos, no entanto, não foram encontrados.
Além dessa propriedade, outro imóvel em Mongaguá também entrou no radar das investigações. A perícia já analisou o local, suspeito de ter servido de apoio aos criminosos.
O crime
O ex-delegado Ruy Ferraz Fontes foi executado na noite de segunda-feira (15), logo após encerrar o expediente como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande. Câmeras registraram o momento em que três criminosos, armados com fuzis, desceram de uma caminhonete e efetuaram disparos contra o veículo de Ruy. A ação durou menos de 40 segundos.
Com mais de 40 anos de carreira na Polícia Civil, Ruy foi delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022, atuando no combate ao crime organizado e tendo papel fundamental em investigações sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC). Sua trajetória incluiu cargos de destaque em divisões como o Deic, o Denarc e o Decap. Aposentado, ele assumiu em 2023 a Secretaria de Administração de Praia Grande, função que exercia até ser assassinado.
As investigações prosseguem para esclarecer todas as circunstâncias do crime e capturar os foragidos.