Baixo índice criminal, percepções pessoais e casos recentes expõem dois lados opostos sobre a segurança no bairro; Matéria publicada na revista Aquarius Life de agosto!

A pergunta “O Aquarius é seguro?” tem sido recorrente nos corredores, praças e grupos de mensagens do bairro da zona oeste de São José dos Campos. Enquanto a prefeitura e a Polícia Militar apontam dados e estrutura para reforçar que o Jardim Aquarius figura entre as áreas mais seguras da cidade, parte dos moradores insiste que a realidade vivida nas ruas e condomínios é bem diferente.

Para o prefeito Anderson Farias, não há dúvida. “O Aquarius é sim um bairro muito seguro! Um dos mais seguros da cidade” afirma. A posição é compartilhada pelo secretário de Proteção ao Cidadão, Rafael Batista, que destaca o monitoramento por 24 câmeras integradas ao Centro de Segurança e Inteligência (CSI), além do patrulhamento constante da GCM e da PM no contexto do programa São José Unida.

O comandante do 1º Batalhão (1º BPM/I), Tenente-Coronel Alain Kalczuk, reforça ainda mais as opiniões dos servidores municipais. “Os indicadores mostram que o Aquarius e a zona oeste são seguros. Mesmo os delitos que ocorrem são de baixo potencial ofensivo, sem emprego de arma de fogo. Há presença constante de viaturas, fóruns e a Delegacia da Mulher, o que favorece a vigilância”, enfatiza. Ele ainda reconhece que a “percepção de segurança é variável” e que algumas pessoas só se sentem protegidas com viaturas por perto. “Esta é uma questão extremamente pessoal e variável. Tem pessoas, por exemplo, que se verem uma viatura tem a percepção de segurança. Já outras precisam ter uma viatura a 10 metros de distância para se sentirem seguras” compara o Comandante da PM.

Dados versus experiências

Os números realmente apontam estabilidade. As 24 câmeras de alta resolução com reconhecimento facial e leitura de placas monitoram praticamente todo o perímetro. Mesmo assim, episódios recentes mantêm a sensação de insegurança para muitos moradores.

Dentre os casos recentes que ocorreram no bairro destacam-se o “Golpe do Aniversário” frustrado por uma moradora, furtos de bicicletas em praças e dentro de condomínios, adolescentes que invadem prédios, arrastão na pista de skate e roubos de celulares à luz do dia (todos estes delitos estão disponíveis em nosso portal informa.life).

Moradores

Para Felipe A. “o contingente tanto da PM quanto da GCM não é suficiente para a cidade como um todo, mas sempre atende o bairro conforme a prioridade das ocorrências”. Já Ana G. relata outra realidade. “Só quem precisou e já ligou para a polícia percebe a demora. Precisei e chegaram tarde demais. Infelizmente, o policiamento não é satisfatório”, avalia.

Lucilene O. descreve que já presenciou furtos em plena Praça Ulisses Guimarães, ao meio-dia. “Roubo de celulares então, perdi as contas de quantos moradores têm me relatado recentemente”. Outro morador, Ismael provoca a reflexão. “Se o Aquarius, que é o bairro mais policiado de São José dos Campos para as autoridades, carece de policiamento, imagine os outros bairros da cidade?”.

A disputa pela narrativa

O contraste é claro. Enquanto dados oficiais e autoridades sustentam que o bairro é seguro, parte dos moradores acredita que crimes como furtos, golpes e assaltos mostram que ainda existe muito a ser feito —sobretudo em relação à presença ostensiva de policiais.

No fim, a resposta para a indagação “se o Aquarius é seguro?” depende menos dos números e mais da forma como cada um enxerga e vivencia o bairro. Entre câmeras, viaturas e estatísticas, a discussão segue aberta —e cada morador tem a sua própria conclusão e vivência!
Números do primeiro semestre de 2024 e 2025

No comparativo do primeiro semestre entre 2025 e 2024 os dados da Secretaria de Segurança Pública para a zona oeste de São José dos Campos mostram variações relevantes. Os furtos diversos, que lideram as ocorrências, somaram 242 casos em 2025 contra 236 em 2024. Já os furtos de veículos registraram 21 ocorrências neste ano, ante 33 no mesmo período do ano passado, indicando queda. As lesões corporais dolosas apresentaram aumento, passando de 62 registros em 2024 para 68 em 2025. No caso de roubos diversos houve redução, caindo de 18 para 15 ocorrências. Por fim, os estupros totalizaram cinco casos no primeiro semestre de 2025, frente a apenas um em 2024, apontando alta nesse tipo de crime.